ISABELLADesviei o olhar para a mesa e coloquei as mãos sobre o colo. Algo estava definitivamente errado com esse homem, ele estava vestido exatamente com as mesmas roupas pretas que os homens que Charles matou usavam.—O que está acontecendo agora?— Charles perguntou, percebendo meu nervosismo.—Nada.— Minha voz saiu como um mero sussurro.Charles continuou digitando em seu celular, sem prestar realmente atenção em nada, enquanto o homem suspeito se sentava na cabine atrás de mim. Lentamente, coloquei a mão no bolso de trás para pegar o celular e enviar uma mensagem sobre o cara que me dava arrepios, mas antes que pudesse fazer isso, a doce senhora trouxe nossa comida.Mantive minha mão no bolso de trás, congelada, tentando não fazer movimentos bruscos para não chamar a atenção.—Obrigada— Eu disse.—Não se preocupe—. Ela disse com um forte sotaque italiano.Charles começou a cortar suas panquecas, enquanto eu olhava para a comida à minha frente, perdida em pensamentos.Dei-lhe um ch

ISABELLALevanto a mão para aliviar a dor de cabeça e abro os olhos suavemente. Estou em um quarto, um quarto laranja que nunca tinha visto antes. Comecei a sentir pânico, levantei-me apenas para que a gravidade me abandonasse e caí no chão. Ofeguei de dor quase imediatamente. A porta se abre de repente, mãos agarram meu rosto.—M-mãe—. Disse, surpresa.—Sou eu, querida—. Minha mãe sorri enquanto me ajuda a me levantar do chão e me coloca de volta na cama. Não me lembro de ela ter aparecido, apenas da arma apontada para Charles e para mim.—Onde está o Charles? Ele está bem?— Perguntei apressadamente. Minha mãe me olhou com desconfiança antes de acenar com a cabeça. Minha mãe baixou o olhar para suas pernas, ela está agindo estranho. —O que está acontecendo?—O que está acontecendo é que você está dormindo com meu noivo. E o que é ainda pior é que você está apaixonada por ele—. Grita minha mãe, zangada. Eu não entendo, Charles contou a ela que dormimos juntos.—M-mãe, n-não—. Chorei.

ISABELLAEstava na varanda, esperando por Charles. Eu usava um vestido preto justo e elegante que me caía perfeitamente.— Você está...Virei-me para encontrar os olhos errantes de Charles, seus olhos escureceram quando se concentraram totalmente em mim. Ele estava elegante com seu smoking preto, simples mas sexy.— Como a filha da minha mãe.— soltei, irritada. Estava começando a me incomodar, como ele podia trair minha mãe assim?— Eu ia dizer deslumbrante—. Ele disse.Abaixei o olhar timidamente, mordi o lábio contendo qualquer comentário maldoso e me limitei a dizer um rápido "obrigada". Ele me pegou suavemente pela mão e me indicou o caminho até o carro.As mudanças de humor de Charles estão me deixando tonta, um dia ele gosta de mim, no outro não, e então ele pensa que estou deslumbrante, é demais. Na rádio tocava uma música suave, era desconfortável.— Espero que você não tenha colocado Ryan em apuros—. Eu disse.— Ele vai enfrentar mais que isso.Virei-me para olhá-lo, suas mão

ISABELLA— Eu preciso de você, Ryan.— Estou aqui, Bella. — Ele segura meu rosto com a palma da mão, e eu absorvo seu calor.— Por quê? — Chorei suavemente.— Por que você me deixou? — Perguntei com a voz trêmula, sua mão não se afastou da minha bochecha. Olhei profundamente em seus olhos, tentando encontrar algum tipo de verdade, mas não encontrei nada; seus olhos apenas brilhavam de arrependimento.Ele baixou o olhar, lutando para encontrar as palavras certas, o que me deixou ainda mais ansiosa. Eu só precisava saber um motivo, talvez isso pudesse responder por que todos os outros me abandonaram.— Eu era um adolescente tolo que dava tudo por garantido. Assim que te deixei, soube que cometi o maior erro da minha vida. — Ele me disse.Ele se aproximou mais de mim, e eu permaneci imóvel. Nossas bocas estavam a poucos centímetros de distância, e eu não sentia nada estando tão perto dele.— Nunca parei de te amar, Isabella.Ele tomou meus lábios, mas não era a mesma coisa. Na verdade, e

ISABELLAJá se passaram seis meses, seis meses desde que saí de Cabo, três meses desde o meu noivado. Suponho que meu pai tinha uma negociação maior para mim, e a maior de todas foi que ele me ofereceu a um chefe do tráfico de drogas. O ruim é que realmente posso ver um futuro com meu noivo, estou começando a sentir um certo apreço por ele. Seu nome é Benjamin Vinson, ele é perigoso, mas tem um bom coração e tem cuidado muito bem de mim. Acho que poderia amá-lo.—Bom dia, linda— Ben sussurra em meu ouvido, depositando um beijo suave e carinhoso em meus lábios. Eu me cobri com nossos lençóis macios e tentei voltar a dormir. —Temos aquela gala esta noite, querida—. Ele me descobriu, com o cabelo bagunçado cobrindo meu rosto. Aproximei-me para beijá-lo antes de me levantar da cama.Deixei que a água morna escorresse pelas minhas costas, fazendo minha pele se arrepiar, meu rosto se sentia incrível debaixo d'água. Eu estava tão relaxada e distraída no banho que não ouvi Benjamin entrar no

