AvaAcredite, eu sabia... Sabia que estava errada e completamente perdida. As últimas 24 horas haviam sido... terríveis. Eu nunca tinha passado por aquilo em toda a minha vida. E olha que eu já tinha visto muitas coisas e operado muita gente. Já havia visto pessoas feridas de várias formas possíveis na emergência. Mas nunca, jamais, tinha passado por nada daquilo, nem mesmo quando o meu próprio marido me sequestrou apenas para eu fazer uma cirurgia em seu pai.Eu deveria odiar Logan por tudo que ele já havia me feito, pela insegurança, pelo medo e pelas coisas que aconteciam em minha vida, porém não conseguia.Quando Joseph me levou e me colocou naquele lugar, eu estava exausta para lutar e para sair dali, mesmo sabendo que não tinha como fugir daquela situação. Eu não poderia, de forma alguma, fugir daqueles homens, que me vigiavam 24 horas. Então, apenas permaneci parada. Mas, claro, em algumas vezes, até abri a boca para falar todas as coisas que eu sentia e pensava. Por isso ele

Dormi de mau jeito, mas me recusava a voltar para casa até que Logan tivesse alta. Não sei... Parecia que eu estar com meu marido era mais do que saber se ele estava bem, era me sentir segura. Óbvio que, se fôssemos atacados ali, eu teria mais chances de protegê-lo do que ele a mim, mas eu não queria sair de perto dele. Com isso, acabei ficando com torcicolo.Enquanto ele estava dormindo, saí para tomar um café. Já fazia mais de 72 horas que eu não dormia direito. Fechar os olhos era como um tormento para mim. Eu me lembrava de tudo: de onde estava, do isolamento, de Logan, do sangue...Eu achava que precisava de alguns remédios quando voltasse para casa. Até lá, um café poderia me ajudar. Quando o tomei, bebi até a metade do copo.Em seguida, vi Mary vindo em minha direção, ansiosa. Meu coração acelerava. Eu não estava preparada para esse encontro. Sabia que tinha muitas questões para conversar com ela e muitas coisas para lhe explicar. Com certeza, ela ficaria muito, muito irrita

AvaDois anos depoisEu sei que disse que nunca teria um filho daquele idiota, mas... eu também disse que o odiava e acabei me apaixonando.Com certeza, a vida que Logan e sua família tinham ainda não me agradava muito, porém, com o tempo, a gente iria consertando as coisas. Eu estava feliz porque ele me escutava mais. Gosto de pensar que eu o influenciava para o bem.Quem sabe, no futuro, ele deixe de ser esse homem tão... casca grossa e que faz coisas com as quais eu não concordo.Continuar trabalhando no que amava me ajudava bastante, e também tinha o bebê. Com os sete meses de gestação, eu me sentia um pouco mais cansada, por isso resolvi diminuir um pouco a minha carga horária, ainda mais com um papai querendo passar muito tempo com o filho que ainda não havia nascido.Fiquei surpresa quando descobri a gravidez e, com certeza, assustada. Não planejei. Não planejamos, mas também não evitamos, devo confessar.A primeira pessoa a se encher de alegria e planejar o futuro do nos

GabrielaQuando meus irmãos propuseram o acordo de casamento com o Sul, no qual eu teria que ser a esposa de Enrico Bianchi, senti-me furiosa a ponto de desejar matá-lo com as minhas próprias mãos, na noite do casamento.Dante e Lorenzo não estavam me obrigando a nada, eles sempre foram leais e compreensivos, no entanto, sabia que era o meu dever como filha da máfia honrar esse acordo e acabar com a ameaça dos sulistas idiotas.Vir para essa cidade foi difícil, pois deixei para trás minha família, em especial Giovanna, que cuidei desde que nasceu. Era um lugar desconhecido e repleto de pessoas que me odiava, inclusive Enrico, que assim como eu, que se sentia obrigado a casar-se.No entanto, o homem não poderia reclamar. Em tempos normais, todos os outros se uniriam para tomar o poder do Sul, consequentemente, acabando com sua vida. Ficar comigo era a oportunidade de se redimir, e esse fato me deixava pior e me sentindo como um objeto para a paz.Minha mãe sempre dizia, quando se

O quarto onde eu estava era o único lugar onde eu estava protegida de tudo que os sulistas me fizeram sentir desde a minha chegada.Avaliei tudo na cabeça, passei cada detalhe que vi, umas mil vezes tentado achar algo que pudesse me ajudar a entender melhor o que se passava nessa casa.Primeiro, a loira falsa que com certeza dormia com Enrico a muito tempo. Ela tinha acesso a casa, isso já me dizia muito e que também seria um perigo. Não era porque eu não o amava que seria a corna da história. Depois do casamente ele não poderia ficar com mais ninguém além de mim, isso é o mínimo. O tio, eu sabia dos seus podres e com quem se associava, meus irmãos eram bons em descobrir coisas e sabíamos que ele era o perigo para o Sul.Por fim tinha Enrico. Eu não estava preparada para ver um homem como aquele. Sim, me deixou feliz em saber que ele era atraente, meu corpo reagiu bem a ele, ou seja, não seria difícil ser sua esposa, pelo menos não na cama. Claro, seria difícil conseguir confiar

