Angélica

Acordei nos braços dele no dia seguinte. Ele já tinha acordado só que me observava. Eu sorri. Por um momento esqueci que dançei para e tinha sido paga. Quando isso veio a tona meu sorriso se desfez, ele fez carinho no meu rosto e perguntou o que eu tinha.

- Nada é que eu nunca tinha feito sexo por dinheiro.

- Não te paguei por sexo. Ele rebateu.

- Mais me pagou por alguma coisa.

- Não pense assim. Eu te paguei para dançar para mim. O que aconteceu foi fora do nosso acordo e foi consequência da atração que sentimos um pelo o outro.

- Queria poder te devolver o dinheiro.

- Mais não vai.

- Eu não posso, tenho que ajudar o Max.

- Ele é muito importante pra você né ?

- Muito. Max é meu porto seguro. Ele pareceu chateado.- Muito bem ajude o seu amigo e tire da cabeça essa ideia que eu te paguei por sexo. O que aconteceu foi fora do nosso acordo, você quis e eu também. Agora vamos tomar um banho.

Depois de um banho cheio de amassos e um café da manhã que eu nunca tinha tomado antes Miguel me deixou em casa e deixou claro que nosso acordo estava de pé já que eu precisava ajudar o Max e que o que acontecesse entre a gente estaria fora do nosso acordo. Isso não me deixou mais aliviada mais eu precisava ajudar o Max e queria estar perto dele. Mesmo que essa sensação de querer estar perto dele me assuste eu o queria e muito. Quando entrei no meu apartamento Max estava me esperando como eu achei que estaria. Contei tudo a ele e ele me apoiou veemente.

Apesar de tudo acho que daria certo.

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Miguel e eu nos encontramos todos os dias. Quatro semanas se passaram e tudo continua tão intenso, hoje ele vai me levar para jantar. Vesti um vestido vermelho que ia até o joelho e um sapato preto. Meu celular tocou era Miguel avisando que estava me esperando na frente do meu prédio. Disse que já ia descer e quando desliguei o celular tive vontade de da um pulinho e eu dei. Dei uma última olhada no espelho e me sentindo pronta fui ao seu encontro.

Quando o vi fiquei sem ar. Ele estava lindo sentir todas aquelas sensações clichês, não sabia bem o que fazer. Parecendo perceber a minha confusão ele se aproximou de mim e me beijou me imaginei erguendo o meu pé direito ou será que eu Ergui ? Não sei o que eu sei é que eu tinha certeza que o meu batom ficou borrado. Miguel estava com a boca vermelha de batom, eu ria enquanto ajudava ele a limpar a boca.

- Você tem que prometer que irá usar batom vermelho mais vezes. Disse me fazendo ri ainda mais causando uma sensação de paz sabe aquela paz que você sente quando tudo parece estar indo pro caminho certo ?

Miguel abriu a porta do carro para que eu entrasse. Enquanto eu me acomodava ele deu a volta e entrou também. Fomos conversando o caminho todo, tínhamos uma complicidade que não nos importavamos com o que falar. Eu me sentia tão a vontade com ele como se estivesse falando com um amigo. Eu o conhecia a quatro semanas mais Miguel tornava cada dia da minha vida mais especial como se nos conhecemos a anos

Chegamos em um restaurante sofisticado. Miguel tinha reservado uma mesa privada com vista para o mar. Fiquei observando aquela vista maravilhosa quando ele me abraçou por trás beijando meu pescoço. Ficamos assim por um tempo observando o vai e vem das ondas do mar até que o garçom apareceu perguntando o que íamos querer.

Confesso que fiquei chateada por ter nosso momento estragado mais não tinha problema. Fizemos nossos pedidos e nos sentamos na mesa para esperar.

- Sabe tem muito esse espaço nesse lado da mesa. Você podia vim mais pra cá não acha ? Pedindo assim não tinha como negar, tirei meus sapatos e me aproximei dele que colou nossos lábios.

- Isso não te assusta ? 

- O quê ? O mar ? Perguntou intrigado.

- Não isso que esta aconteceu entre nós. Foi tudo tão de repente. É tão bom que assusta. Não assusta você ?

- Um pouco. A forma como você me envolveu é um mistério e eu sempre fugi desse tipo de envolvimento mais de você eu não consigo fugir. Disse fazendo carinho nos meus braços. O garçom chegou com nossos pedidos e comemos naquela posição era engraçado que não nos desgrudavamos nem para comer.

- Vamos viajar esse fim de semana. Oi ?

- Não posso. Amanhã eu danço no clube. Senti seu corpo endurecer.

- Você não tem folga ? 

- O clube funciona de quinta a domingo, minhas folgas são de segunda a quarta e você já me roubou na sexta passada. Ele se afastou de mim e quando percebi não estávamos mais abraçados.

- Porquê você me soltou ?

- Eu...eu vou ao banheiro. Ele levantou descalço e entrou por uma porta que devia ser o banheiro e percebi que o grande empresário era mais simples do que eu pensava. Pouco minutos depois ele voltou e não me abraçou novamente na verdade ele nem me dirigia mais a palavra. O que foi mesmo que jogou esse balde de água fria em nosso momento ?

Ele comia em silêncio parecia distante. Tinha perdido a fome então apoiei minha cabeça nos joelhos e fiquei observando o mar. Foi quando eu me dei conta do porque Miguel ficou chateado. Ele não gostou de saber que vou dançar amanhã mais porquê ? Será algum preconceito com o que eu faço ? Porque se for isso acaba agora.

- Porque ficou tão distante de repente ? Perguntei esperando que não fosse o que eu estava pensando.

- Eu não gosto da ideia de saber que um bando de marmanjo vai te olhar semi nua amanhã. Sinto algo estranho é algo que eu não sei lhe dá. Não é nada com você é só...queria que não precisasse mais fazer isso. Que fosse só para mim.

Respondeu finalmente me deixando surpresa, não soube o que dizer. Era bom que ele fosse sincero comigo mais não esperava certas informações. Depois de pedir a conta e de uma briga para decidir quem pagaria ele pagou e fomos embora. O caminho de volta para o prédio onde eu morava foi silencioso eu não disse e ele também não. Porém quando chegou no meu prédio ele quebrou o silêncio falando algo que me deixou surpresa.

- Quero que dançe para mim na segunda na minha casa. Você já sabe o endereço, te espero as oito em ponto.

Saí do carro completamente impactada e um pouco decepcionada.