Capítulo 91: “O Informante Misterioso” (Sofia Narrando)A campainha tocou, e eu fui atender. Pela câmera de segurança, vi um homem idoso, vestido com um terno impecável, mas gasto pelo tempo, e segurando uma bengala. Havia algo nele, talvez a postura rígida ou o olhar firme, mesmo através da tela, que me fez hesitar. — Quem é? — perguntei pelo interfone. — Il Vecchio. Preciso falar com Leonardo... e com Sofia. Tenho algo que vai salvar suas vidas. Meu coração disparou. O nome não significava nada para mim, mas ele pronunciou nossas identidades como se nos conhecesse intimamente. Leonardo apareceu atrás de mim, olhando para a tela. Seu rosto ficou tenso. — Deixe-o entrar. Eu me virei para ele, confusa. — Você o conhece? — Conheço o suficiente. Antes que eu pudesse protestar, Leonardo abriu o portão pelo controle. Vi o homem caminhar com passos calculados

Capítulo 92: “Caçada e Traição” (Sofia Narrando) O sol mal despontava no horizonte quando Leonardo entrou na sala com um laptop na mão e um olhar determinado. — Precisamos falar. — Ele colocou o computador na mesa, girando a tela para mim. O rosto de Clara apareceu em uma chamada gravada. Era de uma reunião online entre Leonardo e ela, algo recente, talvez na última semana. Clara sorria com malícia, a voz carregada de veneno: — Você sabe que tudo isso é temporário, Leonardo. No fundo, você ainda quer o que tínhamos. A resposta dele foi firme, quase cortante: — O que tínhamos acabou há muito tempo. O que você quer agora? Clara riu. — Eu só quero lembrá-lo de que, quando Sofia não estiver mais no caminho, você saberá onde me encontrar. Meu estômago revirou. Olhei para Leonardo, que esfregava as têmporas. — Você deveria ter me mostrado isso antes. — Eu

Capítulo 93: “O Golpe de La Regina Nera” (Sofia Narrando) Eu mantinha os olhos fixos no monitor da sala de vigilância, cada músculo do meu corpo tenso. As imagens mostravam Clara entrando no restaurante discreto onde a reunião estava prestes a acontecer. – Ela chegou – murmurei, ajustando o fone no ouvido. Sofia estava ao meu lado. Podia ouvir sua respiração rápida, quase tão acelerada quanto a batida do meu coração. Ela tentava parecer tranquila, mas eu sabia que estava tão preocupada quanto eu. Um movimento em falso e Clara escaparia. No monitor, vi Clara cumprimentar o meu contato, um dos poucos homens em quem ainda confiava. A conversa começou direto ao ponto, sem rodeios, como eu esperava. – Você disse que tinha uma proposta interessante – Clara disse, com aquele maldito sorriso confiante que eu conhecia tão bem. – Espero que não seja uma perda de tempo. – Não será – respondeu ele, d

Capítulo 94: “Revelações na Sombra”(Sofia Narrando) Eu estava sozinha, a única luz da biblioteca vinda da lâmpada que iluminava o canto onde eu me encontrava. Minhas mãos tremiam levemente enquanto eu segurava o pedaço de papel envelhecido, a caligrafia fria e precisa me encarando. A carta estava dobrada, o selo quebrado, como se tivesse sido escondida há muito tempo. E o que estava escrito nela me fez parar no tempo.Era a letra da minha mãe. A mulher que, desde minha infância, me lembro de ela ser fria e distante, que eu sempre atribuí ao seu caráter, algo distante e rigoroso. Mas aquilo que eu estava prestes a ler me fez questionar até as memórias que eu tinha dela.A carta começava com um simples nome: “Vincenzo”.Eu não conseguia deixar de me perguntar sobre a profundidade da relação entre eles. Vincenzo, o homem que sempre esteve por trás das cortinas, envolvido em tudo o que acontecia ao nosso r

Capítulo 95: “O Último Jogo de Vincenzo”(Sofia Narrando) Eu sabia que algo estava prestes a acontecer, o peso da tensão no ar era palpável. A cada passo que eu dava, o universo ao meu redor parecia se tornar mais sombrio e mais perigoso. Eu havia passado muito tempo tentando entender a complexidade de nossa situação, tentando encontrar respostas. Mas a cada novo segredo revelado, mais difícil se tornava discernir quem estava realmente do nosso lado e quem nos traía.Vincenzo sempre foi enigmático para mim, mas eu nunca imaginei que ele fosse tão profundamente envolvido com minha mãe e com La Regina Nera. E agora, ele estava fazendo um movimento arriscado, algo que me faria entender de uma vez por todas até onde ele estava disposto a ir.— Sofia, preciso de você em um lugar. — A voz de Vincenzo ecoou pelo telefone, a suavidade de sempre, mas com um tom que eu não reconheci. — Quero esclarecer algumas coisas sobre o passado de sua

