Katherine
- Há alguma chance de ele já ter partido? - Pergunto para Gustavo, já quase sem fôlego, enquanto descemos os degraus da escada estreita de pedra que leva até os estábulos.
- Sim, há essa possibilidade, mas eu duvido muito. - Ele responde, segurando minha mão com força quando começamos a descer o último lance de escadas, que eu já estava começando a achar que era infinita.- Para o bem do seu pai, Gustavo, acho melhor que não. - Falo assim que chegamos em frente às pesadas portas que nos separam dos estábulos.Empurro as portas sem pensar duas vezes e entro no amplo espaço onde guardamos nossos cavalos. As vigas de madeira e o chão coberto de palha dão ao lugar um ar especial, faz com que eu quase sinta que não estou mais em um castelo.Desde que retornei à Lorien, eu ainda não tinha decido aqui,LorenzoSento-me na poltrona que fica de frente para a lareira, onde um fogo suave a acolhedor crepita, apesar do calor que está fazendo, e deixo meu corpo relaxar pela primeira vez em dias, apesar de saber que essa sensação é apenas momentânea.- Por que estamos todos aqui? Não deveria ter alguém com ela? - Eduardo, largado de qualquer jeito na poltrona ao lado da minha, questiona.- Deveria, sim, mas ela é a Katherine. - Jaxon, que não é muito de falar, e muito menos de reclamar, senta-se
LorenzoSento-me na poltrona que fica de frente para a lareira, onde um fogo suave a acolhedor crepita, apesar do calor que está fazendo, e deixo meu corpo relaxar pela primeira vez em dias, apesar de saber que essa sensação é apenas momentânea.- Por que estamos todos aqui? Não deveria ter alguém com ela? - Eduardo, largado de qualquer jeito na poltrona ao lado da minha, questiona.- Deveria, sim, mas ela é a Katherine. - Jaxon, que não é muito de falar, e muito menos de reclamar, senta-se na poltrona que fica do meu outro lado, um copo de whisky nas mãos.- O que quer dizer com isso? - Questiono, passando as mãos por meus cabelos ainda úmidos após o banho.- Que ela é tão teimosa quanto você. - Jaxon bufa, frustrado, mas consigo perceber uma nota de admiração em seu tom de voz. - Ah, e e
Katherine - Por favor, não vá. - Peço, as lágrimas que foram se acumulando em meus olhos nos últimos minutos, que passamos nos beijando, nos abraçando e dizendo que nos amamos, escorrendo livremente por meu rosto. Inferno. Em pensar que, um tempo atrás, antes de vir para essa ilha do caralho onde tudo o que fazem é me usar ou querer me matar, eu conseguia me manter firme o suficiente para não chorar e agora tudo o que faço é exatamente isso, chorar. Minha avó me fez prometer ser forte, eu queria ser forte por ela, pela memória de uma Eleonora indestrutível, fiz tudo o possível para ser assim, para ser como ela, mas eu simplesmente não consigo. - Não me peça isso, Kat. - Lorenzo limpa as lágrimas de meu rosto, afastando alguns fios de meu cabelo presos em meus cílios. - Não te pedir isso? Como posso não te pedir isso, porra? Você é parte de mim, Lorenzo. Não quero que se coloque em perigo por uma pessoa, por um rei, tão mesquinho quanto meu pai. Não vale a pena. Não vale a sua vid
Katherine- Por favor, não vá. - Peço, as lágrimas que foram se acumulando em meus olhos nos últimos minutos, que passamos nos beijando, nos abraçando e dizendo que nos amamos, escorrendo livremente por meu rosto.Inferno. Em pensar que, um tempo atrás, antes de vir para essa ilha do caralho onde tudo o que fazem é me usar ou querer me matar, eu conseguia me manter firme o suficiente para não chorar e agora tudo o que faço é exatamente isso, chorar.Minha avó me fez prometer ser forte, eu queria ser forte por ela, pela memória de uma Eleonora indestrutível, fiz tudo o possível para ser assim, para ser como ela, mas eu simplesmente não consigo.- Não me peça isso, Kat. - Lorenzo limpa as lágrimas de meu rosto, afastando alguns fios de meu cabelo presos em meus cílios.- Não te pedir isso? Como posso não te pedir isso, porra? Você é parte de mim, Lorenzo. Não quero que se coloque em perigo por uma pessoa, por um rei, tão mesquinho quanto meu pai. Não vale a pena. Não vale a sua vida. -
