Mal tinha subido as escadas, Paula já estava saindo do quarto.Ao vê-la, exibiu um sorriso bajulador:- Já organizei o quarto para você, veja se há algo que não gosta e me avise. Claro que não se compara com a vida na mansão, mas aqui é o melhor que podemos oferecer.- Sim, qualquer coisa que não esteja do seu agrado, é só falar.Os dois exibiam sorrisos bajuladores nos rostos e se mostravam extremamente entusiasmados, o que deixava Laura ainda mais desconfiada.Assim que entrou no quarto, a porta foi trancada por fora.A expressão de Laura mudou e ela começou a bater na porta, pedindo para que a abrissem.Pedro, do lado de fora, falou:- Aura, você deve estar cansada da viagem de trem, descanse um pouco. Nós a chamaremos quando for hora do jantar!Depois disso, não se ouviu mais nenhum som lá fora.Laura bateu na porta algumas vezes, mas não obteve resposta e começou a entrar em pânico.O que o casalestava tentando fazer?Havia uma janela no quarto, mas ela não conseguia ver nada de r
- Espere, eu chego logo.Ele não tinha palavras extras, apenas algumas poucas palavras, mas fizeram a voz dela engasgar.- Tá bomEle disse que chegaria logo, isso significa que já estava a caminho do Bairro Alto?Ele sabia que ela não estava em casa e foi a procurar?Sandro disse que chegaria logo, e realmente chegou muito rápido. Em apenas cinco minutos, ela ouviu o som da batida na porta.- Laurinha, você está aí? - A voz era apressada, cheia de preocupação.Nesse momento, Laura não se importava com como ele a chamava, ela rapidamente correu para lá: - Eu estou aqui, eu estou!A preocupação e ansiedade dele também a deixaram ansiosa.Pedro e a sua esposa certamente estavam escondendo algo dela, que poderia estar relacionado aos avós dela!Ela tinha que sair rápido.- Sandro, me ajude a sair, por favor! O mais rápido possível!- Não se apresse, dê um passo para trás, eu vou te tirar daí agora. - Através da porta, a voz dele a fez se sentir um pouco mais calma.Depois de dar alguns p
Sandro só havia visto os avós de Laura uma vez, quando a conheceu.Ele não conseguia entender, porque eles não permitiam que a sua neta voltasse para casa mesmo que a vontade dela fosse essa..Laura segurava a mão magra e frágil da avó, seus olhos também se encheram de lágrimas: - Vovó, você emagreceu.- Estou bem! Tudo bem, desde que você esteja bem. - A avó batia em sua mão, com um sorriso de satisfação no rosto.- Laurinha, vamos falar lá fora, sua avó acabou de voltar de uma caminhada, está um pouco cansada, a deixe descansar um pouco. - O avô falava enquanto se levantava.Laura, sem pensar muito, concordou e seguiu para fora.Sandro, andando atrás, lançou um olhar inquisitivo para a avó, que desviou o olhar nervosamente antes de o olhar novamente com expectativa, sua boca se movia, sem dizer nada.- Vovó, descanse bem. Ouvindo as palavras de Sandro, um brilho surgiu nos olhos da avó.Eles conversavam na sala de estar, Pedro e a sua esposa não desceram, e o avô também não os menc
A avó suspirou: - Vocês vão comer primeiro. Depois do jantar, eu falo com vocês.- Então venha conosco! - Sandro disse.A expressão da avó passou rapidamente para um tom sombrio, com um olhar de desolação. - Eu vou comer aqui no quarto, logo seu avô trará algo para mim.Ao ouvir isso, Laura sentiu um aperto no coração. O que a avó queria dizer com isso?- Vovó...- Laurinha, vá primeiro. - Sandro de repente a interrompeu, Laura olhou para ele confusa, e ele sorriu, apertando seus ombros. - Seja obediente, vá primeiro, eu quero falar um pouco com a vovó.Ela não sabia o que Sandro queria dizer, mesmo assim ela saiu.- Você não pode andar? - Sandro olhou para a avó, perguntando diretamente.A avó não negou, apenas sorriu e disse: - Com a idade, sempre surgem diversos problemas. Se não fosse a preocupação com a Laurinha e o meu velho marido, eu até desejaria partir do mundo assim.Sandro não expressou sua opinião sobre isso, apenas perguntou calmamente: - Por que você não avisou a Lau
