Scarlett ouviu a voz de Amelia e, sem nem precisar se virar, já sabia exatamente o que ela estava tentando fazer. Ao longo dos anos, ela havia sofrido inúmeras armadilhas de Amelia. Era como se pudesse prever cada jogada dela mesmo de olhos fechados. Então, sem olhar para trás, Scarlett segurou a barra do vestido e, ao se mover para o lado, deu um puxão firme no tecido. Amelia, que acabara de pisar na saia dela, perdeu completamente o equilíbrio. Com a taça de vinho ainda na mão, ela caiu para frente, derramando o líquido no ar enquanto voava. Bem no centro do salão, havia uma torre de taças de champanhe ornamentando o espaço. Amelia foi direto contra ela. A estrutura inteira desabou, e as taças de champanhe caíram sobre ela, encharcando-a e cobrindo-a de cacos e líquido. O incidente aconteceu tão rápido que ninguém teve tempo de reagir. Scarlett permaneceu parada, fria, observando Amelia caída em meio aos restos da torre de champanhe. A outra gritava, completamente desampa
Scarlett falou com frieza: — As joias que Amelia está usando não foram presentes meus? Se estragaram, que pena. Mas, Joseph, como você pode ser tão mesquinho? — Isso não vem ao caso, Scarlett! — Joseph rebateu, com a voz carregada de irritação. — Já que você insiste em negar, eu quero que puxem as câmeras! Vamos ver como você vai se safar dessa! Amelia ficou visivelmente nervosa. — Joseph, deixa isso pra lá. Não precisa transformar isso em um escândalo. Liam franziu a testa ao intervir: — Joseph, a Amy já disse que foi um acidente. Para de insistir e leva ela logo para o hospital. — Não! Eu vou descobrir a verdade hoje, custe o que custar! — Joseph rebateu, com o rosto tenso. Ele não conseguia engolir a atitude tranquila de Scarlett, como se ela não desse a mínima para nada. Ele precisava que ela admitisse a culpa. Liam lançou um olhar questionador para Scarlett. — Letty, o que realmente aconteceu? Será que Scarlett tinha alguma culpa? Scarlett manteve o olhar fri
— Eu não quero repetir a mesma coisa duas vezes! — Liam, geralmente tão tranquilo, agora parecia outra pessoa. O tom firme e o olhar furioso que lançou a Joseph deixaram claro que ele havia perdido a paciência. — Esqueceu por que viemos a esta festa? Joseph finalmente recobrou a calma. Ele tinha ido ao evento com o objetivo de tentar se reconciliar com Scarlett. Mas, no final, como tudo tinha saído tão fora de controle? Amelia, percebendo a tensão e o perigo da situação, aproximou-se de Joseph com um tom cuidadoso: — Joseph, vamos embora, por favor. Meu pé está doendo. Relutante, Joseph cedeu. Mas foi embora sem pedir desculpas, deixando um gosto amargo no ar. Scarlett observou a cena como se estivesse assistindo a uma peça absurda. Não sentia nada além de cansaço. Os truques repetitivos de Amelia e as reações previsíveis de Joseph apenas a enchiam de desgosto e tédio. Liam engoliu o desconforto que sentia e, com um olhar preocupado, virou-se para Scarlett: — Eu peço de
Scarlett manteve a expressão tranquila: — Eu acho que não temos nada para conversar. — Letty, eu sei que você está chateada. O Joseph foi longe demais hoje. Eu vou resolver isso por você, mas você realmente vai se afastar de toda a família por causa dele? Scarlett achou graça. Toda a família? Não eram eles que sempre ficavam do lado da Amelia? Ela respondeu com frieza: — Para mim, isso não faz diferença. Quando chegou à calçada para chamar um táxi, Scarlett viu um carro familiar se aproximando e parando à sua frente. Ela sabia quem era. A janela do carro foi abaixada, revelando o olhar firme de Henry. — Entra. Scarlett abriu a porta do passageiro e sentou-se. Assim que fechou a porta, Liam se aproximou. — Letty, eu sei que você está cansada hoje. Podemos marcar outro dia para conversar? Scarlett curvou levemente os lábios. — Vamos ver. Henry pisou no acelerador sem dar tempo para mais nada. O carro arrancou, deixando Liam parado, constrangido, no meio da calça