Katherine Termino de comer a terceira, ou quarta, fatia de bolo de chocolate que Anne me obrigou a consumir e solto um suspiro, minhas mãos se fechando imediatamente ao redor de uma caneca enorme de café que ela coloca a minha frente. - Não há a menor chance de isso dar certo. - Anne fala, seus lábios franzidos de preocupação, seu olhar me repreendendo e dizendo que estou fazendo tudo errado. - Como não, Anne? - Tomo um gole do café, sentindo-me melhor imediatamente. - O povo, o meu povo, precisa ver quem os governa. - Digo, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. - Por que acha isso? Por que acredita tanto que “seu povo” precisa te ver que vai colocar sua vida em risco? - Olho para Alicia, perguntando-me, pela milésima vez, por qual motivo resolvi contar meus planos na frente dela. - Olha só, não palpita. Não era nem para você estar ouvindo isso. - Retruco, como uma criança. - Eu não pedi para ouvir. - Ela joga os cabelos por cima dos ombros, mas noto que suas bochechas co
Katherine - Você não deveria estar dormindo, princesa? - Ergo o olhar do monte de feno que estou encarando há horas e vejo Jaxon, o herdeiro mais velho de Lallybroch, andando em minha direção, um amplo sorriso em seu rosto. - Ah, peço desculpas. As vezes me esqueço que agora você é, tipo assim, a rainha da porra toda. - Ele pisca para mim. Jaxon Lallybroch nunca foi exatamente uma pessoa muito falante. Ele é, na verdade, o mais silencioso dos irmãos, então não consigo evitar sorrir de sua brincadeira, feita, obviamente, com esse intuito. - Acho que estou mais para rainha de merda nenhuma. - Brinco de volta, voltando a encarar o feno. Mais um motivo para eu não ter conseguido dormir nessa última semana, é que aquele sonho que tive com Boonie, aquele em que estávamos na escola e dois lobos apareciam para nos matar, não para de aparecer para me visitar todas as noites. Nos primeiros dois dias meu quarto ficou coberto de sangue, assim como o quarto na casa da minha avó, mas agora as c
AliciaOs estalos da lenha queimando na fogueira alta, erguida por alguém que com certeza sabia o que estava fazendo, faz com que eu me lembre de minha casa, das noites em que eu e meus irmãos nos reuníamos ao redor da fogueira e ficávamos contando histórias de terror para assustar os mais novos.Minha vida não foi sensacional quando eu vivia em Wentworth, ela era na verdade, bem difícil, considerando que meus pais pareciam odiar todos nós, mas entre irmãos nós nos amávamos.Sinto falta desses momentos, de quando ficávamos sozinhos e, mesmo vivendo praticamente na miséria e tendo que trabalhar por horas a fio em serviços pesados, nós conseguíamos sorrir, conseguíamos ser felizes na companhia um do outro.Apesar de sentir essa saudade toda, no entanto, não tenho coragem de procurar por nenhum deles. Eu ainda os amo, mas arde em mim uma pontinha de ressentimento pela forma em que fui expulsa da família. Eles não me ajudaram quando eu mais precisei deles e eram minha família, então não h
EduardoAssim que Lorenzo e Antônia saíram correndo da biblioteca, como se estivessem indo salvar o pai da forca, algo que meu irmão realmente está indo fazer, troquei algumas palavras com Jaxon, que imediatamente voltou a ficar quieto e taciturno, fechado em seu mundinho próprio e sombrio, e então decidi vir ver como está Alicia.Sem brincadeiras, Ali não sai do quarto desde que brigou com Katherine depois da princesa de Ravengarden descobrir como Boonie realmente morreu, ou pelo menos como deveria ter morrido.Claro que se eu tivesse feito a mesma coisa que ela também estaria na minha, tentando ao máximo ficar longe do caminho de Kat, que agora descobriu que é fodona, mas Alicia está se comportando como um troll, ou um duende, quem sabe um elfo maligno, ou qualquer ser mitológico ranzinza que exista, sempre fechada na sua “toca”.Não sei porque ela simplesmente não vai embora, não entendo porque não sai daqui e volta para o castelo de Lallybroch, onde ela com certeza seria bem receb