Laura não sabia o que Sandro havia conversado com a avó, mas percebeu que ele parecia perturbado quando saiu do quarto. Instintivamente, ela pensou que talvez a avó estivesse enfrentando algum problema.Ela se levantou e correu de volta para o quarto, enquanto Sandro, perdido em seus próprios pensamentos, não a notou.Vendo que a avó ainda estava deitada na cama sem nenhuma alteração, Laura suspirou aliviada.Ao ver ela entrar, a avó sorriu e disse: - Não se preocupe, tudo vai ficar bem. Mesmo por sua causa, seu avô e eu ficaremos bem. Sandro disse que nos levaria para uma casa de repouso e contrataria alguém para cuidar de nós. Você pode ficar tranquila.Laura sentiu um nó na garganta e seus olhos se encheram de lágrimas.Mas na frente da avó, ela não queria chorar, então sorriu e assentiu: - Isso é bom, vocês definitivamente precisam ficar bem!Embora os avós não tivessem dito explicitamente, se até agora ela não soubesse sobre a condição da avó, seria realmente muito negligente da
Paula mudou de expressão do rosto imediatamente, perdendo o sorriso: - Laura, não se esqueça, sou sua tia, e seus avós ainda precisam de mim para cuidar deles!Ela não deveria ter mencionado os avós, pois ao fazer isso, Laura endureceu o rosto.- Você ainda tem a coragem de mencionar meus avós? Vocês pegaram tanto dinheiro de mim, como exatamente cuidaram dos meus avós? Na última vez que vim, a avó estava bem, mas agora, ela nem pode andar! Digam, vocês realmente se importaram com meus avós?- Com a idade, é natural ter vários problemas de saúde. Sua avó tem pressão alta e teve um AVC. Há muitas pessoas na mesma situação que acabaram paralisadas. Como é minha culpa não ter cuidado dela direito? - Paula se defendeu, obstinada.Laura ficou furiosa com essa atitude e exclamou:- Eu disse para vocês comprarem remédios para cuidar da saúde dos meus avós, vocês compraram?- Laurinha, isso é injusto da sua parte. Você está vivendo bem, mas nós não temos tanto dinheiro quanto você. Sempre que
Pedro, vendo o rosto tenso de Sandro, queria puxar Paula para que ela se calasse. Mas o impulso por benefícios o manteve calado, apenas observando se Paula conseguia negociar algo.Laura desdenhava dessa atitude, mas ela não tinha interesse em instigar uma briga entre eles. Então ela apenas olhava para Sandro, esperando por sua reação.Sandro não a decepcionou, respondendo com um sorriso frio: - Mesmo que vocês tivessem razão, o que acha que vai mudar? As decisões que eu, Sandro, tomo, vocês acham que têm a capacidade de se opor?Essa arrogância inquestionável sempre podia deixar as pessoas sem resposta.Mas isso não aconteceu com Paula. Ele ainda queria retrucar, mas Pedro, assustado, rapidamente disse:- Sim, sim, você está certo. Nesse caso, levem os dois idosos.A pressa e subserviência de Pedro arrancaram um sorriso frio de Laura.O grupo não demorou na casa dos avós de Laura, nem terminaram a refeição, pois Laura foi ajudar os avós a arrumar suas coisas.Não havia muito para emb
Laura não ousava pensar muito sobre o que aconteceu depois nessa noite, pois cada vez que ela lembrava, o seu rosto esquentava e o coração batia mais rápido.Na suíte presidencial que Sandro reservou, acabaram usando apenas um quarto. Ademais, quando eles acordaram, estavam abraçados na mesma cama.Vendo que ainda estava vestida e não sentia nenhum desconforto no corpo, Laura suspirou aliviada.- Ah!Ela estava prestes a ir ao banheiro quando ouviu uma risada leve vinda de trás, como se estivesse rindo de sua ação anterior. Laura lhe lançou um olhar reprovador antes de entrar no banheiro, seguida pela risada de Sandro.Dentro do banheiro, o rosto de Laura ficou ainda mais quente ao se ver no espelho. Vendo o seu próprio rosto vermelho, ela riu involuntariamente.Dessa vez, sua relação com Sandro havia avançado verdadeiramente. Agora eles estavam mais íntimos do que nos momentos mais harmoniosos do passado.Ela tocou os próprios lábios, se lembrando que ele até a beijou na noite anteri