QUARTO CAPITÚLO
Maria, Jane e Chico seguem a mãe que leva Larissa pela mão ate a cozinha a fim de preparar algo para ela comer.
Puxa uma cadeira coloca a menina sentada e volta-se para o fogão atarantado em fazer o lanche para a garota.
Prepara rapidamente um lanche um suco e quando se vira fica surpresa, pois cadê a garota.
Caminha ate a porta e ao olhar para fora vê a cena, mais incrível de sua vida, sentada embaixo de uma enorme arvore esta Larissa brincando alegremente com algumas borboletas que voam sob sua cabeça.
Ela vai ate a menina e entrega a comida virando-se em seguida para retornar para dentro de casa simplesmente extasiada, pois o que acabara de ver estava lá no desenho que Maria havia lhe mostrado.
Ao entrar na cozinha esta Maria e seus amigos sentados com ar de preocupados meio que temerosos com a reação de Pietra.
Ela os olha como se não tivessem ali e passa seguindo rumo ao quarto dizendo apenas que estou com muito sono.
Os três se entreolham e sorriem, mas um sorriso meio assustado, pois sabem que o que esta havendo é muito serio e não têm como evitar, pois tudo já estava escrito.
Pietra se recolhe meio aturdida com os fatos que acabara de presenciar e cobrindo o rosto com as mãos fecha olhos imaginando a cena que acabara de ver.
Fica assim por algum tempo ate conseguir dormir, pois esta muito tensa e precisa dormir, descansar e assim quando acordar vai ver que foi tudo imaginação.
No entanto os três seguem rumo ao jardim onde Larissa terminara de comer e brinca alegremente com as borboletas que pousam sob sua cabeça, seus braços, flutuando de um lado para o outro e retornando as mãos de Larissa que se levanta e começa a correr entre as arvores seguida pelas borboletas que aumentam a cada passo que ela dá.
Maria, Jane e Chico a seguem se divertindo com as gargalhadas de Larissa que apanha as borboletas assopram-nas fazendo as se transformarem em pequenas plumas que cobrem todo o jardim.
Os três mergulham entrem as plumas que vão se esvaindo e sumindo ao leve toque do vento.
Der repente tudo para Larissa fica imóvel no lugar, o vento assopra veloz quase carregando Chico que voa rápido para os braços de Maria que o segura bem forte e corre se esconder atrás de uma arvore gigante para se proteger da corrente que leva o vento não se sabe para onde.
Neste turbilhão de acontecimentos eles não percebem que Larissa simplesmente sumiu, assim que o vento acalmou olharam em direção ao local que Larissa estava e qual não foi à surpresa.
Onde esta Larissa?
Afinal o que houve!
Olhavam um para outro querendo entender o que havia acontecido e não conseguiam decifrar o enigma.
Pietra que acordar levanta-se e caminha procurando por Maria e Larissa e meio atordoada ainda segue rumo ao jardim e fica perplexa ao ver os três discutindo em voz alta.
Cadê Larissa?
Onde ela foi parar.
Por que não nos avisaram do que iria acontecer?
Afinal Maria o que aconteceu?
O que houve com Larissa?
Mamãe eu não sei, só sei que ela estava brincando com as borboletas e der repente tudo mudou. Passou um vento forte que quase carregou o Chico e depois Larissa havia sumido.
Como sumido garota, ela deve estar em algum lugar.
Vamos procurá-la talvez tenha passado mal e esta caída em algum canto por ai.
Mas mamãe primeiro ela ficou parecendo uma estátua, depois simplesmente sumiu.
Pietra se junta aos três e reviram o jardim de ponta a ponta e nada de Larissa voltam para dentro e vasculham toda casa e nada da menina, exaustos eles sentam na varanda olhando para fora procurando uma explicação.
Der repente Jane arregala os olhos e cutucando Maria mostra uma pequena pluma flutuante que segue rumo ao riacho que passa logo abaixo da casa.
Maria vai sair correndo, quando Pietra a segura e pergunta o que houve Maria?
Olha mamãe uma pluma!
Mas o que tem uma pluma?
Mamãe antes de Larissa sumir havia milhares delas no jardim ate que o vento passou e elas desapareceram.
Espere Maria antes de seguir a pluma venha cá.
Mas mamãe o que você quer.
Venha Maria apanhe esta folha e comece a desenhar. Tem razão mamãe.
Maria apanha a folha de papel e respinga alguns pingos de tinta sobre o papel que vai se transformando numa pintura com paisagens por onde se segue uma pequena trilha com um riacho no fundo e bem longe já a figura de uma menina que nada mais é Larissa.
Veja Maria aqui esta o caminho que Larissa esta seguindo, vamos seguir que a encontraremos.
