Claudia sentiu algo errado e ligou imediatamente para a professora de Breno.- Alô, professora, pode chamar o Breno para falar comigo?- É a mãe do Breno? Bem, o pai dele esteve aqui e levou a criança. - Respondeu a professora.Pai... Antônio? Mas Antônio nem sabia que Breno era seu filho! Então seria…Claudia ficou completamente perplexa.- Alô, mãe do Breno, você ainda está aí?- Como você deixou alguém levar meu filho? E se fosse uma pessoa ruim? Quem é ele, como ele é? - Claudia gritou furiosa no telefone.Se algo acontecesse com Breno, como ela iria explicar para Francisca? Essa professora havia sido tão irresponsável. Claudia sabia que Francisca se preocupava muito com as duas crianças, com medo que algo de ruim pudesse acontecer a elas. Agora, Breno havia sido levado e ela nem sabia para onde. Sem se importar com as suas coisas pessoais jogadas no chão, Claudia correu e pegou um táxi, pedindo para ir até a creche internacional.A professora ainda parecia confusa:- Você não sabe

Breno estava sendo carregado por Marcelo em direção à mansão, mas não parecia nada preocupado. Ele deu uma risada sarcástica: - Senhor, se você realmente é meu pai, você não acha isso vergonhoso?Marcelo parou em seus passos:- O que você quer dizer com isso?- Minha mãe me criou sozinha e nunca me bateu, mas assim que você me encontrou, já quer me agredir. Você não se sente envergonhado?Os olhos grandes de Breno estavam muito sérios. Marcelo olhou para aqueles olhos lindos e profundos, ficando um momento paralisado. Breno, carregado, estava muito desconfortável, mas ainda assim disse com calma. - Eu sempre pensei que meu pai fosse. - Ele fez uma pausa, se lembrando das descrições que Flávio fez do seu pai, e continuou. - O super-herói que salva o mundo. Ele apareceria quando eu fosse abusado para afastar todos que me incomodassem. Mas eu nunca imaginei que o abusador seria o meu super-herói.Super-herói que salva o mundo? A raiva de Marcelo se esvaiu instantaneamente. Mas, com base

Na mansão Oásis, devido aos acontecimentos do dia anterior, Antônio ainda estava irritado e propositalmente distante. A antiga Francisca tinha medo do Antônio a ignorar, mas agora ela quase desejava que ele a ignorasse.Francisca havia acabado de resolver a questão da música e enviado para a empresa no exterior. Ela também recebeu uma ótima notícia: um patrão anônimo investiu dezenas de bilhões em sua empresa. Ele disse que fez isso por admirar Francisca e que continuaria investindo, desde que pudesse usar as músicas dela.Esse alto valor de direitos autorais era algo que Francisca nunca ousara sonhar. Claro, ela não sabia que Antônio havia perdido mais de sete bilhões em sua conta pessoal.O celular tocou e Francisca viu que era Cláudia ligando. Ela olhou em direção ao andar de cima, onde Antônio ainda estava trabalhando em seu escritório, com o semblante fechado o dia todo, saindo apenas para as refeições. Então, Francisca foi atender a ligação.- Cláudia, o que houve?- Francisca, m

Marcelo ficou calado. Antes mesmo de responder, viu Breno se aproximar com um papel na mão, no qual estava escrito:[Se você quiser me criar, eu preciso de um milhão de reais por dia de mesada.]Marcelo esboçou um sorriso de canto. Não era seu filho, mas já vinha cobrar mesada? E ainda um milhão de reais! Aquele pirralho provavelmente nem mesmo vira mil reais na vida.Marcelo respondeu a Francisca pelo telefone:- Vou investigar, e se a criança não for minha, a devolverei para Claudia e peço desculpas.Desligou o telefone e olhou para Breno:- Apetite nada modesto, hein? Um milhão por dia, você vai conseguir gastar tudo isso?- Senhor, você não está quebrado, né?Marcelo franziu o cenho. Um milhão ele com certeza conseguiria arranjar.- E se eu te der, como você deve me chamar?Breno sorriu matreiro:- Não vou responder a uma suposição. E estou com fome, preciso comer. Se você não me der, vou processar você no tribunal por não me alimentar.Marcelo olhou para a babá:- Leve-o para come

Não era apenas a residência pessoal de Claudia, mas todo o Bairro Rio Ocidental estava sob investigação por um grande número de pessoas. Felizmente, Breno havia sido levado por Marcelo, pois todos os empregados da mansão de Claudia estavam sendo discretamente interrogados um a um.Antônio fitou Francisca:- Quanto tempo ainda falta?Francisca ficou atônita por um momento, logo entendendo o que ele queria dizer.- Dez dias.Para ser exata, excluindo o dia de hoje, ela tinha apenas três dias antes de partir.- Mandei reservar passagens para Tóquio, vamos embarcar esta noite.Os olhos de Francisca brilhavam com surpresa:- Agora? Quando voltaremos?Ela ainda achava que Antônio havia desistido de serem um casal de verdade.- Depois de amanhã.Antônio havia encontrado o plano de viagem que Francisca havia feito antes, para ver a paisagem noturna de Tóquio e visitar os locais retratados por seus quadrinistas favoritos no dia seguinte.- Tudo bem.Voltariam depois de amanhã, no momento exato.

