°°°° Summer Hawkins °°°° Alguns dias depois...O homem parado à minha frente mantém seu olhar fixo em mim. Mason, também conhecido como meu cunhado de aluguel, achou que seria interessante invadir meu apartamento, assim como fez algumas vezes no apartamento de Lívia. A diferença é que acho que ele não esperava me encontrar em casa.E agora estou aqui, em frente ao meu cunhado de aluguel, com as sobrancelhas erguidas, enquanto ele permanece parado, me estendendo uma pequena caixa de veludo. Observo-o com incredulidade.— Não vou me casar com você — digo, olhando para a caixa em sua mão.Ele ergue uma sobrancelha antes de dar um breve riso anasalado.— Não estou lhe pedindo em casamento, ruiva — diz, impaciente, empurrando a caixa em minha direção. — Abra.— Eu juro que prefiro evitar qualquer problema que esteja tentando me colocar.— ABRA. — Ele perde a paciência.Reviro os olhos por conta de sua reação e pego a caixa a contragosto, abrindo-a para encontrar um objeto pequeno, semelha
°°° Lívia Carter °°°°Estar com Christopher poderia ser considerado um misto de diversas situações e emoções. Era divertido, animado, gostoso, sexy, quente e carinhoso ao mesmo tempo. Era, sem dúvidas, uma mistura de emoções, e devo dizer que em momento algum me arrependi de aceitar seu convite.Chegamos ao seu apartamento por volta das 18h30. De início, íamos pedir algo para comer. Porém, de uma hora para outra, Chris decidiu que iria me surpreender e cozinhar algo especial para nós por eu ter "salvado sua vida". Acho que ele havia esquecido que o motivo de ele ter ido parar no hospital foi justamente o meu apartamento.Até aí, tudo bem. Porém, o verdadeiro caos veio quando Chris esqueceu o jantar no forno enquanto "assistíamos" à TV na sala. Não demorou muito para que o fedor de comida queimando invadisse todo o apartamento. Corremos para a cozinha e fomos surpreendidos pelos sensores de fumaça, que acionaram o alarme de incêndio. Em questão de minutos, a cozinha estava totalmente i
°°°° Lívia Carter °°°°— Pode repetir o que estava dizendo? Eu não consegui entender. — Chris diz rindo, antes de tomar meus lábios em um beijo lento, me fazendo sentir meu próprio gosto. Nos beijamos por mais algum tempo, antes de pararmos para recuperar o fôlego e ele finalmente me deixar falar.— Eu disse que meu pai sofreu um acidente e eu preciso visitá-lo. Tenho um voo que sai em algumas horas e preciso voltar para casa para completar a mala. — digo, agora com mais calma e sem me sentir ofegante.— Sinto muito pelo seu pai, precisa de ajuda com algo? — ele pergunta, parecendo um tanto quanto preocupado. — Sabe, eu não gosto de me gabar, mas modéstia à parte, eu sou o tipo de homem que todo homem gostaria de ter como genro. — ele diz com diversão, me fazendo rir de suas palavras.— Bem, Chris, há muito mais coisas envolvidas nesse acidente do meu pai. — dou um breve suspiro e continuo a lhe contar o que realmente aconteceu, incluindo o que eu havia omitido dele quando saímos pela
°°°° Lívia Carter.°°°°que eu gostaria. Desde o embarque no aeroporto internacional de Miami até o desembarque no aeroporto internacional Raleigh-Durham, no condado de Wake, foram entre duas horas e meia a três horas, devido a um pequeno atraso na decolagem. Contando com o tempo gasto no desembarque e mais os quarenta minutos de espera pela empresa de aluguel de carros que Chris havia reservado, além das duas horas de estrada até minha cidade natal, que é praticamente um ovo com algo entre 300 e 400 habitantes, foram quase sete horas de viagem.O que poderia ter sido resumido em três horas, se tudo tivesse cooperado a nosso favor. Isso sem mencionar a questão da hospedagem. Por ser uma cidade pequena e considerada zona rural, Dublin não tem sequer escolas de ensino médio, quanto mais hotéis e pousadas. Por conta disso, Chris e eu optamos por ficar no Knights Inn Elizabethtown, um hotel simples mas bastante aconchegante, na cidade de Elizabethtown, que é um pouco maior que minha cidade
