Ele achava a Mônica uma pessoa incrível, inteligente e atenciosa. Mas se o filho disse que já tinha alguém, não havia mais o que ele pudesse fazer. Conrado suspirou, desanimado. Que pena. Ele realmente acreditava que tinha encontrado a parceira perfeita para o filho, mas parecia que o destino tinha outros planos. …Naquela noite, depois de ouvir as palavras de Conrado na churrascaria, algo despertou dentro de Mônica. Era como se tivesse finalmente entendido o que precisava fazer. No dia seguinte, ao chegar na empresa, ela estava determinada. Os cinco novos funcionários, recrutados das filiais de Cidade C e Cidade A, rapidamente se apresentaram no Grupo Pimentel e foram integrados ao Departamento de Reguladores. Mônica não perdeu tempo: distribuiu tarefas, estabeleceu prazos e deixou claro que o trabalho seria intenso. Nos dias que se seguiram, o ritmo dentro do Grupo Pimentel mudou completamente. Era impossível não notar os novos integrantes do departamento indo e vindo entre o
— Entendido! Desde que o Departamento de Reguladores começou a trabalhar, a rotina dos funcionários se tornou uma verdadeira maratona. Cada dia era uma corrida contra o tempo, revisando documentos e cruzando informações, temendo que qualquer atraso pudesse resultar na perda de dados importantes. Alguns, inclusive, chegaram a dormir na empresa para não deixar nada escapar. Por outro lado, o dia a dia do departamento tinha um pequeno luxo: uma equipe de suporte culinário. As refeições eram entregues diretamente, bastava um telefonema, e em dez ou quinze minutos, o pedido chegava. — Estamos exaustos, mas isso aqui é um paraíso! — Comentavam, entre risadas, enquanto saboreavam seus pratos. Apesar da atmosfera de camaradagem, Mônica sentia o peso de cada documento que analisava. Quanto mais investigava, mais alarmante era o que descobria. Ela achava que o Grupo Pimentel tinha apenas uma estrutura complexa, cheia de interesses conflitantes. Mas, ao ver os números e as transações ab
— Você está me ameaçando? — A voz de João subiu de tom, seu rosto ficou lívido. — Como eu ousaria? Nesse instante, a secretária ao lado de João sugeriu com diplomacia: — Sr. João, vamos subir. Estão todos esperando por nós. João lançou um último olhar fulminante para Mônica. Ele apertou os punhos, virou-se abruptamente e saiu com passos largos. — Esse é o famoso João? Parece mesmo difícil de lidar! — Comentou Emma depois que ele se afastou. — Você viu os olhos dele? Aqueles olhos fundos e estreitos... Esse tipo de gente é traiçoeira. Ele ficou realmente irritado. Mô, acho melhor você tomar cuidado nos próximos dias, viu? Mônica deu um sorriso leve, sem demonstrar preocupação. Medo? Por quê? Seu chefe era Rubem. Se algo acontecesse, Rubem daria um jeito. …Depois de uma semana puxada, finalmente era fim de semana. Mônica planejava descansar, mas recebeu uma ligação da matriz da BC. Precisava buscar o carro que havia ganhado em uma promoção. Caso contrário, o prêmio seria
— Não, ganhei em um sorteio. — Respondeu Mônica.Mônica contou toda a história para ele e, depois de uma pausa, acrescentou:— A Emma ia vir comigo, mas a tia dela ligou no meio do caminho. Então precisei deixá-la lá.Lucas soltou um suspiro discreto de alívio. Ainda bem que aquela garota não veio. Ele só conversava com Emma por consideração à Mônica, mas, na verdade, não tinha o menor interesse. Além disso...Enquanto pensava nisso, o celular em sua mão começou a vibrar. Era um número familiar. O mesmo que já tinha ligado inúmeras vezes nos últimos dias. Ele franziu o cenho e desligou o aparelho sem pensar duas vezes.— Por que não atende? — Mônica olhou de relance para o celular dele e conseguiu ver o nome “Princesinha” piscando na tela. Na mesma hora, caiu na risada. — E ainda diz que não tá namorando? Tá escondendo de mim, é?— Não é nada disso. É só uma amiga. — Lucas tentou se justificar.— Ah, é? E desde quando você tem uma amiga chamada “Princesinha”? — Mônica perguntou, com um
