Malom ficou paralisado por um momento antes de seus olhos brilharem de euforia. Seu tio havia acordado. Agora ele teria a chance de fazer com que a mudança na herança fosse revertida.— Estou indo imediatamente! — Disse Malom.Sem perder mais tempo com Renatta, Malom virou-se e caminhou rapidamente até o carro. Poucos segundos depois, arrancou em alta velocidade.Carolina revirou os olhos, soltando um suspiro irritado:— Ele é um maluco mesmo.— Sim. Vamos ignorar isso e dar nossa caminhada. — Respondeu Renatta.Enquanto as duas começavam a andar, Carolina lançou um olhar curioso para Renatta:— Ei, ele parecia estar tentando te conquistar, não?Renatta, com uma expressão tranquila, respondeu sem muita emoção:— Você está imaginando coisas. Eu nem conheço esse homem.— Estranho... Acho que já vi ele em algum lugar antes. Mas com o rosto todo machucado, é difícil reconhecer.— Deixe isso pra lá. Se está com tanto tempo livre para pensar nisso, deveria usar para revisar mais documentos d
O tópico quente que Carolina mencionara anteriormente ainda estava nos mais comentados. Olhando para aquela frase, Renatta mordeu o lábio inferior, incapaz de esconder sua inquietação. Tanto tempo havia se passado, e Lorenzo continuava sem agir. Ele ainda não sabia ou simplesmente havia consentido?Renatta apagou a tela do celular, reprimindo o impulso de ligar para ele e perguntar. Antes de clarear seus próprios pensamentos, o melhor seria não entrar em contato.No outro lado da cidade, na unidade de terapia intensiva do hospital.Após Lertino recobrar a consciência, o médico apareceu rapidamente para avaliá-lo. Nesse momento, os membros da família Amorim chegaram ao quarto.Após concluir o exame, o médico olhou para os presentes e orientou:— Deixem três ou quatro pessoas na sala. O paciente acabou de acordar e precisa de repouso. Os demais, por favor, saiam.Malom deu um passo à frente:— Doutor, como está meu tio? — A princípio, o quadro é estável. Agora, ele precisa apenas de re
Pensando no incidente anterior, em que Lorenzo deliberadamente contratou alguém para atacá-lo, Malom sentiu o sangue ferver. Soltou um leve resmungo e virou o rosto, evitando olhar para ele. Percebendo a tensão palpável entre os dois, Lertino estreitou os olhos, pensativo, antes de dizer: — Lorenzo, você chegou.Lorenzo sentou-se com uma expressão impassível:— Soube que acordou. Vim vê-lo. — Ouvi de Ademir que você assumiu o comando do Grupo Amorim. — Comentou Lertino. — É temporário. — Respondeu Lorenzo com indiferença. Lertino franziu a testa. Aquilo significava que Lorenzo pretendia devolver o controle assim que ele se recuperasse? Não era o que queria. Finalmente tinha decidido transferir o Grupo Amorim para Lorenzo e não daria margem para ele recuar. — Não precisa devolver. Cuide da empresa com dedicação. Depois dessa doença, percebi que meu corpo já não é o mesmo. Gerir a companhia tem se tornado uma tarefa pesada demais para mim. — Disse Lertino.Antes que Lorenzo pud
— Sr. Lorenzo, a Srta. Lígia desmaiou de repente em casa! — Relatou Edgar.O rosto de Lorenzo mudou imediatamente. Ele perguntou com um tom frio:— O que aconteceu? Por que ela desmaiou de repente? — A empregada disse que ela estava almoçando, quando gritou de repente, reclamando de uma dor de cabeça, e logo depois começou a se contorcer no chão. Não demorou muito para perder a consciência. Ela ficou com medo de tocá-la e chamou uma ambulância. — Estou indo para lá agora!Quando Lorenzo chegou ao hospital, os médicos ainda estavam examinando Lígia. A empregada parecia desesperada. Assim que o viu, correu em sua direção:— Sr. Lorenzo, a jovem senhorita desmaiou de repente, eu não faço ideia do que aconteceu... Lorenzo manteve o semblante sério:— Entendi. Pode voltar para casa. Eu cuido do resto aqui. A empregada balançou a cabeça com pressa:— Não. Prefiro esperar aqui. Se precisarem de alguma coisa, estarei por perto. Lorenzo ponderou por um momento e concordou com um leve
Com um tom gelado, Lorenzo interrompeu:— Chega. Todos vocês, saiam. Larissa mordeu o lábio, tentando conter a irritação. A atitude de Lorenzo, claramente protegendo Renatta, a incomodava profundamente. No entanto, ela sabia como disfarçar seus sentimentos rapidamente. Em poucos segundos, recuperou a postura e esboçou um sorriso:— Certo, vou indo. Deixo Dr. Levi aqui para acompanhar você enquanto Lígia não acorda. Sem esperar resposta, Larissa virou-se e saiu com passos firmes. Renatta olhou para Lorenzo e falou em tom baixo:— Me avise quando Lígia acordar. — Sim. Saindo do quarto, Renatta avistou Larissa parada a alguns metros, com uma expressão altiva no rosto. Nada surpresa, Larissa se aproximou devagar:— Srta. Renatta, você e Lorenzo já terminaram. Usar a desculpa de visitar Lígia só para se encontrar com ele... Isso é mesmo falta de vergonha.Larissa nunca considerara Renatta uma ameaça real. Mas o fato de Lorenzo ainda ter sentimentos pela outra a deixava incomodada.
