Eu olhei para ele com uma sobrancelha arqueada. Quem esse idiota pensa que é? Eu queria dizer que ele era um bastardo rude, arrogante e cheio de si, mas sabia que isso me custaria o emprego, e eu não podia me dar ao luxo de perdê-lo. Então, engoli em seco e balancei a cabeça.— Ótimo, se você não tem nada a dizer, talvez agora eu possa continuar? — Ele afirmou.Como alguém consegue namorar um homem assim? Ele me descartou como se eu não valesse nada. Juro que ele está no topo da minha lista de pessoas que desprezo.Ouvi ele conversando com outra mulher, fazendo perguntas sobre seus empregos anteriores e, assim como a outra, ela flertou com ele. Não pude deixar de sorrir amargamente. Elas realmente achavam um homem rude como esse atraente? Quero dizer, quão desesperada uma pessoa precisa ser para gostar ou até mesmo querer sair com um babaca desses? Sinto pena da namorada dele, a pobrezinha deve sofrer tendo ele como namorado.Um choro interrompeu meus pensamentos e, quando olhei para c

Willow...Adrian estava agindo de forma estranha nos últimos dias. Era quase como se estivesse escondendo algo. Eu sabia que ele estava sob muito estresse tentando encontrar uma secretária, e embora eu tenha me oferecido para o cargo, ele recusou, dizendo que não funcionaria se eu fosse uma de suas funcionárias. Fiquei irritada no começo, e talvez ainda esteja, porque gostaria de estar ao lado dele o dia todo. Toda essa ideia de sexo no escritório me fez querer me candidatar, mas acho que esse sonho foi por água abaixo.Atualmente, eu estava ocupada limpando a casa, já que Maureen tinha um compromisso hoje. Eu não tinha percebido o quanto dava trabalho limpar esta mansão até ter que fazer isso sozinha. Felizmente, Maureen me disse para não me preocupar muito com os quartos de hóspedes, pois ela faz uma limpeza pesada neles apenas uma vez por mês. Já tinha terminado a lavanderia e a maior parte da faxina; a única coisa que faltava era fazer compras, mas decidi resolver isso depois de bu

— Tudo bem, vou ligar para ela. Você sabe que eles estão de férias, né? Não quero estragar a viagem deles.— Eu sei, mas como eu disse, isso é importante.— Tá bom, eu ligo para ela mais tarde. Antes de você desligar, queria perguntar sobre um quarto. Estou ocupada limpando a casa, já que Maureen não está aqui.— Que quarto?— O último no fim do corredor. — Respondi, tentando abrir a porta, mas estava trancada. Interessante.— Nem pense em abrir essa porta! — Ele parecia irritado, o que me fez questionar o que ele estava escondendo.— O que deu em você? — Perguntei rispidamente. Só queria saber por que a porta estava fechada.— Não me testa, Willow. Se eu descobrir que você entrou lá, vou ficar muito bravo com você. — Ele rosnou.— Tá bom, não vou entrar no quarto, só estava perguntando, porra! — Eu estava irritada com ele. Como ele se atrevia a falar comigo assim?— Ótimo, te vejo hoje à noite. — E desligou.Olhei para o celular com uma expressão carrancuda. Algo me dizia que ele esta

April...Já faz alguns dias desde que fui ao escritório e tive a reunião com o Sr. Black. Ainda não recebi nenhuma resposta dele, o que me preocupa. Nora saiu esta noite e queria que eu fosse com ela, mas recusei educadamente, dizendo que queria ter uma boa noite de descanso. Preparei um banho quente para tentar relaxar na água morna. Quando saí, vesti meu pijama e me deitei na cama. Fiquei olhando para o teto enquanto tentava adormecer.O sono não veio facilmente para mim e, esta noite, eu sabia que seria uma daquelas noites em que penso em tudo o que parece me incomodar. Sempre tenho essa sensação de que estou vivendo uma vida cheia de mentiras. Talvez eu fosse outra pessoa. Sinto essa sensação de anseio, como se houvesse alguém lá fora sentindo minha falta também. Tentei pesquisar sobre o acidente, mas só encontrei um pequeno artigo sobre o acidente que supostamente tirou a vida do meu chamado marido e filhos. O que mais me incomoda é que não sinto nada ao olhar para as fotos deles.

Adrian...Willow e eu discutimos um pouco depois que cheguei em casa esta tarde. Ela queria saber o que estava por trás da porta fechada e eu disse a ela que deveria deixar isso para lá, mas ela estava determinada a saber. Eu sabia que estava sendo injusto com ela por não contar, mas eu não conseguia. Aquela sala era a única coisa que eu ainda tinha de Ash. Eu nunca deixaria ninguém entrar naquela sala. Aquela era a sala que eu um dia compartilhei com Ashley. Eu me mudei no dia em que Willow começou a trabalhar aqui. Eu não queria que outra mulher pusesse os pés naquela sala. Eu queria que ela ficasse do jeito que estava.Olhei para a mulher adormecida ao meu lado. Ela estava de mau humor a noite toda, e chegou ao ponto de descontar o humor ruim em Ashton quando ele não quis comer o sushi que ela havia comprado.Cena do passado...— Ashton Black, você vai comer sua comida. Não quero desculpas. — Ouvi ela repreendendo e, quando olhei para cima, vi lágrimas nos olhos de Ashton enquanto e