A escola não era pobre, mas eram bem mão de vaca. Esse dinheiro foi o que ele ganhou fazendo uns "bicos". Lucas fez um som de concordância e continuou:— Foi por causa do meu desempenho. Minhas notas são excelentes, estou entre os cinco melhores da escola. Além disso, participei de um projeto de pesquisa que deu muito certo, então a escola decidiu me dar um bônus.— Olha só, tá bem melhor que eu na sua idade. — Comentou Mônica, com um sorriso no rosto. Lucas sempre foi muito inteligente, ela sabia disso desde pequeno. Era muito melhor do que Noêmia, com certeza.Os três irmãos pareciam todos promissores. Pelo menos, nenhum deles virou um perdido na vida.Mônica, por sua vez, já tinha acumulado um bom patrimônio. Tinha alguns milhões investidos, duas propriedades herdadas de Marcelo e Ronaldo, além de uma pequena participação na empresa de Ronaldo. Poderia muito bem ser chamada de uma "pequena ricaça".Mesmo assim, ao ver Lucas tão preocupado com a mãe, ela decidiu não dizer nada. Levo
— Eu sabia que estava reconhecendo aquele rosto! Só podia ser ele, com essa pele tão escura! — Resmungou Íris, irritada. — Muito bem, aquela vagabunda tá mesmo jogando com dois ao mesmo tempo! Agora tá dando em cima do Lobo!Ela estava furiosa. Aquele idiota do Lobo não tinha o menor senso! Será que ele não percebia o quanto a “namorada” dele era uma falsiane? Bonita? Bonita o quê! Não chegava nem aos pés dela, nem a um milésimo!Quanto mais olhava para as roupas deles, combinando nas cores, mais raiva Íris sentia.De repente, um homem com uma camisa amarrada na cintura passou ao lado dela. Íris o puxou pelo braço, arrancou a camisa dele e enfiou um maço de dinheiro na mão do homem.— Essa camisa agora é minha!O homem ficou parado, sem entender nada, segurando o dinheiro e olhando para ela como se tivesse visto uma louca.Íris se escondeu atrás de uma coluna, esperando uma oportunidade. Finalmente, quando viu Mônica ir ao banheiro, não perdeu tempo. Assim que a mulher desapareceu de v
Íris arrancou o copo de suco de laranja da mão de um pedestre e jogou uma nota na direção dele. Sem pensar duas vezes, virou o suco inteiro na camiseta de Lucas. — Agora tá suja.Puta merda! Lucas não acreditava no que acabara de acontecer.Sem ter outra escolha, ele foi até um canto mais discreto e trocou a camiseta pela camisa xadrez que Íris tinha dado. Quando voltou, ela o olhou de cima a baixo, satisfeita, e sem aviso prévio jogou a bolsa na direção do peito dele.— Vamos, eu tenho uma gravação de comercial pra fazer! — Disse, com o tom autoritário de sempre.— Vai na frente. Estou esperando alguém. — Respondeu Lucas, tentando evitar mais confusão.— Eu quero você comigo! — Íris retrucou, emburrada, agarrando a barra da camisa dele e tentando puxá-lo para fora. Ela não queria nem passar perto de Mônica, aquela "vagabunda". — Manda uma mensagem pra ela e pronto.Lucas sabia que não podia perder a paciência. Não podia bater, nem gritar. Então, resignado, pegou o celular e enviou um
A notícia veio de repente e Mônica não tinha preparado nenhum presente. Lembrou-se de que Rubem parecia gostar de pudim de manga, então tirou uma caixinha rosa do bolso da sua bolsa e a estendeu para ele.— Sr. Rubem, eu não sabia que hoje era seu aniversário, então não tive tempo de preparar nada. Isso aqui é um pudim de manga que minha mãe fez. Se não se importar, fique com ele. Ah, e... Feliz aniversário.A caixinha rosa, em contraste com os dedos delicados de Mônica, parecia uma joia rara. A cena tinha algo de encantador.Rubem sorriu de leve. Essa mulher era mesmo peculiar. Toda vez que entregava algo, era sempre algo simples, mas com um toque pessoal que ele achava curioso.Vendo que ele demorava para aceitar, Mônica começou a ficar insegura. Afinal, ele era um homem que tinha de tudo, e um simples pudim parecia um presente inapropriado. Quando estava prestes a recolher a mão, Rubem pegou o pudim.— Obrigado. É um ótimo presente. Gostei muito. — Disse ele, com um tom leve.O rost