— Não quero que essa questão tenha qualquer ligação com a família Cabral. — Acrescentou Larissa. Abelo assentiu com a cabeça e ergueu a taça de vinho:— Então, que seja uma parceria bem-sucedida! Larissa, no entanto, não lhe deu atenção. Levantou-se e saiu sem cerimônia. Abelo, acostumado com o jeito altivo dela, não se incomodou. Afinal, Larissa sempre fora assim, e tinha motivos de sobra para sustentar sua postura orgulhosa.Logo após sua saída, um de seus subordinados entrou na sala privativa:— Sr. Abelo, a Larissa contratou o Dr. Levi para tratar da Lígia.Ao ouvir aquilo, Abelo soltou uma risada fria:— Essa mulher realmente não mede esforços. Com o Levi envolvido, se a Lígia não morrer nas mãos dele, já é lucro.Para ele, no entanto, essa possibilidade tinha até um lado positivo. Se Lígia morresse, a família Timelo perderia qualquer ameaça que ainda pudesse oferecer. O subordinado, ainda de cabeça baixa, acrescentou:— Parece que o Levi já fez dois atendimentos. A Lígia es
Carolina ficou paralisada por um instante, mas logo franziu o cenho. Se antes ela conseguia se convencer de que Wade a acompanhara no exame pré-natal apenas por ser um parceiro de negócios, agora, com aquelas palavras, não havia como continuar se enganando. — Sr. Wade, não sei se é um impulso momentâneo ou se há alguma outra razão, mas, no momento, não tenho intenção de começar um relacionamento. Na verdade, ela não pretendia se envolver com ninguém, nem agora nem nunca mais. A experiência amarga com homens como Breno e Roberto havia lhe tirado toda a fé no amor. Hoje em dia, ela simplesmente não tinha mais interesse. Wade ficou em silêncio por alguns segundos antes de dizer algo que quase fez Carolina pular da cadeira:— Se você preferir, podemos pular essa etapa e ir direto ao casamento. Carolina estava bebendo água no momento e, ao ouvir aquilo, acabou cuspindo tudo no rosto de Wade.Vendo a expressão nada amigável dele, Carolina largou o copo apressada, pegou alguns guardan
— Hum. — Renatta respondeu, distraída. Depois que Carolina subiu, Renatta ficou mais um tempo revisando documentos. Nos dois dias seguintes, ela manteve-se à espera de notícias do Ratinho. Na manhã do terceiro dia, uma notificação apareceu em sua caixa de entrada. Renatta rapidamente abriu o e-mail. No início, sua expressão era serena, mas, conforme lia, suas sobrancelhas foram se franzindo cada vez mais. Levi era, de fato, um hipnoterapeuta relativamente renomado no exterior. No entanto, sua reputação entre os pacientes era controversa. Alguns elogiavam sua habilidade médica, enquanto outros o criticavam severamente, dizendo que ele não tinha ética e não era digno de exercer a profissão. As críticas negativas estavam quase todas relacionadas ao método de tratamento de Levi, que muitas vezes envolvia estímulos extremos e, em alguns casos, até agressões físicas leves. Havia relatos de pacientes que saíram de suas sessões completamente devastados, mas também muitos que haviam sid