Alexander Muller A sala de cirurgia estava um caos controlado, mas ainda assim, um caos. A emergência tinha sido complicada, mas felizmente, o paciente estava estável. Quando finalmente saí, já passava das cinco da manhã, e o cansaço pesava sobre meus ombros como um casaco molhado. Caminhei pelos corredores quase desérticos do hospital, o eco dos meus passos, o único som a me fazer companhia. Eu precisava de um momento para respirar, para me desconectar da tensão constante do bisturi e da responsabilidade que nunca me deixava.Entrei na sala de descanso dos médicos, onde a luz fraca criava sombras suaves nas paredes. E lá estava ela. Zara. Sentada em um sofá, com a cabeça encostada no encosto, os olhos fechados, num sono leve. Ela parecia tão serena, como se estivesse esperando por alguém, e eu sabia que esse alguém era eu.Eu me aproximei devagar, cada passo ecoando suavemente na sala silenciosa. Sentei ao lado dela, e cuidadosamente, deslizei a cabeça dela para o meu ombro. Não qu
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