Acordei com o som dos pássaros, era uma manhã encantadora, até parece que sabiam o este dia me preparava, sim o meu felizes para sempre se aproximava.
Não levantei da cama de imediato, foi difícil dormir a noite de tanta ansiedade, então manti meus olhos fechados, mas não teve jeito, Amélia foi abrindo as janelas permitindo que o brilho do sol fosse ultrapassando cada fresta, invadindo todo o quarto.
- Bom dia madame como passou a noite? disse Amélia.
- Não consegui dormir direito, não posso ficar mais um pouco na cama? Falei abrindo a boca de sono.
- Claro que não!! Tome logo o seu café, as criadas estão à esperando para o dia de noiva. (Amélia)
- Está bem.
Na pia do banheiro parei por alguns segundos encarando meu rosto no espelho, este será o meu último dia aqui no palácio, e o que eu sei é que daqui pra frente, não haverá mais mordomias, pessoas me servindo, luxo, fama. Terei de me adaptar a uma vida simples e tranquila
Me sentei no banco do lado de fora do quarto onde Andrews estava sendo cuidado dentro do palácio, era o lugar mais próximo que tínhamos encontrado e devido o caso ser de emergência nos vemos obrigados a instalá- lo ali mesmo, por sorte madame Helena tinha noção de primeiros socorros, ela o atendeu até a chegada do médico, eu estava desconsolada, minha dor parecia não ter fim, dentro do peito um grande vazio, uma imensa vontade de sumir, de desaparecer, mas não tinha forças para o fazê-lo. Olhando para as portas, que poderiam se abrir a qualquer momento me perguntava o porquê de tudo aquilo.Ao meu lado Philip, que se mantinha em silêncio em respeito a minha dor.A minha dor era tão grande, ao ponto de me sentir anestesiada a tudo o que estava acontecendo, para mim aquilo não passava de um pesadelo e logo eu despertaria do sono e tudo estaria ao normal, nem lágrimas tinha mais para chorar, parecia que tinham se secado.De repente a mãe de Andrews aparece com um a
- Eu nem sei se você está me ouvindo mas...Parei de falar ao ouvir o barulho da porta se abrir.Não pude ficar por muito tempo, o doutor logo percebeu pela minha ausência que alguém havia entrado na sala. E entrou imediatamente.Enxuguei as lágrimas retomando a postura.- O que a senhora está fazendo aqui? Andrews acabou de passar por uma cirurgia de risco, ele precisa de repouso madame.- Eu sei, me desculpe doutor, eu só precisava dizer algo à ele.- Querida eu fiz o máximo que pude, infelizmente não há mais o que fazer. Se tiver fé vai precisar usá-la nesse momento.- Acho que ainda me resta um pouco dela.- Antes de ir me faça um favor. (Richard)- Sim, o que o senhor deseja?- Me traga alguns dos objetos de higiene dele, não sei por quanto tempo permanecerá assim, preciso de toalhas, cremes para a pele, barbea
Com os joelhos dobrados diante da minha cama chorei amargamente, como nunca antes.De repente em um ato de indignação ergui meu rosto ao céu, e pela primeira vez invoquei aquele que até o momento me era desconhecido.Ele seria minha última porta, meu último escape.Elevei meus pensamentos até a sua presença e me imaginei face a face com Ele.- Senhor Deus, muitos me falam de Sua existência mas sinceramente eu não sei, diante de tudo o que tenho passado fica meio difícil crer, mas se realmente És quem ouço falar porque estás permitindo que me tirem aqueles que eu mais amo nessa vida? Porque? Fiz uma pausa, controlando a respiração e as lágrimas que não paravam de rolar sobre meu rosto. - Que mal eu Lhe fiz para quê me seja dada tamanha angústia? Eu não posso mais suportar essa dor, esse fardo está muito pesado, não consigo sozinha.Enquanto mencionava estas palavras, dentro de mim surgia uma paz
Continuei andando como se nada estivesse acontecendo.A medida em que caminhava as pessoas se viravam como se não me quisessem por perto.Bufei.Já vi que a noite seria longa, eu mal havia chegado e queria virar as costar e ir embora.Discretamente passei os olhos por todo o salão a fim de encontrar Philip.- Está procurando ele? Miguel me conhecia bem.- Sim.De repente, sem que todos dessem conta, um dos repórters invade o salão vindo na minha direção.- Alteza recebemos uma nota do doutor Richard o sobre o estado de saúde de Andrews que se agrava a cada dia, sabemos que isso se deu por conta da possível fuga que estava para ocorrer, o que a senhora tem a nos dizer?- Eu já não disse para deixarem ela em paz. Interveio Miguel.- Não, deixe. Falei contendo Miguel. - Eu preciso fazer isso.- Tem certeza? Você não precisa se justificar Anne. Disse Miguel me encarando.
