Assim que Lysander terminou de falar, o ambiente ficou em um silêncio sepulcral. Amelia perdeu a fala, como se uma mão invisível estivesse apertando sua garganta. Seu rosto ficou vermelho e inchado de frustração. Um advogado tão renomado como Lysander... Realmente era o advogado de Scarlett? Ela não podia ter ouvido isso direito. Amelia, com o rosto ainda inchado do tapa, lançou um olhar de dúvida para Finnian: — Você não disse que nenhum advogado teria coragem de pegar o caso da Bordô Maple? Como podia não apenas haver alguém disposto a aceitar, mas ainda por cima ser um advogado tão famoso? Finnian estava ainda mais chocado que ela: — Dr. Lysander, será que eu ouvi errado? O senhor não tinha parado de aceitar casos pequenos? Lysander respondeu com calma: — Foi a pedido de alguém. Com essa resposta, ele confirmou novamente que era o advogado de Scarlett. Amelia não conseguia aceitar aquilo: — Não pode ser verdade. Scarlett não conhece ninguém influente em Cidade
Finnian puxou a manga do vestido de Amelia com um tom de urgência: — Dr. Lysander é próximo da minha mãe. Faça isso por consideração a ele. Amelia ouviu isso e, mesmo relutante, finalmente se abaixou para pegar os documentos. Scarlett observava a cena de cima, com um olhar de superioridade. Ela então desviou os olhos para Lysander, pensando que o poder e a influência realmente eram ferramentas muito úteis. Ainda bem que Isaac tinha conseguido trazer esse advogado renomado. Amelia pegou os documentos com má vontade, entregando-os de qualquer jeito para Scarlett: — Toma. Scarlett recebeu os papéis, lançando um olhar com um sorriso provocador para Amelia. Aquele olhar irônico foi o suficiente para fazer o sangue de Amelia ferver. Ela sentiu como se Scarlett estivesse zombando dela, o que a deixou ainda mais irritada. Scarlett segurou os documentos e saiu caminhando com calma. Amelia permaneceu parada, encarando o chão com os olhos cheios de lágrimas e soltou em um tom ch
Amelia tinha certeza de que Scarlett estava sendo sustentada pelo primo de Finnian. Aiden, com uma expressão indecifrável, perguntou: — Você tem certeza disso? — Aiden, pense bem. Na verdade, desde a época em Cidade A já havia indícios. Agora ela está em Cidade C, trabalhando na Bordô Maple e, do nada, virou acionista da empresa. Com certeza tem algo estranho aí. Aiden sabia que esse tipo de situação era uma prática comum nos círculos da alta sociedade: abrir uma pequena empresa para presentear uma amante ou algo do tipo. Era um gasto insignificante para eles. Mas ele não esperava que Scarlett tivesse conseguido se aproximar do herdeiro da família Silva. Ela realmente tinha aprendido a se virar, né? Amelia percebeu que Aiden estava começando a acreditar no que ela dizia e um brilho de satisfação passou por seus olhos. Então, ela continuou: — Aiden, precisamos fazer alguma coisa. Se a Scarlett tiver a família Silva como apoio, ela vai continuar nos humilhando! — Ela que
Ela perguntou, surpresa: — Como é que é você? — Por que não poderia ser eu? Ficou decepcionada ao me ver? — Henry inclinou-se na cadeira, com o olhar fixo nela. Scarlett encostou-se à porta: — Eu achei que fosse o Isaac. Não esperava que fosse você. Parece que você leva seu papel de consultor bem a sério. — Venha aqui. Encontrou algum problema no que estava analisando? Scarlett caminhou até a mesa e parou na frente dele: — Eu descobri um pequeno problema. Precisamos marcar uma reunião para ajustar isso depois. Henry deu duas batidas na mesa com os dedos: — Venha aqui e veja. Quero saber se o que eu encontrei é o mesmo problema que você identificou. Ele estava testando o projeto de inteligência artificial também? Scarlett contornou a mesa e parou ao lado dele. Henry levantou-se, cedendo o lugar para ela. Ele foi pegar um copo de água e colocou-o ao lado da mão dela. Scarlett movimentou o mouse e olhou para o erro que ele havia encontrado: — Você também achou qu
