Vitor se levantou e estendeu a mão para mim, mesmo assustada, não poderia fazer essa grosseria na frente de todos, segurei sua mão e me levantei, vi quando Dimitri, Estela, Ana Liz e até mesmo Gustavo fizeram o mesmo, estava muito confusa, não sabia o que de fato iria acontecer.Entramos em uma espécie de porão, apesar da pouca iluminação, tudo era bem limpo, sentamos em cadeiras de madeira, cada uma do lado da outra, estava visivelmente nervosa.__Vitor, o que vai acontecer, agora?_perguntei sussurrando.Ele olhou para mim sorrindo.Vitor: Uma tradição familiar, não precisa ter medo.Em seus olhos via o quanto estava gostando de tudo isso.Vários homens entraram cada um com uma caixa bem grande, eles colocaram as caixas perto de nós e ficaram em nossa frente, estenderam um capuz que cobria todo o rosto, não sabia bem o que fazer, mas vi que todos pegaram, então fiz o mesmo. Eles começaram a cobrir o rosto, recebi um olhar de Gustavo para que fizesse o mesmo, estava com muito medo, ma

MARATONA 4/5DIMITRIEu o odiava, queria mesmo que estivesse morto, que sumisse, meu pai preparou toda essa palhaçada para ele, eu merecia isso mais que todos, mais que ele. Mas eu iria me vingar, não ficaria assim, prefiro acabar com o legado da família Greco de vez, do que ver ele no poder, no meu lugar.Engoli a raiva que sentia e saí puxando a merda dessa puta para fora, essa palhaçada para mim já tinha acabado, dei partida no carro indo direto para um apartamento que tinha no centro, eu acelerava cada vez mais, ultrapassava os carros para chegar mais rápido, parei em frente o prédio e desci do carro.__Anda, vadia! Tá esperando o quê?Ela saiu do carro em passos vacilantes, arrastei ela pelo braço para dentro do elevador, meu humor estava péssimo, minha noite tinha sido um fracasso, entrei no apartamento escutando a merda daquele choro irritante.__CALA A BOCA, PORRA!_dei na sua cara.Ela caiu no sofá e colocou a mão no rosto, suspirei e peguei uma garrafa de vodka bebendo no gar

MARATONA 5/5HEITORALEMANHAEu não conseguia acreditar que isso era verdade, meu irmão estava vivo, fiquei 1 ano inteiro procurando seu corpo, a culpa me consumia todos os dias, eu não só tinha feito mal para ela, como também fiz para ele, sei que seu perdão jamais teria, não espero ser recebido com flores depois de tudo que fiz, estava bastante inseguro com minha volta para a Itália, não queria ver o seu desprezo estampado em sua cara.Gabriela me abraçou por trás, estávamos juntos fazia quase 3 anos, ela me ajudou muito nesse tempo.Gabriela: O que tanto pensa, amore mio?Virei-me de frente para ela, seu sorriso era lindo e doce, eu gostava de sua companhia, era uma mulher extremamente divertida e carinhosa, mas ainda assim meu coração não era dela, nunca poderia ser.__Você sabia que o Vitor estava vivo?Gabriela sempre viajava para Itália, nunca quis saber nada que acontecia por lá, mas algo assim não se esconde.Ela ficou me olhando surpresa, não precisava ouvir a resposta para

LAURAEra difícil compreender tudo que estava sentindo, eu odiava na mesma proporção que amava, sabia que estava doente e precisava de ajuda, queria me livrar desse sentimento de culpa, esse vazio tão grande que habitava em mim. Estava disposta a lutar por uma vida melhor, uma certeza melhor, não merecia uma vida privada com um louco.Bela entrou no quarto e olhou para mim que continuava deitada sem ânimo, meu corpo ainda doia, porém não mais que meu coração.Isabela: Você está dodói?_perguntou se sentado na cama.Bela era tão carinhosa, meus filhos eram mesmo anjos enviados para mim por Deus.__Estou só um pouquinho cansada._menti.Ela me olhou com cara de dúvida.Isabela: Podemos assistir um desenho, o que você acha?__Pode ser..._sorri.Ela pegou o controle da tv e correu novamente para a cama, ela colocou um filme de desenho chamado divertida mente, estávamos assistindo e eu ria e chorava do filme e reações da minha menina, Vitor entrou no quarto com uma bandeja com comida.Vitor:

ALICEEu não conseguia entender o motivo do Vitor me trocar pela Laura, ela parecia uma mosca morta, depois de tudo que fiz por ele, ainda não era o suficiente, ele se rastejava por aquela mulher, o seu desejo era explícito, precisava acabar com isso de uma vez, eu tinha que abalar o emocional da Laura, todo esse tempo observei ela de longe, seu vício em bebidas e drogas, suas inúmeras falhas de tentar contra a própria vida, sim, Laura já havia tentado se matar várias vezes, e eu sabia que ela só precisava de um empurrãozinho para voltar para o fundo do poço.Fazia um tempo que estava seguindo os dois, claro que discretamente, se uns dos inúmeros carros da segurança do Vitor percebesse, eu estava ferrada, eles haviam parado em uma obra no meio do nada, depois pararam em um restaurante, observava de uma mesa afastada, eles conversavam sobre algo, minha raiva só aumentava ainda mais, chamei o garçom e pedi para que ele entregasse uma bebida na mesa do casal, paguei um bom dinheiro para