April...Acordei meio grogue quando meu telefone começou a tocar ao meu lado. Gemei enquanto estendi a mão para fora das cobertas. Peguei o celular, olhei para a tela e notei um número desconhecido me ligando.Eu odeio atender chamadas de números que não conheço.— Sim. — Murmurei, ainda sonolenta. Espero que quem quer que esteja me ligando tenha seguro de vida, se não for algo importante.— Estou falando com a Srta. O’Donnell? — Uma voz feminina perguntou do outro lado da linha.— Sim, sou eu. — Respondi, esfregando os olhos. Quem estaria me ligando a essa hora da manhã?— Aqui é Beatrice, da Indústria Black. O Sr. Black pediu para eu ligar para você. Ele disse que você precisa estar no escritório dele na segunda-feira de manhã.Uma risada escapou dos meus lábios ao ouvir o que ela disse. Finalmente, aquele homem marcou um encontro para me ver. Espero que seja uma boa notícia.— Obrigada. Diga ao Sr. Black que estarei lá na segunda-feira de manhã.— De nada.Encerrei a chamada, sentin

Suspirei em derrota, sabendo que não tinha escolha. Vi Nora sorrindo para mim.— Tudo bem.— Yay! Vou me arrumar! — Disse Nora, pulando de alegria.— Ótimo! — Gemi, colocando a cabeça entre as mãos.No que eu tinha me metido?— Vamos, April, você me prometeu. — Lembrou-me Nora quando paramos em frente ao shopping.— Eu sei, mas agora que estamos aqui, acho que cometi um erro. — Resmunguei ao sair do carro.— Nada disso, você não vai escapar dessa. Agora, vem. — Ela segurou meu braço e me arrastou com ela.— Vamos para a seção de roupas. — Sugeriu, puxando-me junto.— Promete que não vamos comprar um guarda-roupa novo? — Perguntei ao entrarmos em uma loja.— Prometo. Agora vem.Vi um brilho travesso em seus olhos que não gostei, mas não disse nada enquanto caminhávamos pelos incontáveis cabides de roupas. Nora me fez experimentar uma roupa atrás da outra. Quando saí do provador, meus olhos pousaram em duas mulheres não muito longe de mim. Ambas me pareciam familiares. Assim como eu e No

Willow...Sally já estava me esperando no shopping na manhã de sábado, depois que Adrian e as crianças saíram. Minha mente estava a mil por hora. Eu sabia que precisava compensá-lo de alguma forma se quisesse ser a próxima Sra. Black. Sabia que ele estava escondendo algo por trás daquelas portas fechadas, e era por isso que estava de tão mau humor. Prometi a mim mesma que descobriria o que era. Eu sabia que tinha passado dos limites na noite anterior quando repreendi Ashton por não comer o sushi, mas porra, eu não conseguia mais controlar minha raiva. Eu precisava ensiná-lo a me obedecer. Quero dizer, um dia serei a mãe deles, caso consiga fazer Adrian me pedir em casamento.Mas as crianças não facilitaram para mim nos últimos dias. Elas estavam testando minha paciência. Kylie brigou comigo quando contei que havia perdido a cabeça. Disse que eu estava colocando nosso plano em risco e que deveria controlar meu problema de raiva se quiséssemos assumir a Indústria Black. Ela ainda estava

— Vai ficar bom em você. Você deveria levar. — Sorri. Ou não. Droga, seu marido morreria quando te visse com isso.— Também acho. Vamos, quero comprar mais lingerie. Por que você não compra alguma para você? Nunca se sabe quando pode ser útil. — Ela arqueou as sobrancelhas.Passamos meia hora comprando lingerie, e meu pai não parava de me mandar mensagens para que eu fosse encontrá-lo.Disse a Sally:— Vamos indo.Ela franziu a testa.— Mas acabamos de começar. Por que essa pressa?— Ah, acho que peguei alguma virose ou algo assim, porque estou com umas cólicas.— Ah, é? Talvez seja melhor encurtarmos o passeio. Não quero que meu irmão fique bravo comigo se algo acontecer com você.Soltei uma risada.— Acho que podemos ir a mais uma loja.Mandei uma mensagem para meu pai, avisando que precisaria de mais uma hora.— Mais uma hora ou eu vou embora.Resmunguei alto, chamando a atenção de Sally. Droga!Estávamos em uma das lojas quando Sally se virou para mim e disse:— Certo, agora me con

April...Alguns minutos depois, Nora saiu com o mesmo vestido, mas de uma cor diferente desta vez.— Como estou? — Ela perguntou.— Ficou perfeito em você. — Sorri, esperando que ela escolhesse esse vestido.— Podemos ir agora? — Perguntei cansada. Para minha sorte, ela balançou a cabeça.— Quase. Só preciso encontrar o vestido perfeito.Olhei para ela e senti vontade de chorar. Será que essa garota não pode me dar uma folga?— Tá bom. — Gemi. Eu já estava farta do shopping e das compras. Honestamente, não sei como ela aguenta isso.— Obrigada! — Nora gritou e saiu em busca de outra roupa, enquanto eu fui me sentar em um dos sofás. Esse dia ainda vai demorar a acabar.Depois de quase quatro horas, finalmente terminamos.— Não acredito que passamos a manhã inteira fazendo compras! — Reclamei ao entrar no apartamento.— Pois é. O tempo voa quando estamos nos divertindo. — Ela disse, e eu lancei um olhar fulminante.— Desculpa. Como você está se sentindo? — Perguntou, olhando para mim com