Henry deu um leve peteleco na testa de Scarlett e perguntou: — No que você está pensando? — Nada. — Scarlett respondeu, evitando o assunto. Mas, em sua mente, ela já havia decidido que resolveria tudo com Alexander, até o último detalhe. Logo o carro parou na entrada da universidade. Scarlett olhou para Henry e disse: — Vou voltar para o campus. Não se esqueça de evitar molhar o braço nos próximos dias, nada de banho no ferimento. Henry franziu levemente a testa, mas não disse nada. Scarlett abaixou a cabeça, abriu sua bolsa e tirou quatro pequenos curativos. Com cuidado, ela os colou ao redor do ferimento dele. — Assim está resolvido. — Isso é à prova de água? — Henry perguntou, com um olhar cético. — Não é. Mas vai me ajudar a saber se você molhou o braço no banho. — Scarlett respondeu, com um sorriso travesso. — Até mais. Ela saiu do carro e entrou na universidade. Henry seguiu com o olhar o seu pequeno vulto atravessando o portão, então abaixou os olhos para o b
Henry fechou os olhos lentamente e respondeu com a voz tranquila: — Só cuide bem dela. Ele sabia que os seus próprios problemas, ele mesmo podia resolver. …Scarlett voltou para o dormitório e não conseguia parar de pensar no que havia acontecido na academia naquele dia. Ela jamais imaginou que Henry, sempre tão frio e impecavelmente controlado, pudesse ter um lado impulsivo. Quando Henry agiu, aquele comportamento estava a anos-luz da imagem habitual de elegância e distanciamento. Será que ele escondia alguma coisa? Alguma identidade secreta?No dia seguinte, Lara enviou para Scarlett um link de uma postagem na internet: — Ouvi dizer que pegaram um homem estranho na academia em frente à faculdade. Você precisa tomar cuidado quando for lá. Dizem que várias garotas já tiveram problemas com ele. Scarlett clicou no link e reconheceu imediatamente a situação descrita. Era claramente sobre o que havia acontecido no dia anterior. Pelo visto, ela estava certa. Aquele cara realment
“Além do meu irmão, quem mais seria capaz de fazer uma coisa tão absurda assim!” pensou Daniel, incrédulo. Mas ele logo balançou a cabeça. Não, seu irmão não faria isso. Afinal, ele era o irmãozinho querido, inteligente, amável e sempre responsável. Daniel olhou para a tela do computador com uma expressão pensativa. Ele sentia que a pergunta de Scarlett tinha algo por trás, algo mais profundo. Só que ele não conseguia entender o motivo. Além disso, se respondesse de forma errada, poderia passar uma má impressão para sua futura cunhada, e isso era inaceitável. Ele tinha que ser o irmão perfeito: dedicado, esperto e sempre disposto a ajudar. Enquanto ele tentava formular uma resposta, um dos membros do time entrou na sala e perguntou: — Capitão, você tá namorando online? Tá sorrindo sozinho aí, com quem você tá falando? — Sai pra lá, nem vem com essas ideias! — respondeu Daniel, irritado. — Eu tô conversando com a Fênix, mas ela acabou de me fazer uma pergunta muito esquisita.
