Sarah pegou seu celular, mas percebeu que o sinal estava bloqueado e não conseguia utilizar o aparelho. Ela olhou para Viviane, chocada, que exibiu seu próprio celular diante de Sarah.- Percebi isso no carro, todos os celulares estão com o sinal bloqueado aqui porque o Davi instalou um bloqueador na mansão. Só é possível se comunicar com um telefone especial...A expressão de Sarah endureceu, e suas mãos suavam. Ela parecia desconfortável.- Por quê? - Murmurou Sarah, com uma expressão conturbada. Ela não possuía um celular e nem havia tentado contatar alguém do lado de fora, mas por que ele estaria tão cauteloso a seu respeito?Viviane torceu a boca e soltou uma risada gelada:- Sempre disse que esse homem é um trapaceiro, um mau-caráter. Você sabia que há guarda-costas escondidos por aqui? Sabia que ele está te aprisionando com falsa gentileza? - Observando o rosto delicado de Sarah, Viviane se enfureceu, se levantou, olhando para baixo e rangendo os dentes de indignação. - Você é
Sarah disse:- Está bem, mas por onde eu começo?Viviane respondeu:- O celular dele, o computador, o escritório e o cofre, todos esses lugares privados podem conter pistas. - Viviane fixou o olhar em Sarah. - Eu te ajudei, agora você me ajuda, Sarah. Vamos colaborar desta vez.- Está bem. - Sarah concordou.Ela já não confiava plenamente em Davi. O empregado trouxe o café e viu Sarah com os olhos vermelhos, enxugando lágrimas, com o rosto levemente alterado.Como se nada tivesse acontecido, o empregado colocou o café na mesa e foi avisar Davi. Viviane pegou rapidamente a caixa de presente e disse em voz alta:- Você não merece este presente, é melhor eu levar.Viviane piscou para Sarah e rapidamente desceu as escadas para sair.Ouvindo o som do Carro Estelar se afastando, o coração de Sarah era como uma montanha-russa, incapaz de se acalmar.Ela permaneceu sentada, percebendo tardiamente que sua perna, que tinha batido na borda da mesa, estava um pouco vermelha.Ela esfregou a perna,
Alguns segundos de silêncio entre os dois. - Sarah, você não deve dizer coisas assim. - A voz de Davi era suave e clara, mas seus olhos continham uma sombra indescritível, como se estivesse acalmando uma criança irracional. As lágrimas de Sarah transbordavam enquanto ela olhava para ele, com um ar frio e obstinado. Depois de um longo tempo, Davi suspirou, enxugou as mãos dela e falou devagar: - Foi Viviane quem falou algo para você? Ela está tentando nos colocar um contra o outro. Você não sabe o que sinto por você?Seus olhos e sobrancelhas eram delicados e gentis, ele sempre foi muito cuidadoso com ela, estando em uma posição vulnerável em seu relacionamento. Essa postura dele causava uma dor sufocante no peito de Sarah, como a obsessão ingênua que ela tinha por Rafael. Ela respirou fundo, e sua voz gradualmente se acalmou: - Davi, você já me enganou? Se sim, me diga agora, ainda há tempo, eu estou disposta a te perdoar.Nesse momento, ela quase abaixou suas expectativas
No instante seguinte, a porta do carro foi aberta e Davi estava lá fora, ele tinha uma expressão sombria e indecifrável no rosto.Ele a conduziu de volta à mansão, onde a frieza que tentava ocultar emergiu sem querer.Sarah estava pálida, observando-o com um medo crescente se instalando abruptamente em seu coração.Davi a guiou até o quarto e bateu a porta com um estrondo.Sarah estremeceu de medo. Davi hesitou por um instante e, em seguida, soltou sua mão delicadamente. Ele olhou para baixo, para seu rosto pálido e inocente, agora marcado pelo medo e pela cautela.Subitamente, estendeu a mão, envolveu sua cintura e a puxou para seus braços, se inclinando para beijar seus lábios brilhantes, como havia feito no carro.Porém, antes que pudesse tocá-la, ela virou o rosto, evitando-o por pouco.Seus olhos escuros ficaram ainda mais sombrios e seu semblante era um turbilhão de emoções inexprimíveis.A resistência dela provocou um pânico momentâneo em seu peito, como se aquilo que ele segura