Capítulo 96: “A Verdade na Mira” (Sofia Narrando) O peso do último encontro com Vincenzo ainda pairava sobre nós como uma sombra. Eu mal conseguia organizar os pensamentos, mas Leonardo já estava em movimento, construindo estratégias, traçando caminhos para uma verdade que, eu temia, talvez fosse devastadora demais para enfrentarmos. — Sofia, precisamos ser rápidos. — Ele estava sentado à mesa do escritório, cercado de documentos e mapas. Seu rosto estava marcado por uma determinação feroz, mas eu podia ver a preocupação nos seus olhos. — Se Vincenzo estava disposto a entregar você a La Regina Nera, é porque ela está ficando sem tempo. E isso significa que estamos mais perto dela do que nunca. Eu me sentei ao seu lado, tentando ignorar o aperto no meu peito. — Como vamos atraí-la? — Perguntei, tentando manter minha voz firme. Leonardo olhou para mim por um momento antes de responder. — Nós criamos uma isca. V

Capítulo 97: “O Encontro Decisivo” (Sofia Narrando) A mansão onde cresci sempre foi uma presença opressiva em minha vida. Suas paredes altas e frias pareciam conter mais segredos do que memórias. Agora, enquanto Leonardo estacionava o carro na entrada, a sensação era de algo muito pior, um prenúncio de desastre. — Tem certeza disso, Sofia? — Leonardo perguntou, verificando a arma no coldre antes de descer. Assenti, mesmo com o nó no estômago me avisando que talvez fosse um erro. — Preciso de respostas. E só ela pode me dar. Ao atravessar os portões, notei a escuridão incomum que envolvia o lugar. Nenhuma luz estava acesa. Os jardins, geralmente impecáveis, pareciam abandonados, com folhas espalhadas e galhos quebrados. — Está estranho. — Leonardo murmurou, olhando ao redor. Quando chegamos à entrada principal, tentei acender as luzes, mas o interruptor não respondia. — Co

Capítulo 98: “A Verdade Fragmentada” (Sofia Narrando) O silêncio entre mim e Leonardo era ensurdecedor. Desde o confronto com minha mãe, nada parecia real. Era como se cada fio da minha vida tivesse sido cortado, deixando-me flutuando em um vazio que eu não sabia como preencher. Leonardo estava à minha frente, revisando documentos, mas percebi que sua concentração era uma fachada. Ele estava tão abalado quanto eu. — Isso tudo está errado — murmurei, quebrando o silêncio. — Como podemos confiar em qualquer coisa agora? Ele olhou para mim, os olhos cansados. — Não se trata de confiar, Sofia. Trata-se de sobreviver. E de derrubá-la antes que ela termine o que começou. — E como fazemos isso? — perguntei, minha voz carregada de frustração. — Ela está sempre dois passos à frente. Sempre. Leonardo não respondeu imediatamente. Ele sabia que eu tinha razão, mas também sabia que não podíamos d

Capítulo 99: “O Plano de Desmonte”(Leonardo Narrando) O corpo de Clara estava pendurado, um espetáculo grotesco para todos que a encontrassem. Seus olhos, outrora cheios de arrogância, agora estavam opacos, fixados em algum ponto distante. O símbolo gravado em sua pele era a assinatura fria e calculista de La Regina Nera. Olhei para Sofia, que estava ao meu lado, seus olhos fixos na cena. O silêncio entre nós era pesado, como se as palavras não fossem suficientes para explicar o que estava diante de nós. – Ela sabia demais – murmurei, quebrando o silêncio. Sofia desviou o olhar do corpo, cruzando os braços. – Claro que sabia. Clara sempre soube onde estava se metendo. As palavras de Sofia carregavam um rancor antigo. Clara não era apenas uma peça nesse jogo, ela tinha sido um lembrete constante de um passado que Sofia desejava esquecer. – Ela se uniu a La Regina Nera por vingança, So

Capítulo 100: “A Batalha Silenciosa”(Leonardo Narrando) A guerra contra La Regina Nera atingia um ponto crítico. O ar parecia mais pesado a cada esconderijo invadido, a cada operação desmantelada. Os passos que dávamos eram decisivos, mas carregavam um risco crescente. Não havia mais espaço para erros, e a tensão entre Sofia e eu estava no limite. Estávamos na base temporária, examinando os documentos da pasta que peguei. As informações eram claras, havia uma reunião de alto escalão do “Cerchio Nero” marcada para dali a dois dias. O local seria uma mansão em Verona, conhecida por suas defesas impenetráveis. Sofia estava inclinada sobre a mesa, analisando as rotas de tráfico que identificamos. — Se atacarmos estas rotas agora, La Regina Nera ficará vulnerável na reunião. Eles estarão em desvantagem — disse ela, apontando para os mapas. Assenti, mas não pude deixar de notar as sombras em seu rosto. A r