Não mamãe espere, apanha uma nova folha de papel e repete o mesmo ritual respingando algumas gotas de tintas sob o papel esperando a reação.
Surpresa, a garota sumiu, mas a frente da trilha havia uma pequena casa e de dentro neste minuto saia uma mulher que se recostava na parede e chorava desconsoladamente.
Meu DEUS por que será que chora tanto!
Maria novamente pega outra folha e respinga a tinta e der repente vê Larissa chegando a casa onde à mulher esta a chorar.
E no instante que a mulher levanta os olhos e vê a garota ela sai correndo ao encontro da menina que se acomoda nos braços da mulher que nada mais e do que sua mãe.
Os três se olham e resolvem esquecer que Larissa passou por ali, já que agora sabiam que ela estava em casa junto com sua mãe.
Voltam para dentro felizes por Larissa ter reencontrado sua mãe,
Mas tristes por não terem mais a presença da menina ali. E preocupados, mas ainda por não saberem o que de fato aconteceu com ela para ter fugido de casa.
Larissa atira-se nos braços da mãe que chora copiosamente ao tomar a filha nos braços, pois sabe que os problemas vão recomeçar.
O pai esta totalmente tomado de amores pela professora e abandonara de vez a família sem sequer querer saber do paradeiro da garota que havia desaparecido, os meninos não param mais em casa vivem a solta de um lado para outro sem querer saber de escola nem de afazeres na casa ou no pequeno sitio.
Dona Diva leva Larissa para dentro e reprimindo as lagrimas não se cansa de abraçar a garota que soluça baixinho no colo da mãe.
Depois de algum tempo elas se olham, olho no olho e então criam coragem para falar sobre os fatos que causaram toda aquela confusão.
Mamãe onde esta papai?
O que realmente houve, mamãe me diz, por favor.
A mãe entristecida sem muito animo começa a falar.
Filha preste atenção depois das crises de histerismo de agressividade que na verdade começou naquele dia que ele brigou com você, lembra-se. Sim mamãe, como me lembro.
Então a partir daí ele se transformou em outra pessoa e passou a tratar eu e os meninos de qualquer jeito abandonando o trabalho, não se preocupando com mais nada a não ser em se arrumar e sair ao encontro de sua professora.
Toda vez que tentava falar alguma coisa ele me batia e dizia para calar a boca, pois não tinha o direito de reclamar de nada, já que não era mais nada para ele.
Mamãe por que ele mudou tanto assim?
Afinal o que aconteceu com a cabeça dele!
Não sei meu bem, pois nem de você ele perguntava não se preocupou uma única vez em ir atrás de você.
Muitas vezes pedi, por favor, que fosse atrás de ajuda para achar você,pois não tínhamos noção do que havia acontecido, ele simplesmente dizia.
Se ela foi embora é problema dela, não tenho que perder o meu tempo atrás de uma garotinha qualquer.
E sem ao menos esperar fez as malas e foi embora.
Enquanto Larissa e sua mãe tentam por os últimos acontecimentos desde a data do desaparecimento da menina em dia, Maria e sua boneca deixam Pietra atarantada com seus afazeres achando que com a ida de Larissa havia acabado aquela história.
Pobre Pietra mais uma vez estava enganada, mal sabia que tudo estava recomeçando.
Maria apanha a boneca e sai em direção ao jardim para brincar, o papagaio Chico adormece em seu poleiro, pois se dizia estar muito cansado precisando tirar uma soneca.
Maria senta a sombra de uma arvore com a pequena Jane no colo e apanhando um galho seco no chão começa a fazer riscos totalmente desconexos, sem intenção nenhuma de formar qualquer figura.
Der repente para e olha para o rosto da boneca que começa a falar.
Maria ate que enfim você entendeu!
Do que você esta falando?
Veja Maria o que você desenhou no chão.
Maria sorri carinhosamente para a boneca que continua a tagarelar.
Veja Maria, veja Maria.
Maria sente o olhar de Jane fixo nos rabiscos feitos por ela, mas não consegue entender o significado que a boneca tenta lhe mostrar.
Então sem pensar muito passa a mão por cima apagando tudo sem se preocupar que a boneca gritava, pare Maria, pare Maria.
Mas assim que terminou de apagar olhou para frente e novamente o senhor de barba a espiava com um sorriso meio matreiro e foi logo dizendo:
Porque você não prestou atenção no que fazia?
Como assim assustada Maria perguntou?
Maria minha criança você acabou de desenhar traços de uma história que você não sabe o final, mas que faz parte dela.
De que história esta falando?
Da história de Larissa;
Mas Larissa foi embora.
