RagnarTerminei o banho rapidamente, a água quente escorrendo pelos músculos tensos do meu corpo. Precisava me recompor antes de voltar para Riuk. O peso do que estava por vir, da responsabilidade que agora repousava sobre mim, era enorme. Vesti-me com a mesma pressa, puxando uma camisa preta e calças de moletom cinza. Ao sair do banheiro, segui direto para o quarto de Riuk.Ao abrir a porta, encontrei o menino já pronto, sentado na beira da cama, olhando para a parede branca, envolto por uma complexidade de pensamentos que nos afastava. Ele parecia estar em outro mundo, perdido em memórias. Me aproximei devagar, observando-o por um momento. Aquele menino carregava um fardo muito maior do que qualquer criança deveria suportar."Você está pronto para descer?" perguntei, mantendo minha voz suave.Ele ergueu os olhos para mim e confirmou com um leve aceno, mas seus olhos... seus olhos mo

CameronA cozinha estava quente e aconchegante, o cheiro da pizza se misturando ao som de risadas leves e conversas descontraídas. Eu estava tirando mais uma pizza do forno, cuidando para que tudo saísse perfeito. Não queria que Riuk se sentisse desconfortável, então decidimos todos nos sentar no chão, criando um ambiente mais íntimo e relaxado.Eron, sempre curioso, quebrou o silêncio enquanto mordia sua fatia de pizza. "Mamãe, como foi crescer com tantos irmãos?"Sua pergunta me pegou de surpresa e sorri, sentindo o peso da nostalgia me abraçar. “Ah, era uma loucura. Ben sempre foi o mais seguro e controlado entre nós. Ele estava sempre tentando nos manter na linha, o que, claro, irritava todas nós.""Vocês implicavam muito com ele?" Eron questionou e eu ri."Fazemos isso até hoje, e depois que a Libby nasceu, querí

CameronSegurando o teste nas mãos, senti um frio percorrer minha espinha. Lá estava ele, o resultado que mudaria tudo: positivo. O choque misturado com a alegria tomou conta de mim. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto enquanto eu levava as mãos à barriga, como se pudesse sentir algo ali, uma presença que ainda parecia distante e, ao mesmo tempo, já tão real."Eu estou grávida," sussurrei para mim mesma, mal acreditando nas palavras. Grávida do homem que eu amava, o lobo mais forte da Aliança, o Alfa Supremo. Olhei meu reflexo no espelho, buscando algum traço diferente, algo que me mostrasse o que tudo aquilo significava. Como eu iria contar a ele? O que isso mudaria?Eu ainda não estava marcada. Ragnar e eu ainda tínhamos batalhas pela frente, Tayrus e as bruxas à espreita. Mas agora, dentro de mim, eu já carregava a herança

RagnarEu estava irritado, com os nervos à flor da pele. Algo não estava certo, e eu sabia que Cameron estava escondendo alguma coisa. Era frustrante, aquela sensação de que havia um muro invisível entre nós. Eu queria marcá-la agora, queria que ela fosse minha de forma definitiva, que esse desejo suspenso no ar se materializasse de uma vez. O silêncio dela me deixava louco.Resignado, decidi sair para tentar acalmar minha mente. Caminhei pelo corredor da casa, fazendo uma pausa diante do quarto de Eron. Abri a porta devagar, e o vi deitado, já dormindo profundamente, com o travesseiro meio amassado debaixo da cabeça. Um pequeno sorriso escapou pelos meus lábios. Ele parecia tão tranquilo. Fechei a porta silenciosamente e fui até o quarto de Riuk. O menino também já estava adormecido, mas estava descoberto, encolhido como se buscasse calor. Entrei, p

CameronAo entrar na casa das matriarcas, cumprimentei todas com um sorriso leve, tentando manter a normalidade em meio ao turbilhão de emoções que fervilhavam dentro de mim. As mulheres me respondiam com respeito, mas eu sentia um peso no ar, como se houvesse algo não dito entre nós. Dei uma rápida olhada nos relatórios das crianças e fiz algumas pequenas averiguações, mas logo percebi que estava me enganando. Minha mente estava a mil, focada no bebê, em Riuk, em como contar a Ragnar. Não conseguia me concentrar em nada aqui.Respirei fundo e caminhei até Helena, a líder das matriarcas. Ela estava, como sempre, sentada à mesa de mármore, observando as outras trabalharem. "Helena, eu preciso ir ao centro hoje, comprar algumas coisas para Riuk."Ela me olhou de uma forma diferente, com uma expressão que me pegou desprevenida. "Cam

CameronCheguei à clínica com o coração acelerado, uma mistura de ansiedade e felicidade pulsando dentro de mim. A recepcionista logo me reconheceu, e com um sorriso educado, me levou para uma sala de espera privativa, algo que, naquele momento, eu apreciei profundamente. Precisava de silêncio, de um lugar tranquilo para processar tudo o que estava prestes a descobrir."Em que posso ajudar, Luna?" ela perguntou gentilmente, enquanto fechava a porta atrás de nós."Eu preciso falar com o doutor Galler," respondi, tentando manter a voz firme. Ela assentiu, prometendo que ele viria logo.Esperei por alguns minutos, tentando controlar a agitação em meu peito. Minha mente viajava para os momentos felizes que estavam por vir, a surpresa no rosto de Ragnar, o sorriso de Eron e Riuk ao descobrir que teriam um irmãozinho ou irmãzinha... Tudo parecia tão perfeito.

RagnarO dia estava me esmagando com compromissos, problemas, decisões que precisavam ser tomadas a cada minuto, mas algo dentro de mim estava inquieto. Uma sensação de agitação, como se algo muito maior estivesse prestes a acontecer. Não era só a questão de Cameron e sua recente resistência em relação à marca. Era outra coisa, algo mais profundo, mais... sombrio.Essa

CameronOs braços quentes de Ragnar me envolvem, me protegendo como se ele pudesse me guardar de toda dor que eu estava sentindo. Seu olhar, tão intenso, refletia uma confusão que eu não esperava. Ele estava tão perdido quanto eu. As lágrimas caíam sem controle, e eu não sabia como parar."Eu desconfiei quando a Mallory me ligou, querendo saber o nome do rem&eacu

RagnarTirar o quadro de Amanda foi, de fato, um ponto final que eu sabia que precisaria enfrentar algum dia. Nunca imaginei que seria tão natural, tão definitivo, mas quando o fiz, percebi que aquele sentimento há muito não tinha poder sobre mim. Amanda foi parte importante do meu passado, mas agora... Agora tudo o que eu queria, tud

RagnarAo sentir que Cam estava mais calma, segurei-a com cuidado e saímos da banheira. Envolvi seu corpo delicado em uma toalha macia, secando-a com o máximo de gentileza. Seus olhos ainda estavam marcados pela tristeza, mas eu sabia que ela precisava de paz. Quando nossos olhares se cruzaram, vi que havia algo mais profundo dentro dela – uma dor que eu mal podia compreender, mas que faria de tudo para aliviar.“Hoje faremos um dia só nosso, Cam,” murmurei, com firmeza. “Um dia em família. Você não precisa se preocupar com nada.”Ela assentiu levemente, e eu a carreguei até o quarto, colocando-a com cuidado sobre a cama. Seus olhos me seguiram enquanto voltava ao banheiro, livrando-me das calças encharcadas e me secando rapidamente. Quando voltei para o quarto, fui direto ao meu closet. Enquanto buscava uma bermuda e uma camiseta, meus olhos se depararam com as antigas roupas d