Conviver com dois homens mafiosos que cresceram para ser criminosos cruéis e sujos me ajudava a ver a minha situação e como eu deveria agir hoje.Eu tinha acabado de chegar, essas pessoas não me conheciam e muitos me odiavam por ser uma Mitolli. Enrico seria resistente. Ele era o líder, aparentemente, e achava que esse casamento seria fácil e rápido, que só me encontraria no quarto quando quisesse uma boa noite de prazer.Homens são babacas por natureza, seja por serem criados com esses preceitos quanto por não se importarem com os direitos das mulheres ou os desejos delas. Enrico foi criado para ser o líder, um líder de uma organização criminosa não ouvi mulheres, não respeitam seus desejos se não forem também os deles e isso teria que mudar.Trabalhar juntos seria difícil, eu sei muito bem que não sou a melhor mulher do mundo, e teria que respirar fundo e pensar antes de agir, em muitas situações.Eu não era burra, chegar em seu escritório dizendo coisas contra o seu subchefe

- Michael era um bastardo que apareceu na cidade sendo trazido por sua mãe. Eles foram acolhidos pelo meu tio, ela se casou com ele e por isso viveram na nossa casa, mas nunca fomos amigos, sempre o odiei e não o apoiei nessa loucura. – Disse quase cuspindo as palavras.Então ele o odiava e aposto que seu tio foi o pivô desse desastre.- Você já era o líder do Sul, Enrico. Como líder, você deveria saber das consequências em desafiar outra região, e ainda assim o fez. – Eu não queria o acusar de nada, muito menos provocar o meu futuro marido, porém, desejava saber o que realmente aconteceu. – Bem, isso ficou para trás. Norte, Oeste Leste desistiram de os atacar colocando um acordo viável a todos, beneficiando você, mesmo tendo desonrado o acordo de gerações. – O garçom nos servia os pratos, enquanto nós estávamos alheio a ele. A tensão no olhar me agradava. Eu não precisava dizer uma palavra para desafia-lo. – Somos adultos e vamos tratar isso como todos tratam. É um acordo, nós casa

Ele se afastou desde a nossa última conversa. Sempre que nos via, nos corredores ou no jantar, ele não dizia muita coisa. Eu o entendia e aceitava esse tempo. Provavelmente ele se sentiu desafiado e tudo o que falei foi novo.Homens como ele não estavam acostumado a lidar com mulheres determinadas e seria difícil lidar com essa nova situação. Nosso casamento estava próximo, não queríamos alongar ainda mais esse tempo, já estávamos noivos a meses, não fizemos festas de noivado nem nada, isso não era um acordo qualquer, muito menos feliz. As coisas estavam sendo organizadas pelos sulistas, eu não me importava em participar ou não. Minhas preocupações eram em como ficaríamos depois do altar, por onde começar a agir, como fazer aliados nessa cidade onde todos pareciam me odiar. Menos Samantha, claro, pois ela estava em minha frente com um sorriso de orelha a orelha, como se fosse seu próprio casamento.- Você está linda, bem chamativa. Gostei do estilo princesa. – Falou eufórica, ol

O banho só ajudou a tirar um terço da minha preocupação. Apesar de poder perambular por essa casa, eu me sentia presa no quarto. Não poderia sair andando se saber para onde e o que encontraria, sei que assim que me casar, essa casa será tão minha quanto de qualquer outro, e eu não queria ser a menina amedrontada, mas ainda assim, preferi ficar em meu canto por enquanto.O meu conhecimento era superficial, sobre esse lugar e negócio. Se Enrico estivesse aberto a conversar, poderíamos discutir sobre isso e eu poderia saber mais, porém, ele preferia continuar sobre a sombra do seu tio.Desci as escadas até a sala de estar. Tinha grandes janelas de vidro, moveis brancos, assim como as paredes e o chão, e cortinas também de cores claras. Se eu não soubesse que essa casa era o ninho de serpentes, pensaria que era um santuário. - Fico feliz que finalmente possamos conversar. A voz desagradável de Jared soou atrás de mim despertando automaticamente o enjoou no estomago. Eu só queria f

Estávamos a um dia do casamento. Meus irmãos haviam chegado e faríamos um pequeno jantar em família. Aproveitaria essa oportunidade para saber de mais coisas sobre esse Jared e o cartel Vlad que não só era um problema para o Sul como também para o Oeste.Já a muito tempo os meus irmãos vinham tentando entender como eles agiam e a ousadia de vender as porcarias roubadas do Sul, no Oeste era um desafio, no qual Dante e Lorenzo ainda tinham que aturar.Seria fácil acabar com eles usando o poder da nossa família, mas os idiotas sabiam que permanecer em Drakoy seria declarar a suas mortes. Mexer nas áreas neutras também era um risco.A cidade onde nasci faz parte de uma cadeia de montanhas que englobam não só Drakoy, mas também duas outras cidades pequenas, onde meus irmãos também dominam. Elas servem de refulgiu ou armazenamento, como fica longe da cidade e são praticamente abandonadas pelo governo, é mais fácil e mais seguro trabalhar por lá.Antes de chegar nos territórios dos outro