Sim... Larissa foi embora, mas vai voltar, pois precisa muito de vocês.
O velho senhor apanha as mãos da garota coloca novamente um pequeno galho nas mãos da menina direcionando-a recomeçar os desenhos. Maria impulsivamente sente as mãos trabalhar sem que tenha que fazer qualquer esforço. E ao terminar olha do lado e fica surpresa novamente, pois o velho senhor havia sumido como num passe de mágica, então se atenta a fixar os olhos no chão e perplexa fala a Jane. Veja! Veja! O que esta ai...
Sim Maria era exatamente isto que estava tentando lhe mostrar antes, mas você não prestou atenção.
Vou chamar mamãe ela tem que ver isto.
Não Maria volte não vai entender.
Mas a menina havia desaparecido por entre as arvores deixando a boneca desesperada a chamar por ela.
Enquanto Maria sai correndo a boneca sabe que tem que apagar antes que Pietra veja, pois sabe que isto a deixaria muito preocupada.
Antes de apagar analisa novamente o desenho e fala baixinho consigo mesma. Meu DEUS ISTO NÃO É POSSIVEL.
Nos rabiscos de Maria mostra algo como alguém espancando e violentando ao mesmo tempo uma garota é quase invisível mais se olhar com bastante atenção percebe a cena como um enigma a decifrar. Pequenos riscos na horizontal demonstram claramente alguém
Esticado no chão e um risco a parte, mas parece um chicote embaixo de chapéu que representa a figura de homem e ainda existe algo imóvel que se identifica com a figura de uma mulher.
Jane apaga tudo rapidamente e quando Pietra aproxima fica furiosa com Maria.
Quer dizer que me chamou aqui para ver isto!
Não mamãe havia figuras ai.
Maria não existe nada a não ser um monte de poeira.
Você apagou para mamãe não ver pergunta Maria à boneca.
Jane finge-se de surda e toda encolhida faz de conta que esta dormindo.
Maria então apanha outro galho e tenta novamente reconstruir o desenho, mas qual nada desta vez não funciona.
Pietra sai esbravejando com a garota que pega a boneca no colo e dá lhe uma bela de uma bronca.
Porque fez isto?
Vamos responda.
Porque apagou o desenhou?
Maria calmamente a boneca fala sua mãe não poderia entender e isto só iria piorar as coisas, temos que agir o, mas rápido possível, mas você sabe tem coisas que são inevitáveis.
O que você quer dizer com isto.
Maria cada pessoa tem o seu destino aqui para cumprir e talvez este seja o destino de Larissa e então ela terá que viver para poder mudar o rumo de sua vida, e nos podemos amenizar nada mais do que isto.
Mas Jane isto não é certo.
Neste momento o velho senhor aproxima-se das duas e colocando a mão na cabeça de Maria diz;
Você já ajudou muito agora terá que ser paciente e esperar à hora de entrar em cena, pois Larissa vai precisar muito de você.
Falando o senhor apagou a imagem da cabeça da menina distraindo-lhe atenção para Chico que se achegava ao grupo.
Oi garotas estão com saudades!
Já tirei uma soneca agora voltei.
O que quer aqui?
Brincar com vocês.
Mas estamos ocupadas com...
Maria ia dizer alguma coisa que der repente falhou e sem perceber ela sorriu para Chico que piscou para Jane e acenou para o velho senhor que sumia no meio de uma nuvem.