**Mason Miller**Observo o espaço ao meu redor. Está completamente revirado: móveis quebrados, cacos de vidro espalhados pelo chão, meu computador de trabalho em pedaços num canto da sala. Nem mesmo as grandes janelas de vidro escaparam; estão estilhaçadas desde o momento em que, num ataque de fúria, arremessei meu notebook contra elas.Passo as mãos pelos cabelos, respirando fundo, tentando controlar a raiva que ainda ferve dentro de mim. Sinto-me ofegante enquanto olho o estado do meu escritório. O estrago já estava feito e agora não dava para voltar atrás.Pego meu celular e as chaves do carro, saio do escritório batendo a porta com tanta força que ouço o estrondo ecoar pelo corredor da empresa.— Cancele minha agenda, chame o pessoal da limpeza e diga que quero meu escritório impecável para amanhã. — Digo friamente, parando em frente à mesa da minha segunda assistente, que me olha com medo estampado no rosto. — E senhorita Walter, nenhuma palavra sobre o que ouviu esta manhã, ou p
°°°° Mason Miller °°°°— Você não pode simplesmente se drogar e sair por aí em alta velocidade em busca de uma mulher com a qual você não tem nada, Mason. Não é assim que as coisas funcionam — a voz de Richard ecoa pelo automóvel enquanto ele dirige em direção ao meu apartamento. Bem, digamos que eu não poderei dirigir por algum tempo.Observo o homem ao meu lado enquanto me contenho para não socar sua cara. Richard era um antigo amigo e meu advogado particular há alguns anos, mas, infelizmente, ele tinha a terrível mania de dar palpites não solicitados.— Ela é minha mulher, Richard — digo com voz séria, observando quando seu rosto ganha um tom avermelhado. Ele gargalha enquanto dirige.— Você é rápido, meu amigo. Afinal, pelo que sei, você acabou de terminar um noivado com aquela modelo. Como é mesmo o nome dela? — ele faz uma careta, como se estivesse pensando. — Hawkins, Samantha Hawkins, não é isso? Como pode deixar uma mulher daquela escapar, meu amigo? Aquela ruiva é um verdade
°°°° Christopher Miller °°°°Desde que conheci Lívia há alguns meses, ela tem me intrigado profundamente. O que começou como um flerte inocente numa boate, em um momento de fuga da tristeza pela perda de minha esposa, se transformou em algo mais significativo. Lívia é uma mulher carismática e intensa, capaz de ser dura e fria quando necessário, o que despertou em mim o desejo de conhecê-la melhor. Em pouco tempo, tivemos vários encontros, e sua maneira livre e despreocupada de viver me encantou.Minha atração por Lívia vai além de sua beleza. Talvez seja a forma como ela desafia o mundo ou a combinação de vulnerabilidade e força que ela exibe. Embora nossa situação seja complicada, não pude evitar me sentir atraído por ela. Foi loucura de minha parte, me propor a acompanhá-la ate Dublin e fui tomado por um desejo de protegê-la e estar ao seu lado. A sensação de ser seu porto seguro foi intensa, especialmente ao vê-la abalada pela situação com seu pai.Nas últimas vinte e quatro horas
°°°° Lívia Carter °°°° Eu não sabia como descrever as sensações que tomaram conta de mim quando Chris estacionou em frente à minha antiga casa. Um turbilhão de ansiedade, tristeza, alegria e nostalgia se entrelaçavam dentro de mim, e um aperto no peito me envolvia ao estar de volta a esse lugar carregado de memórias. Meus pais moram na mesma casa há quase quarenta anos. Eles se casaram aqui, e a casa foi uma herança de minha avó, que Deus a tenha. Cresci aqui, e agora, provavelmente, meus sobrinhos devem se reunir nos finais de semana para brincar no imenso quintal que rodeia a propriedade. Uma lágrima solitária escorreu pelo canto do meu olho esquerdo. Chris a enxugou com um gesto suave, seus dedos acariciando minha face com ternura, enquanto seus olhos se fixavam nos meus, prometendo silenciosamente que tudo ficaria bem e que ele estaria ao meu lado em todos os momentos. Respiro fundo antes de sairmos do carro. Chris tranca o veículo e segura minha mão, guiando-me para a entrada