Scarlett olhou para Henry, que acabava de se sentar ao seu lado. Sentiu o rosto esquentar imediatamente e ficou visivelmente envergonhada. Gaguejando, tentou explicar: — Não... Ele não é meu namorado, senhor. Houve um engano. O dono da barraca deu uma risada descontraída: — Vocês jovens adoram negar, mas ele é muito bonito, hein? Scarlett, com o rosto vermelho como um tomate, voltou para o lugar. Do outro lado da mesa, Henry levantou os olhos e perguntou: — O que ele disse? — Nada, nada... — Respondeu apressada. — Professor, você quer comer alguma coisa? — Não estou com fome. — Henry respondeu com simplicidade. Ele não era muito fã daquele tipo de comida. Mas logo notou o dono da barraca trazendo uma porção de batatas fritas e duas latas de cerveja. Ele franziu a testa e olhou diretamente para Scarlett: — Você não pode beber. — Eu já sou maior de idade. Por que não poderia? Scarlett estava animada com o dia. Tinha conseguido assinar contrato com a AG Live, conquis
Henry engoliu seco, sem dizer nada. Ele caminhou direto até onde o carro estava estacionado e, após colocar Scarlett no banco do passageiro, deu a volta e sentou-se no lugar do motorista. Quando acomodou-se, lançou um olhar meio desconfortável para ela. — Coloque o cinto. Scarlett piscou os olhos, confusa. — Ah, sim, o cinto! Ela tentou puxar o cinto de segurança, mas por algum motivo não conseguia tirá-lo do lugar. Aquilo estava estranho demais. Vendo a cena, Henry suspirou. Ele se inclinou sobre ela para ajudá-la a prender o cinto. Por um breve momento, os dois ficaram muito próximos. Ele conseguia sentir o cheiro de cerveja que vinha dela, enquanto Scarlett notava o tamanho dos cílios dele, tão longos que pareciam irreais. Scarlett prendeu a respiração. Em um impulso repentino, ela abraçou o braço dele. Henry congelou por um segundo, desviando o olhar para ela. Seus olhos encontraram os dela, grandes e brilhantes, cheios de emoção. — O que você está... Antes qu
Henry ficou um pouco desconfortável ao ver Scarlett ali. Ele ajeitou o roupão de forma discreta e tentou manter a voz calma: — Acordou? — Uhum, só estou um pouco tonta. Henry hesitou por um momento antes de perguntar: — Você lembra o que fez ontem à noite? Scarlett tentou se lembrar, mas, depois de alguns segundos, balançou a cabeça: — Não faço ideia. Eu fiz algo muito vergonhoso? Ela arregalou os olhos, preocupada. Não podia ser! Henry observou atentamente o rosto dela. Scarlett nunca soube esconder o que estava pensando, então ele tinha certeza de que ela realmente não se lembrava de nada. Ele passou a noite inteira sem dormir, pensando naquilo. Mas agora, vendo sua reação, percebeu que talvez estivesse exagerando. Respirou fundo e respondeu: — Meninas que bebem à noite podem se colocar em situações perigosas. Não faça isso de novo. Scarlett abaixou a cabeça, um pouco envergonhada, e murmurou: — Ontem foi sem querer... Eu só planejava beber uns golinhos. H
Scarlett terminou de assistir ao vídeo e comentou com um tom tranquilo: — Você conhece a Amelia. Ela sempre gostou de usar esses métodos. — Que ódio! — Isla respondeu, irritada. — Eu já contei tudo para os meus colegas sobre o que aconteceu, mas a Amelia ainda tem coragem de inverter a história! Já mandei meu irmão buscar as gravações das câmeras do hotel. Quero ver ela ter a cara de pau depois disso! Scarlett olhou para a tela do computador, ponderando. Não queria envolver Isla na confusão, então disse: — Quando ele conseguir as gravações, deixa que eu publico. Se Amelia queria repetir os mesmos truques, então ela não teria piedade. Mas Scarlett desconfiava que Amelia não seria tão ingênua a ponto de provocar sabendo que existiam provas contra ela. Pouco tempo depois, Isla trouxe notícias preocupantes: — Scarlett, deu ruim! Meu irmão acabou de me avisar que o monitoramento foi apagado. — Então a Amelia já tinha tudo planejado. Scarlett já desconfiava que algo estava