LAURAEstava exausta e tudo que eu queria era chegar em casa, Vitor parou o carro na entrada e descemos, ele estava com uma cara amarrada, veio o caminho inteiro enchendo meu saco por causa de uma bebida que algum homem mandou entregar para mim, na hora fiquei bem assustada, achei que ele sairia quebrando tudo e todos, porém ele não fez nada disso, ele ficou com seu ciúmes doentio, chegou a perguntar para o garçom quem era o tal homem, mas ele disse que não sabia e que o homem até já tinha saído do restaurante, consegui controlar a fera e viemos embora, mas pelo visto a confusão ainda não tinha acabado, assim que entramos na casa, Ana Liz segurava um enorme buquê de rosas vermelhas, ela me olhou com um sorrisinho e entregou-me, fiquei surpresa e confusa.__Uau...Para quê isso? É um pedido de desculpas por infernizar minha vida?_brinquei ironica.Ela riu e olhou para Estela que estava na sala, pegou um cartão em cima da mesinha e me entregou. Assim que comecei a ler bastante desconfiad

Estava me arrumando para o tal desfile que Estela e Ana Liz me convidaram, ainda estava com um pé atrás, mas resolvi ir e ficaria atenta em toda movimentação delas duas. Usava um belíssimo vestido da marca, tive que passar base para esconder os vestígios que Vitor deixou pelo caminho, saí do quarto e desci as escadas com cuidado, elas já me esperavam lá fora dentro do carro, não tinha falado nada para o Vitor que sairia hoje, também não era uma prisioneira, entrei no carro e elas me olharam, Estela abriu um sorriso orgulhosa.Estela: Sabia que ficaria perfeito em você._se referiu ao vestido.O motorista deu partida no carro.__Obrigado... O lugar é muito longe?Ana Liz: No centro da cidade, tem hora para voltar?_perguntou com ironia.Eu odiava isso em Ana Liz.__Não... Já sou maior de idade e vacinada, Ana Liz.Estela fingiu uma tosse para interromper a discussão boba.Já estávamos a um tempo dentro do carro, olhei meu celular para conferir se não tinha mensagens de Teresa, assim que

LAURAVitor: Parece que se divertiu bastante...Levei um susto com Vitor sentado em uma poltrona me olhando, caminhei diretamente até ele e sentei em seu colo.__Sentiu saudades._falei com um pouco de dificuldade.Ele segurou minha cintura e beijou meu pescoço.Vitor: Não deveria beber e nem sair sem avisar._falou firmemente.__Desculpa, senhor..._falei maliciosa.Comecei a me esfregar no seu colo, logo senti sua ereção crescer, mas fiquei surpresa com sua reação de me tirar de cima do mesmo.Vitor: Você está bêbada, vem, vou te dar um banho.Ele me levou no banheiro e começou a tirar minha roupa, em seus olhos não tinha malícia e sim preocupação, ele me colocou debaixo da água gelada e eu me debatia feito criança.Vitor: Fica quieta, Laura!_falou firme.Ele pegou uma toalha e me entregou, me sentou na cama com cuidado e entrou no closet, minha cabeça estava girando, ele saiu com uma camiseta sua e vestiu em mim, me deitou e logo após apagou a luz se deitando ao meu lado também.Vitor

VITORAcordei sentindo uma dor de cabeça muito forte, olhei a hora e ainda era pouco menos de cinco, Laura ainda dormia tranquilamente, me levantei e me sentei perto da varanda, estava bastante frio e nublado, provavelmente o tempo estava mudando na Itália, acendi um cigarro e fiquei admirando o céu, seu tempo estava como meu coração, cheio de nuvens e em dúvida se fazia sol ou chuva, eu tentava agir de uma maneira correta com Laura e meus filhos, queria ser bom, mas infelizmente o sangue que carregava nas veias não era, era podre e maligno, quase uma maldição, ser um Greco era uma maldição!Nem sei por quanto tempo fiquei sentado só pedido para Deus me guiar, confesso que era a primeira vez que entregava de fato minha vida em suas mãos, queria mudar minha história, e começaria com meu casamento fracassado. Me levantei e fui para o banheiro, um banho gelado me ajudaria muito agora, teria que levar Laura novamente para ver a obra, alguns jornalistas estavam em cima, por ser uma obra d

LAURADói perceber que você não é mais leal a você mesmo, que esconde seus sentimentos e a vontade de fugir, é assim que me sinto, perdida. Presa em um abismo, um casamento que não sei mais o que vale, com um marido que não sei se preciso, o amor é mesmo para os fortes? Acho que isso é uma idiotice criada por algum idiota, eu não me sinto forte, eu me sinto fraca, odeio me sentir vulnerável com alguém, me sentir assim é patético, totalmente depressivo, eu queria arrancar esse amor de dentro de mim a força, ou seja lá o que realmente sinto e exista dentro de mim, se é que existe amor...Eu tentava esquecer todas as coisas, os traumas que Vitor me causou, queria seguir em frente, mas as vezes bastava ele me tocar para acionar um gatilho, eu ainda tinha medo do seu toque, medo que as mãos que me faziam carinho, fossem o meu fim.Vitor: Está pensativa..._continuou fazendo carinho no meu cabelo.Tínhamos acabado de fazer sexo, era deprimente para mim, eu sentia prazer com meu algoz.__Só e