Nos momentos mais difíceis da sua vida, quando ela desmaiou na rua por fome, foi aquela pessoa que mandou dinheiro para ela. Ele deu a ela um cartão de banco e disse para deixar tudo para trás e recomeçar. Mas, naquela época, Scarlett odiava Amelia. Ela acreditava que Amelia havia roubado tudo o que era dela. Por isso, Scarlett usou aquele dinheiro para planejar sequestrar e até matar Amelia. O plano falhou. Ela acabou sendo internada à força em um hospital psiquiátrico por Aiden. Lá, foi torturada pelos cuidadores que Amelia havia contratado. Até encontrar a morte, Scarlett sofreu nas mãos deles. Ela foi tola. Devia ter seguido o conselho daquela pessoa e ido embora quando teve chance. — Você vai se machucar desse jeito. — Uma voz masculina soou atrás dela. Scarlett virou o corpo e desferiu um soco, mas Henry aparou o golpe com facilidade. Ela estava ofegante, suada e exausta. Parou o movimento e perguntou: — O que você está fazendo aqui? Henry pegou uma garrafa de águ
— Scarlett não disse nada, então eu também não vou dizer! — Daniel respondeu com firmeza, cruzando os braços. Ele tinha caído na provocação do irmão mais uma vez. Era sempre assim, desde que se entendia por gente! Henry não escondeu a impaciência na voz: — Minha paciência tem limite, Daniel. — Irmão, eu sou mesmo seu irmão? Tenho certeza que você me adotou de um orfanato! — Que bom que sabe. — Henry retrucou com sarcasmo. Daniel ficou indignado: — Não importa! Eu sou seu irmão de sangue e você sabe disso! Se quer saber de alguma coisa, pergunta pra Scarlett! — Ele disse, irritado, antes de desligar o celular na cara do irmão. Daniel estava furioso. Henry sempre fazia isso, sempre o pressionava e o provocava. Henry tentou ligar de novo, mas Daniel ignorou todas as chamadas. Frustrado, Henry massageou as têmporas e enviou uma mensagem curta: [Tá se achando muito corajoso, né? Desligando na minha cara, moleque!] Ele começou a pensar. Será que Daniel disse algo a Scar
— Não leve a sério o que o Daniel disse. — Henry falou, tentando manter a calma. — Eu sei. — Respondeu Scarlett, que agora também parecia mais tranquila. Ela tomou um gole de água e continuou. — Eu só perguntei uma coisa pra ele, mas ele nem me respondeu. — O que você perguntou? — A respiração de Henry ficou mais pesada. Ele estava mais tenso do que durante uma negociação importante nos negócios. Scarlett hesitou por um momento, olhando para ele. Ela sabia que Henry e Daniel pareciam se dar bem. Talvez ele soubesse a resposta que ela procurava. Afinal, Daniel só desistiria de uma final por uma razão muito importante. Henry manteve o olhar fixo nela e perguntou: — Você não confia em mim? — Não é isso. Mas nem é algo tão importante assim. Eu só perguntei se ele desistiria de uma final por causa de alguém. — Disse Scarlett, tentando minimizar a situação. Ela sabia que a pergunta era sensível e poderia colocar Daniel em uma posição complicada, mas na hora não conseguiu evitar
Scarlett apertou os lábios, tentando disfarçar e pigarreou: — Isso é uma decisão sua. Henry soltou um leve "hm" em resposta, e ela não conseguiu entender o que ele queria dizer com isso. Os dois começaram a caminhar juntos para fora da academia. No entanto, o estômago de Scarlett roncou alto, quebrando o silêncio. Henry virou o rosto para ela, com um sorriso discreto: — O que você quer comer à noite? — Acho que vou até o refeitório e como qualquer coisa. — Respondeu Scarlett. Mas, assim que terminou de falar, percebeu o tom da pergunta dele. Será que ele estava sugerindo que fossem comer juntos? Ela ergueu os olhos para ele e notou que Henry parecia ligeiramente contrariado. Instintivamente, ela perguntou: — E você? Vai comer o quê? — Parece que você ainda me deve um jantar. — Respondeu ele, olhando diretamente para ela. Henry não precisou pensar muito para perceber que Scarlett estava tentando criar distância entre eles. Seria por causa do Daniel? Ele reprimiu os
Scarlett não disse nada, e Henry também permaneceu em silêncio enquanto abria os talheres sobre a mesa. Os dedos dele eram longos e bem definidos, e cada movimento parecia elegante, até mesmo os mais simples. — O que foi? — Perguntou Henry, notando o olhar dela. Scarlett desviou o olhar e sorriu de leve: — Você tem esse rosto tão... Chamativo, e ainda não quer que as pessoas olhem? Henry estreitou os olhos, desconfiado: — Você tá me elogiando ou me xingando? Que tipo de pessoa elogiar um homem chamando-o de "chamativo"? — Não tô te xingando. Na verdade, você é bem bonito. — É o seu tipo? — Henry perguntou, direto. A pergunta foi tão inesperada que Scarlett deixou o garfo cair. Ela abaixou rapidamente para pegá-lo, tentando esconder o nervosismo. Será que ele tinha percebido alguma coisa? Ou estava brincando de propósito? Scarlett pegou o garfo do chão, mas Henry tirou-o da mão dela antes que ela pudesse usá-lo. Ele colocou um garfo novo na frente dela e pegou ou