POV AbigailRosnei frustrada, pois Felix estava certo. Ficar me vendo como uma vítima passiva não iria me ajudar, eu tinha que ficar mais forte, mesmo que para alcançar meus objetivos eu tivesse de passar por mais aquela humilhação. Baixei meus olhos e Felix sorriu, soltando a coleira e se afastando.― Agora que nos entendemos, tem mais uma coisa. ― Felix foi novamente para a caixa e pegou novamente a guia, que era da mesma cor da coleira. ― Quando eu tiver de sair da sede da alcateia, por qualquer razão que seja, você virá comigo.― E para que essa guia? ― Perguntei, o fazendo sorrir novamente enquanto ele estalava o couro em suas mãos com um olhar sádico.― Acha mesmo que eu andaria pela cidade com um cachorro fora da guia? Sabe o valor da multa para quem faz isso?Meus pelos se arrepiaram com a ideia de ser vista daquela maneira, por outro lado, também era a única forma de andar pela cidade sem chamar a atenção de outros lobos. Estando com Felix, um alfa tão poderoso, a minha prese

Capítulo 14: O próximo alfa supremoPOV Abigail Voltamos para a sede da alcateia, Felix me guiou por um caminho mais escondido, assim ninguém nos veria chegar em nossas formas lupinas. Enquanto ele ia té um quarto de vestir, eu esperei, sentada sobre minhas patas traseiras, do lado de fora do prédio. O sol já estava alto no céu, calculei que seriam por volta das nove ou dez horas. Minha barriga roncou de fome por ter pulado o café da manhã, mas eu já estava acostumada aquela situação. Apor ta se abriu, Felix saiu do prédio com um terno ajustado, gravata preta e com os cabelos penteados para trás, revelando uma fina mecha prateada em seus cabelos negros. Ele me olhou e sorriu de lado. Aquele sorriso me incomodava, pois fazia meu coração dar um salto todas às vezes. Ouvi um som de clique e quando olhei para cima, Felix estava segurando a guia com firmeza, seu sorriso ainda maior. ― Pronto, agora, sim, podemos ir. ― Felix puxou a guia, quase me fazendo cair. Queria retrucar, queria

POV Abigail Saí do carro com um salto, animada para começar a ver tudo, mas Felix segurou a guia e me impediu de continuar. Ele desceu do carro e me olhou com atenção, parecendo ponderar sobre algo. O alfa se abaixou, nivelando nossos olhares, segurou meu queixo e o ergueu. ― Não esqueça o que eu disse mais cedo. Ande sempre com o focinho erguido. Já me viram andando com você, não se atreva a me envergonhar no meu território, magrela. ― Com um sorriso de lado, Felix se levantou, soltou a guia e foi em direção a linda casa onde o conheci. Caminhei com cuidado, tentando evitar os olhares curiosos dos lobos, mas era impossível. Eu era uma forasteira com uma pelagem que se destacava, sem contar que eu havia sido vista saindo e voltando com o alfa. Eu sabia como as fofocas funcionam e não queria ser o alfo de lobas ciumentas. Porém, conforme eu andava mais e mais, notei que todos estavam ocupados de mais para prestarem atenção em mim por muito tempo. A Rivermoon parecia prosperar, enqu

POV Felix Deixei Abigail aos cuidados de Henrique nos dias que se seguiram. O beta não parecia nada satisfeito com sua tarefa de babá, mas não importava com as vontades dele, e sim com o que seria benéfico para o nosso plano. Eu precisava daquela loba e ela tinha de ter alguma evolução significativa rápido. Enquanto Henrique trabalhava com a loba, eu estava atolado com as várias empresas ligadas a alcateia, dentre elas a que vinha me dando mais problemas era a serralheria. Se tratava de uma sociedade na qual fui obrigado a entrar, para ficar em bons termos com o pai da minha ex, quando rompi nosso noivado. Aquele lugar só dava prejuízos, ao ponto de que precisei injetar dinheiro para não pedir falência. A papelada se acumulava na minha mesa e tudo o que eu queria era libertar meu lobo para correr pela mata, livre como a deusa nos criou para sermos. A porta se abriu e Henrique entrou, com mais papéis em suas mãos e cara de puto. ― Minha jovem noiva está dando muito trabalho? ― Per

POV Abigail Os olhos de Felix queimaram sobre mim, ao ponto de sentir minha pele se arrepiar. Talvez fosse o vento frio naquele pele tão frágil. Minha garganta ainda queimava enquanto eu admirava meu reflexo. Eu não perdia em nada para Evangeline em sua forma humana, meus olhos se destacavam com meus cabelos escuros e pele clara. Toquei meu rosto com os dedos e a sensação era muito estranha. A fragilidade daquela forma era absurda e meu desejo de voltar a forma lupina crescia. Senti as mãos de Felix em meus ombros, apertando levemente e, novamente, espalhando arrepios estranhos pelo meu corpo. ― Sou obrigado a dizer que foi uma grata surpresa. ― Olhei para Felix sobre o ombro, seus olhos com um brilho que me fez tremer e me afastar, mas era difícil me mover com aquele corpo e caí na primeira tentativa de me levantar. ― Desculpe, acho que fui muito óbvio, mas não pode me culpar. Até mesmo o seu cheiro ficou mais atraente. ― Não quero ser atraente para você, nem para ninguém. ― Disse