Antônio mudou ligeiramente a expressão:- Aceitar ou não, é assim.Ele chutou um dos presentes no chão e foi direto para o banheiro. Ao chegar lá, sentiu uma coceira pelo corpo todo e tomou mais dois remédios anti-alérgicos, antes de tomar banho.Francisca ficou do lado de fora, observando atentamente. Era que ali tinha mais de cem presentes? Desde que se casou com Antônio, ela usou a maior parte de seu patrimônio pessoal para apoiar discretamente a empresa dele, por isso se privava de muitas coisas. Então, ela anotava os itens de que gostava e seus respectivos preços.Agora, pensando bem, naquela época ela era realmente boba, mas também verdadeiramente apaixonada por Antônio. Ele poderia ter comprado tudo, mas ela ainda economizava, com medo de que ele não tivesse sorte no trabalho. Antônio demorou muito no banho e, quando saiu, Francisca ficou chocada ao ver que seu rosto e corpo estavam cobertos de urticária!- Antônio, o que houve com você?Antônio respirava com certa dificuldade:

Francisca se apressou em se afastar dele, deixando Antônio um pouco confuso, mas logo em seguida ele disse em tom suave: - Eu estou bem. Você é louco? Ficar aqui a noite toda?Ontem, ele tinha pedido a Guilherme para trazer Francisca para cá, mas ela se recusava terminantemente. Aquele tom tão gentil fez Francisca ter novamente suas dúvidas, questionando se ela tinha se enganado. Se fosse por causa dos gêmeos, os nomes não seriam exatamente iguais, certo? Além disso, pelo que ela conhecia de Antônio agora, ele jamais aceitaria se passar por outra pessoa ou ser o substituto de alguém.- Antônio, nós nos conhecemos desde crianças, não é?Antônio achou que ela devia ter ficado assustada com o que aconteceu na noite anterior, então se agachou e a abraçou:- Claro, nos conhecemos há mais de dez anos.As lágrimas de Francisca começaram a rolar sem que ela pudesse controlar:- Sim, mais de dez anos...Como poderia ter se enganado depois de tanto tempo? Guilherme, que estava um pouco afastado

Em Cidade C, após receber alta do hospital, Catarina começou a se preparar para a cerimônia de começo da filmagem do dia seguinte. Ela enviou algumas mensagens para Antônio, mas não obteve resposta.Lua se aproximou:- Catarina, já organizei tudo com a mídia para a estreia, eles vão garantir que sua nova novela fique em evidência antes mesmo de ir ao ar.- Lua, muito obrigada.Catarina sorriu docemente.- Ora, entre nós não precisa de agradecimentos. - Lua teve uma ideia. - Para a cerimônia de estreia, você ainda pode convidar algumas pessoas, não é? Eu convidei Francisca para que ela veja o seu sucesso atual, que é muito maior do que o dela.Catarina não concordou nem discordou, mas disse:- Não é necessário, ela já está tão desamparada, com a falência e o divórcio, é até de se ter pena.- Você é tão bondosa, não se preocupe, eu já pensei em uma maneira de dar o troco nela e fazê-la pagar por tudo.Lua nem imaginava que Francisca aceitaria o convite. Catarina não fez mais comentários.

Já fazia dois dias que Breno não tinha ido à creche e Marcelo também estava em casa, trabalhando e fazendo companhia a ele. Lá fora, Claudia estava mesmo um falatório e Marcelo, na verdade, nem queria saber. Até que ouviu alguém informá-lo de que Claudia ia procurar o avô.Só então Marcelo deixou que ela entrasse e concordou em fazer um exame de DNA. Claudia abraçou Breno e chorou muito:- Meu filho querido, você deve ter ficado assustado, não é?Breno precisava admitir que, apesar de tudo, a tia Claudia tinha um talento especial para a atuação. Ele deu umas palmadinhas no ombro de Claudia:- Mamãe, não chore, seja boazinha.Marcelo olhava os dois sem acreditar, o menino na sua frente não podia ser seu filho. O exame de DNA levaria no mínimo quatro ou cinco dias e, durante esse tempo, Breno teria que ficar com ele.- Marcelo, é melhor você cumprir sua palavra, senão eu vou chamar o Sr. Fernando para me fazer justiça. - Disse Claudia.Claudia agora sabia que em Cidade C Marcelo também t

Olhando para a mensagem, Antônio ligou diretamente, mas do outro lado não havia ninguém atendendo. Ele, impaciente, simplesmente a apagou.De volta à mansão Oásis, Francisca já estava deitada na cama quando Antônio saiu do banho e a abraçou. Pensando que Marcelo já tinha um filho, seus beijos se tornaram ainda mais intensos.Francisca não conseguia resistir. Depois de uma noite juntos, na manhã seguinte, ela ouviu o som da água no banheiro e levantou da cama. Vestindo roupas comuns, ela se arrumou e esperou Antônio sair. Pouco depois, Antônio apareceu, vestido casualmente, parecendo muito mais suave. Quando os dois saíram da vila, estava frio lá fora e uma leve chuva caía.Ao estarem a caminho da Vila FlorDoura, o celular de Antônio tocou e ele atendeu, era Catarina ligando. Francisca notou e o viu desligar. Mas logo uma mensagem chegou:[Antônio, você pode atender? Estou enfrentando alguns problemas aqui.]Francisca havia planejado expor Catarina durante a cerimônia de abertura, não a