Depois do jantar, Bryan me levou de carro até a casa de António.Quando bati na porta, quem veio abrir foi justamente Ana, a empregada que eu tinha ajudado a contratar para eles. Naquele instante, senti um grande alívio. Ana ficou surpresa ao me ver e rapidamente me convidou para entrar.Ao entrar na sala, António e a esposa dele ficaram paralisados por um instante, parecendo que demoraram a processar minha chegada. Foi então que a Sra. Moura deu uma batidinha na perna e exclamou:— Ai, meu Deus! É a Srta. Luiza! O que a trouxe aqui?Eu logo sorri, me aproximei e coloquei a cesta de frutas na frente deles, dizendo meio envergonhada:— Tia, eu já queria ter vindo há muito tempo, mas no meio do caminho aconteceram dois problemas bem complicados, então acabei adiando até hoje.Depois, a observei de cima a baixo e perguntei:— Tia, como está a sua saúde agora? Você parece muito melhor.— Ah, Srta. Luiza! Isso é graças a você! Se não fosse por sua ajuda, eu provavelmente nem estaria... Sua

Em casa, Daniel nunca mencionou essa situação para mim. Eu não conseguia acreditar que ele não soubesse da pressão que estava em jogo.Aproveitei a oportunidade para fazer várias perguntas a António, e ele me prometeu que iria para Cidade Z o quanto antes! Aproveitei e convidei a Sra. Moura para ir também! Afinal, o inverno estava chegando em Cidade A, e isso seria mais uma prova para a saúde dela.Conversamos até tarde da noite, e ao sair, combinamos de nos encontrar em Cidade J!No caminho de volta, Bryan comentou:— Não fazia ideia de que seus negócios estavam tão grandes. Realmente, você me surpreendeu.Eu dei um sorriso amargo e respondi:— Irmão, você ainda está brincando comigo? Não ouviu o que António disse sobre os riscos que envolvem tudo isso?Bryan, sem dar muita importância, falou:— Ah, e você está preocupada com isso? Com um estrategista como Daniel ao seu lado, pode ficar tranquila.As palavras dele realmente me acalmaram um pouco, e eu disse sinceramente:— Se não foss

Quando ele fez essa pergunta, olhei para ele, mas em minha mente, parecia ser uma questão difícil de responder. Para mim, entrar na família Lima foi resultado das articulações de Daniel, algo que não poderia ser dito abertamente.Bryan percebeu que eu não respondi e sorriu gentilmente:— Você acha que isso foi resultado das manobras de Daniel, não é?Fiquei um pouco desconfortável e, com um olhar questionador, perguntei:— Não foi isso mesmo?Para minha surpresa, Bryan assentiu com confiança:— Foi sim, sem dúvida. Mas isso já estava acertado há muito tempo.— Há muito tempo? — Fiquei ainda mais surpresa, sem entender direito o que Bryan queria dizer.Ele continuava dirigindo lentamente, e a paisagem noturna da Cidade A brilhava intensamente, com o trânsito agitado e as luzes de neon iluminando o rosto de Bryan, tornando-o ainda mais elegante e sereno.Com um tom suave, ele continuou:— Naquela época, todos nós tentávamos convencê-lo a seguir em frente. Achávamos que era um erro contin

Enquanto conversávamos, o celular de Daniel tocou. Ele trocou algumas palavras comigo e logo passou a falar com Marcelo. Marcelo apenas ouvia, parecia que Daniel estava tratando de algum assunto importante. Eu preferi não interromper, recuei silenciosamente e esperei.Depois de desligar, papai não mencionou o que tinha discutido com Daniel, e eu também não me atrevi a perguntar.Preocupado com meu cansaço, pai me levou até o quarto no segundo andar. Para minha surpresa, tudo já estava preparado. O quarto estava equipado com tudo o que uma garota poderia precisar, o que aqueceu meu coração imediatamente.— Isso foi preparado da última vez que você mencionou que viria. Agora, finalmente, a dona chegou! — Disse papai com um sorriso caloroso, sem o menor traço de formalidade. Ele não parecia o homem poderoso que era, mas sim um pai gentil e amoroso.Em meu coração, eu pensava: “O que fiz para merecer isso? Como Luiza, nunca poderia imaginar ser uma convidada de honra na família Lima. Nem n

Eu me virei e vi uma mulher completamente coberta, parada não muito longe do nosso carro, olhando diretamente para mim. Fiquei um pouco incerta se era comigo que ela estava falando, então olhei em volta mais uma vez, mas não havia mais ninguém.Bryan também olhou para trás e, no mesmo momento, a mulher tirou a máscara e os óculos escuros. Para minha surpresa, era a Lúcia!Máscara, chapéu, óculos escuros grandes... O clássico disfarce de celebridade, e eu tinha me esquecido disso.O mais surpreendente era que eu não esperava encontrá-la aqui!Dei uma risadinha e falei:— Lúcia?Lúcia se aproximou com entusiasmo:— Nossa, que coincidência! Não acredito que te encontrei aqui! Você também veio para Cidade A?Enquanto falava, ela lançou um rápido olhar para Bryan.Eu a olhei calmamente e respondi:— Sim, vim resolver umas coisas.— Eu não esperava! Quase achei que tinha confundido você com outra pessoa! — Lúcia disse com grande entusiasmo, lançando mais olhares furtivos para Bryan.Bryan, p