- Chegamos Alteza. Um dos guardas nos avisou.Miguel me estendeu a mão me ajudando a descer da carruagem.- Obrigada.Diferentemente de Norseman em Kalgoorlie fazia muito frio, o vento que tocava em nossa pele parecia como lâminas cortantes.Abracei meus braços na tentativa de me proteger, por gentileza Miguel me ofereceu seu blazer, e seguimos a passos acelerados para a entrada do palácio.Quando botei os pés no último degrau percebi um quentinho que vinha de nossa lareira, a primeira coisa que fiz foi correr até lá, que por sua vez não estava sem companhia, madame Karoline estava sentada comendo marshmallows, pendurei o casaco de Miguel e me aproximei estendendo as mãos para me aquecer.- Como vai querida? Ela disse meio sem jeito, talvez envergonhada diante da cena que criou na última vez que nos falamos.- Olá dona Karoline. Respondi ainda me recuperando do f
Naquela mesma manhã o doutor Richard o examinou mais algumas vezes meio descrente de como Andrews havia escapado do ocorrido e sem nenhuma sequela.- Como pode? Em dez anos de Medicina nunca vi alguém levar um tiro no peito, perder tanto sangue como foi o caso dele e ainda sobreviver? Disse o doutor inconformado.- Deus, Ele é minha única resposta. Falei confiante para o doutor. - O senhor não disse que se eu tivesse fé deveria me recorrer à ela?- Sim filha, porém eu disse por força de hábito, mas isso foi mesmo um milagre.Sorri concordando com a cabeça.Depois seguiu para a saída do quarto com sua prancheta e algumas anotações na mão, enquanto encosta a porta lança um último olhar para Andrews e depois para mim.Andrews me olhou confuso, meio sem entender direito essa minha resposta como tudo aconteceu rápido demais não tive ainda a oportunidade de dizer à ele do meu voto com Deus, mas tudo tem seu tempo, na hora certa e
Depois dos cumprimentos, e inúmeras fotografias, seguimos para o salão de festas onde também seria celebrada a coroação de Andrews.Assim que botamos os pés no salão fomos recebidos à palmas pelos ministros e convidados ilustres que faziam parte da política de alguns países da redondeza.O salão estava com uma decoração impecável, os tons de dourado dos arranjos nas mesas e das toalhas se encaixavam perfeitamente com o vermelho das rosas, e das paredes do salão.Do lado esquerdo haviam alguns músicos tocando canções clássicas criando um clima bem harmonioso, e do lado direto a presença da imprensa que foi convidada para transmitir esse momento único tanto do casamento como a cerimônia da coroação.O mestre da cerimônia anuncia para que Andrews se coloque adiante do nosso líder religioso, que começa o discurso.- Uma boa tarde à todos, sobre a face da terra Deus constituiu muitas autoridades, advogados, doutores, ministros, mas acima de
Como de costume todas as manhãs tomamos o café no nosso quarto. Depois cada um segue para suas tarefas.Andrews fica o dia inteiro trancado em sua sala resolvendo assuntos referentes ao Reino, ele ficou responsável pela economia, saúde, e o desenvolvimento de Kalgoorlie, as vezes até precisa fazer algumas viagens curtas. E eu fiquei com a parte da educação e da cultura do nosso país, algo em que eu me dava muito bem.Como o dia era corrido esse era o único momento em que tínhamos mais tempo para conversar, a hora do almoço é a que passa mais rápido há dias em que almoçamos em nossas próprias salas, e a noite tem vezes eu acabo pegando no sono antes mesmo de Andrews chegar. Todo esse sacrifício era feito para que pudéssemos encontrar meios de reestabelecer Kalgoorlie, e deu certo.Essa rotina estava me deixando muito estressada.- Bom dia meu amor. Disse Andrews com um beijo.- Bom dia.A mesa ainda estava sendo po