Scarlett, com uma expressão de nojo, tampou o nariz e olhou para Henry: — Pode ir embora. — Scarlett, está com tanta pressa para mandá-lo embora porque está com a consciência pesada? Tem medo que seu namorado pobretão descubra que você está sendo sustentada? — Amelia zombou, com o tom arrastado e embriagado. Scarlett virou-se e encarou Amelia, que estava visivelmente bêbada: — Você fala tanto em ser sustentada, parece que entende bem do assunto. — Não mude de assunto, Scarlett. Você sabe que estou certa. Está com medo. — Amelia apontou para Henry, que ainda estava no carro. — Nem precisa ficar com essa cara. Scarlett está te traindo. Ela está sendo sustentada pelo herdeiro da família Silva e ainda ganhou ações da Bordô Maple. Ao ouvir isso, Henry estreitou os olhos. Ele sabia que as ações da Bordô Maple realmente estavam no nome de Scarlett, mas era ele quem havia dado a ela. Amelia, percebendo que todos estavam ouvindo, continuou com um sorriso triunfante: — Um médico
Scarlett já estava deitada na cama do dormitório quando enviou uma mensagem para Henry com uma foto mostrando o braço cheio de emplastros: [Meu braço ficou todo ferrado por sua causa. Tive que usar vários adesivos dessa vez.] Se não fizesse isso, tinha certeza de que no dia seguinte mal conseguiria mexer os braços e as pernas. Henry, parado no semáforo, pegou o celular automaticamente. Quando viu a mensagem dela, seus olhos escureceram levemente. Ele apoiou uma das mãos na janela do carro e respondeu: [Eu não fiz nada disso.] Scarlett mandou uma sequência de reticências como resposta. Henry leu a mensagem, soltou uma risada baixa, jogou o celular no banco do passageiro e continuou dirigindo, visivelmente de bom humor. Scarlett, ainda pensando na resposta dele, não conseguiu se segurar e enviou um emoji de “soco”. Ela sabia que sua mensagem anterior não tinha nenhum duplo sentido e apenas queria dizer que tinha se machucado enquanto treinavam boxe no ringue. …Na manhã seg
Scarlett sempre teve a sensação de que a identidade de Henry era envolta em mistério. Depois que ela fez a pergunta, Isaac ficou em silêncio por um momento. Ela tentou quebrar o gelo: — Não posso perguntar sobre isso? Será que a identidade de Henry estava realmente sob sigilo? — Não, não é bem isso. Mas acho que seria melhor você perguntar diretamente pra ele. Eu tenho uma reunião agora, preciso ir. — Isaac encerrou a ligação rapidamente. Depois de desligar, Isaac soltou um longo suspiro, sentindo-se aliviado e preocupado ao mesmo tempo. Scarlett definitivamente não era fácil de enganar. Sem perder tempo, ele ligou para Henry. Precisava avisá-lo antes que Scarlett começasse a fazer perguntas demais. Como amigo, ele já estava ajudando o máximo que podia. Afinal, ele até aceitou levar a culpa pelos rumores de que estava “sustentando” Scarlett. Mais do que isso, não dava. Scarlett refletiu sobre o que Isaac havia dito. Quanto mais pensava, mais tinha certeza de que o passado
— Isso precisa de provas? — Aiden rebateu. O tom de Scarlett era carregado de ironia: — Antes, toda vez que algo relacionado a mim acontecia, você não era o primeiro a exigir provas? Sem provas, os erros sempre eram dela, não de Amelia. Sem provas, ela era acusada de difamar Amelia. E agora, Aiden estava falando de provas? A expressão de Scarlett fez Aiden ferver de raiva. Ele apontou o dedo para o rosto dela, gritando: — Não vem com essas, Scarlett! Além de expor essa história na mídia, minha empresa está sendo constantemente atacada por hackers. O sistema vive caindo. Não foi você quem fez isso? Scarlett soltou uma risada debochada: — Então parece que você tem muitos inimigos. Todo mundo quer te ver falir. — Além de você, quem mais teria capacidade para fazer isso? — Aiden estava fora de si. Por instinto, levantou a mão, mas quando seus olhos encontraram o olhar frio e firme de Scarlett, ele hesitou e recuou. Ele tocou o braço que Scarlett havia machucado no dia ant