Meu coração deu um salto, e pensei comigo mesma: que mundo pequeno! Nessa imensidão de Cidade A, e a gente se esbarra assim!Quatro ou cinco anos haviam se passado, e ele continuava o mesmo: uma cara traiçoeira, sempre parecendo um lobo em pele de cordeiro. Mas naquele momento, ele estava com uma expressão sombria.Mantive minha calma, olhando para ele de forma desinteressada.Bryan, percebendo que algo não estava certo, me lançou um olhar e perguntou:— O que houve?— Nada. — Respondi friamente.Mas Yuri soltou uma risada maldosa:— Um belo "nada". Tão calma, depois de estragar meus planos várias vezes, você acha que basta um simples "nada"? Srta. Luiza, você é realmente confiante. Quem te deu essa coragem?Olhei para ele, sorrindo friamente:— Quando você só faz coisas nas sombras, claro que eu sou confiante.Nunca fui de segurar a língua, ainda mais na frente de alguém como ele.Yuri lançou um olhar para Bryan, talvez notando sua presença marcante, e seus olhos brilharam de astúcia:

Assim que fiz a ligação, a outra linha atendeu rapidamente:— Srta. Luiza! Você está em Cidade A? — Perguntou Carlos imediatamente.— Sim. — Respondi.— Então vamos nos encontrar! Quanto tempo você vai ficar?Ele parecia muito animado, afinal, nossa parceria nos últimos seis meses havia gerado grandes oportunidades de vendas para ele.— Vou embora amanhã de manhã, mas precisamos nos ver, temos ainda... — Olhei para o relógio — Duas horas.— Me manda sua localização, eu vou agora. Estou descendo! — Disse Carlos, e logo desligou.Enviei minha localização para ele.Hugo entrou no meu escritório e perguntou:— Você vai voltar hoje?— Tenho mais algumas coisas para resolver. Volto amanhã cedo. — Respondi.— Quer que eu reserve um voo por volta das 10 da manhã?Aqui, Hugo fazia as vezes de meu assistente.Acenei com a cabeça:— Pode ser. Chegando ao meio-dia está ótimo. À tarde, tenho um evento com a Ivana e não posso me atrasar. Se não, ela realmente vai reclamar comigo!Hugo saiu para prov

Olhei para ele e, sem outra escolha, tive que interrompê-lo.Com um leve tom de desculpa, continuei:— Não vou mentir para você. A Construção e Decoração Viva já está se firmando em Cidade A, e minha Empresa de Construção DX em Cidade J está prosperando. Os projetos que temos em mãos são de grande porte, e estou seguindo uma estratégia de marca. Meu plano era lutar ao seu lado, mas...Levantei os olhos e o encarei, sentindo uma pontada de desconforto, mas algumas coisas precisavam ser ditas.— Você sabe que eu não quero ficar sob uma ameaça invisível. Se algum dos meus projetos for prejudicado por causa do Yuri, eu realmente não saberei como lidar com isso! Entende o que quero dizer? — Fitei Carlos diretamente.Ele parecia abatido, o rosto pálido, e gotas de suor se acumulavam em sua testa. Aos quarenta e poucos anos, ele aparentava muito mais idade. Embora fosse um homem brilhante, completamente dedicado ao seu trabalho sendo um dos líderes na fabricação e desenvolvimento de janelas d

Carlos ficou em silêncio por um momento, refletindo sobre o que eu disse. Antes que ele pudesse responder, recebi uma ligação de Bryan, avisando que já estava a caminho para me buscar.Eu e Carlos tivemos que encerrar a conversa. Saímos juntos da cafeteria, e ele me estendeu a mão, mas sua voz já mostrava firmeza:— Vou organizar tudo e, em breve, irei a Cidade J. Aí poderemos conversar com mais calma!— Combinado, te espero em Cidade J! Hoje o tempo está bem apertado.Quando descemos as escadas, Bryan já havia chegado. Pedi a Hugo que trouxesse minha bolsa e também que investigasse mais a fundo a situação de Yuri. Afinal, a questão das janelas era muito importante!Se Yuri realmente representasse algum risco, eu não poderia ignorá-lo, ou tudo poderia sair dos trilhos, o que seria perigoso. Senti um alívio por ter encontrado Yuri hoje e percebido a tempo que a disputa interna entre ele e Carlos ainda não havia terminado.No carro, Bryan me informou:— Walter vai te ligar daqui a pouco.

Eu praticamente morria de rir com as loucuras que eles falavam, já estava quase sem ar. O Walter estava tão empolgado, que só faltava pegar um avião de volta na mesma hora.— Quando você volta? — Consegui perguntar, tentando me recompor.Eu sabia que Walter estava finalizando as coisas por lá. Ele já tinha dito que, dessa vez, voltaria para ficar. Ia assumir os negócios da família, afinal, avó já estava bem idosa e realmente era hora de se aposentar.— Eu estou sempre à disposição! É só você falar: “Irmão, volta agora!”, que eu corro direto pro aeroporto!Ele imitou uma voz de menina enquanto falava, todo brincalhão, como um grande garoto.Eu ri alto e corrigi:— Eu sou sua irmã mais velha.— Tá bom, irmã mais velha! — Wlater repetiu no meu tom, depois resmungou. — Ser irmã mais velha é uma droga! Só dá trabalho!Fiz uma careta, mas logo Walter mudou de assunto:— Ah, ouvi dizer que o Lucas também vai voltar!Aquela notícia me pegou de surpresa. Perdi o sorriso e perguntei:— O Lucas t