ISABELLAQuase cheguei ao banheiro antes que alguém me puxasse para dentro de um quarto.Uma mão cobriu minha boca, e entrei em pânico sem saber quem era. Dei uma joelhada por trás na perna da pessoa e comecei a agitar os braços. A pessoa gemeu de dor e me virou.—Charles.— Murmurei.Fiquei olhando para seus olhos azul-escuros, que me levaram para outro mundo. Meu rosto relaxou quando percebi que ele não estava tentando me matar. Eu estremeci sob suas mãos que me rodeavam. Fazia seis meses que eu não sentia o toque dele. Ele estava estudando meu rosto, cada centímetro dele.—Oi.— Sussurrei como uma idiota.Isabella, você realmente acabou de dizer "oi", que diabos...?—O que você acha que está fazendo?— Charles perguntou, irritado. Fiquei surpresa, por que ele estava tão bravo?—O quê?— perguntei confusa.—Você está casada com um chefe do tráfico de drogas, você se juntou à gangue dele—. Charles rosnou. —Você tem uma maldita tatuagem que te liga a eles—. Seu peito vibrava, ele estava r

ISABELLA—Você não pode fazer isso, Iason —. Minha mãe tenta arrancar o braço do aperto de pedra do meu pai.—Estou fazendo o que é melhor para você —. Meu pai diz enquanto arrasta minha mãe escada acima. Eu fico logo atrás deles. Nunca entendi por que meu pai enganava minha mãe, eles pareciam tão apaixonados.—Você não está fazendo o que é melhor para você —. Minha mãe retirou o braço mais uma vez, lutando contra meu pai.—Papai, mamãe, parem —. Eu disse. Lembranças da minha infância vieram à tona na minha mente, vendo meus pais brigarem todas as noites, vendo meu pai sair furioso para o escritório, minha mãe chorando na cozinha tentando agir como se tudo estivesse bem.—Ela está zangada, papai, e tem o direito de estar —. Eu disse quase estupefata. Cruzei os braços sobre o peito. —Você mentiu para mim —. Eu disse enquanto olhava para a porta da minha mãe sem poder olhar para ele nos olhos.—Fiz o que era melhor para você e para sua mãe —. Meu pai se defendeu e defendeu suas ações. M

ISABELLAAcordei amarrada a uma cadeira, estava escuro e fazia frio. Tudo o que passava pela minha cabeça era Charles e como ele tinha me sujado, tudo para salvar minha mãe. Finalmente, estava pronta para deixá-lo, pronta para deixar o passado para trás, mas não. Ele é tão egoísta que vai continuar me enganando. Estou neste porão há pelo menos dois dias, não vi ninguém, Ryan não veio me ver, nem Charles, não comi. Eu me sentia fraca, meu corpo todo doía.Foi como se o próprio Deus tivesse me ouvido, a porta se abriu. Charles entrou com Ryan atrás, Ryan tinha algum aparelho nas mãos. Estava tão distraída com o que Ryan tinha nas mãos que nem vi Tiffany entrar, logo atrás de seu noivo. Tiffany tinha o maior sorriso que eu já tinha visto em seu rosto, ela olhou para mim e deu uma risadinha. Eu me contorci na cadeira ao ouvir sua risada idiota.Charles está parado na minha frente, me observando enquanto Ryan instala o aparelho. Eu juraria que vi arrependimento nos ousados olhos de Charles

ISABELLA Acordei com um zumbido, meus olhos se abriram lentamente, sem saber o que esperar. Rezei para que tudo isso fosse um pesadelo, não era real, não podia ser. Um cateter intravenoso passava por mim, ouvi algo se movendo ao meu lado. Ryan estava dormindo na cadeira, parecia desconfortável. Olhei ao redor do quarto, estava em um hospital. Sentei-me gemendo de dor. Minha coxa estava envolta em uma bandagem branca, ele me esfaqueou. — Você está inconsciente há dois dias — disse uma voz profunda e cansada. Ryan estava sentado esfregando os olhos sonolentos, encontrei seus olhos. — Não fazia ideia de que ele realmente iria te machucar, eu nunca, nunca te faria passar por dor física, Isabella — disse Ryan, enquanto se levantava e caminhava em minha direção, agachando-se ao meu nível. Eu estremeci de medo qu

ISABELLA Já faz uma semana desde que Charles me esfaqueou, ele desapareceu completamente. Cheguei em casa há dois dias e ele não estava aqui, Ryan e Grace têm me feito companhia, mas as coisas entre Ryan e eu têm sido super desconfortáveis. Implorei a Ryan todos os dias para me deixar ir para casa. Ryan não me deixava ir nem me deixava ligar para Benjamin, ordens de Charles. Mesmo quando não está aqui, ele ainda controla minha vida. —Vamos sair esta noite—. Grace grita animada. Deixo o livro que estava lendo em meu colo. Inclino a cabeça para ela enquanto ela começa a mexer no meu armário, procurando uma roupa. —Não vou, Grace—. Bocejo enquanto pego o livro novamente. Ela consegue arrancar o livro das minhas mãos e jog&aacut