Sarah não estava indiferente a tudo que ele havia feito, ao contrário, havia decidido tentar um relacionamento amoroso com ele.Contudo, agora começava a duvidar se sua decisão tinha sido correta.Ela nunca conseguiu ver completamente quem era Davi, mas ainda assim estava disposta a conhecê-lo aos poucos.No entanto, ele não lhe dava essa oportunidade, porque a mantinha por perto de maneira forçada, o que ela resistia intensamente, como se tivesse vislumbrado um lado frio e sinistro sob sua aparência amena, exatamente o lado que parecia destinado a enfrentá-la.Ela não podia aceitar isso, seu coração, que tinha começado a amolecer, finalmente se fechou e endureceu.Não sabia quanto tempo havia passado, mas a luz do quarto gradualmente escureceu, e a mansão permanecia silenciosa, sem nenhum som.As sombras projetadas nas janelas faziam com que, observando a distante, ela sentisse tudo como se fosse irreal.Ela queria voltar para casa, Ethan, ao receber sua mensagem, provavelmente contar
Sarah falou calmamente:- Vamos comer um prato um pouco mais picante do País da Lua Prateada, você sabe fazer?O empregado hesitou, parecendo surpreso com o pedido, ele disse:- Vamos procurar um chef do País da Lua Prateada...Os chefs daqui vêm de restaurantes de alto padrão, focados em nutrição e no equilíbrio entre sabor, aroma e apresentação, mas Sarah claramente não queria esse tipo de culinária.Com uma expressão séria, o empregado desceu as escadas às pressas para encontrar o cozinheiro.Sarah soltou uma risada leve e, em seguida, girou a maçaneta da porta do quarto de Davi, para sua surpresa, estava destrancada.Seus olhos relaxaram e ela soltou um suspiro, empurrando a porta em seguida.Ela observou o quarto excessivamente simples por um momento.A decoração do ambiente era muito diferente da de seu quarto, com um estilo simples de preto, branco e cinza, mas de bom gosto e um pouco austero.A varanda parecia um pouco mais acolhedora, escondida por uma divisória e com um tapet
As palavras de Sarah quebraram o alívio que ele sentia em seu coração.Davi se sentou em frente a ela, exibindo uma aura gentil, porém abatida, com o rosto marcado pelo cansaço.Esses dias não haviam sido fáceis para ele também.Seus olhos profundos se fixavam nela enquanto ele falava com voz suave:- Sarah, sei que esse método pode parecer extremo, mas não consigo pensar em outra maneira de fazer você ficar.- Eu não entendo. - Sarah estava confusa, por que haviam chegado a esse ponto?- Quero que você fique, para sempre ao meu lado. Tudo que tenho, posso te dar, só preciso que fique. - A voz de Davi era rouca, calma, quase implorando a ela.Sarah ficou parada por alguns segundos, observando-o:- O custo é que, neste mundo, só posso estar com você? Longe dos meus pais e familiares?Ela considerava isso um pouco ridículo, esse tipo de restrição não era amor, era tratá-la como propriedade.Os olhos de Davi, profundos, se mantinham fixos nela enquanto falava:- Espere alguns anos, até qu
Davi olhou para ela como se estivesse aliviado.Ele perguntou cuidadosamente, olhando para ela:- Então, podemos voltar ao jeito que éramos antes?Em seus olhos profundos, havia um vislumbre de esperança, ele desejava que ela o amasse tanto quanto ele a amava.Sarah olhou para ele em silêncio por alguns segundos, depois sorriu amplamente:- Tudo bem, desde que você não me prenda.A sombra nos olhos gentis de Davi se dissipou. Em seguida, os dois saíram juntos, os criados suspiraram aliviados.Sarah, como antes, segurava o braço dele no carro e se encostava suavemente em seu ombro.Davi mal conseguia conter o sorriso.Esse resultado foi mais suave do que ele esperava.A liberdade dela estava condicionada a ter ele ou alguém dele por perto, e Sarah não se importava, poder sair já era muito bom.Nos dias seguintes, enquanto ele estava em reuniões na empresa, ela esperava no escritório, comendo lanches de vez em quando, com a secretária por perto para conversar e passar o tempo.Ela não di