QUINTO CAPITÚLOOs três saíram correndo em meio as jardim rindo das borboletas que flutuam livremente por entre as flores, Jane e Chico disfarçam a tensão do momento, pois sabiam que aquilo nada, mas era do uma lição de vida. E sabiam que Maria na sua inocência não iria entender que certos fatos que acontece na vida, já trazemos conosco ao nascerE que o tempo aqui no chão nada mais é do um aprendizado e muitas das vezes podemos amenizar, mas jamais mudar o que já veio de outra vida.Assim nascemos e assim morremos como seres vivos que trazem o seu caminho na bagagem quando aqui chegam.E este era o destino de Larissa uma linda menina que nasceu numa casa feliz
SEXTO CAPITÚLOE bem ai que começa o martírio de Larissa e sua mãe que passam a ser tratadas como escravas de Vera e do próprio pai.Sorrindo os dois sentam-se perto de Diva desmaiada no chão e aguardam pacientemente que ela desperte.Larissa encolhida num canto da cozinha soluça copiosamente seu medo, seu pavor, todo o horror daquela cena que fere tudo de bom que havia vivido todos os primeiros anos de sua vida.Os dois sorriem felizes e cientes das maldades que certamente iram fazer contra as duas.Larissa tenta se aproximar da mãe, mas é impedida pelo pai que a ameaça dizendo:Nem tente se aproximar desta ai ou será pior para as duas.Depois de algum tempo
SETÍMO CAPITÚLOAs duas se apressam, enquanto uma cuida de limpar as sujeiras feitas pelos seus carrascos, à outra vai para cozinha cuidar da comida.A ansiedade as faz trabalhar sem reclamar sem sequer sentir canseira, Larissa lembra-se dos dias que passará na casa de Pietra e sorri ao se lembrar do rostinho de Maria que dizia que seu anjo estava sempre presente cuidando dela.Lembra-se também do papagaio e de Jane que nunca fala nada, mas que Maria dizia que ela sabia de tudo.Então der repente sua mente começa a analisar tudo que aconteceu nos últimos tempos, de tudo que tem vivido e uma imagem surge do nada em sua cabeça.Em meio aos gritos do pai que entra neste momento e a vê parada aparec
OITAVO CAPITÚLOMaria, Maria acorde, vamos Maria acorda, anda, rápido veja o que esta havendo!Hã... Hã... O que foi, deixe-me dormir!Maria acorda, vamos deixa de ser preguiçosa e acorda, vamos menina temos uma missão para cumprir.Maria abre os olhos vagarosamente, espreguiçando toda sobre a cama, mas novamente ouve a vozinha de Jane que grita.Vamos Maria, não temos muito tempo, venha depressa, tem que ser agora. Vamos Maria antes que seja tarde demais.Maria senta na cama esfregando os olhos e olha para a boneca do seu lado que continua falando na sua linguagem, venha Maria eu sei que você me ouve, e me entende, portanto não se faça de boba e venha comigo agora.
NONO CAPITÚLOChico voara algum tempo em busca de um lugar seguro para passarem a noite e acabara na cabana, ou melhor, no que sobrara da cabana e dá de cara com Maria dormindo suavemente, feito um anjo com a pequena Jane nos braços. Acomoda-se ao lado da garota mansamente procurando não acordá-la, pois percebe que ela esta muito cansada e precisa descansar.Logo depois nota que tem mais alguém ali, além deles surpreso vê os garotos deitados logo adiante enrolados num cobertor, bem no meio da cabana.Chico vai ate lá e fica emocionado ao lembrar-se da cena desenhada por Maria do fogo que consumia a cabana e da nuvem que cobriu todo o lugar com a neblina branca, salvando a vida
DÉCIMO CAPITÚLOO vento começa a soprar balançando os galhos das arvores ao redor da casa, pela janela entreaberta percebe-se as folhas secas que flutuam pelo ar levadas não se sabe para onde, pois o vento derruba ate mesmos os galhos mais frágeis jogando os ao chão.Os garotos se encolhem num canto apavorados, Maria pula para o colo da mãe que afaga a garota carinhosamente.Mamãe... Mamãe estou com medo e preocupada com a Larissa, pois a gente não sabe como ela esta, nem onde esta.Neste momento o papagaio Chico aproxima-se e pegando o pincel põe diante de Maria insinuando a ela o que deve fazer.Maria amedrontada devido ao barulho da chuva que cai fortemente lá fora, mesmo
DÉCIMO PRIMEIRO CAPITÚLONa casa de Maria, Pietra continua assustada com as imagens que se formam no desenho de Maria.Vêem tudo que acontece com as duas, e ficam aliviadas ao verem as duas agasalhadas dentro da arvore.Sentem que pelo menos por enquanto elas estão seguras e amanhã será um novo dia.Maria pula no colo da mãe dizendo estou com fome, e os garotos também devem estar.Venham vou preparar algo bem gostoso para vocês comerem, enquanto isto quero um, a um para o banho, Maria você aproveita e leva Jane com você, e Chico vai ate o tanque que vou abrir a torneira para que também se lave.E tem mais não quero ninguém resmungando, portanto sigam em frente, vou dar ordens na cozinha para o lanche e vou ajudar vocês.Chico sai sorr
DÉCINO SEGUNDO CAPITÚLOO velho Senhor continua ali por toda noite sentado com aquela folha de papel e o tinteiro na mão, pintando as cores do amanhã, ou pelo menos o que Ele queria que fosse as cores do amanhã.Mas sabe que o amanhã, cada um faz o seu, ou trás o seu dentre os pertences que lhe é dado.E o velho senhor sofre, pois tem pena daquela família, que fora destruída pela imoralidade, pelos devaneios inconseqüentes de uma pessoa vil, e inescrupulosa. Ele lamenta as desventuras de um mundoPerdido, de um mundo envolto no egoísmo, no qual o homem se lançou.Ele desenha o hoje, ele desenha o ontem, e prefere não continuar no amanhã, pois espera que mude, espera que