Fui dormir pensando em tudo que soube e dei até alguns murros no meu travesseiro imaginando que era o rosto de Dylan. Primeiro ele me trai com todas as mulheres de Manhattan e depois vem atrás de mim querendo consertar o que obviamente não tem conserto. – Ele deve ter merda na cabeça ou deve pensar que eu tenho sangue de barata para ser traída e ainda voltar para o lugar que lutei para sair. – Resmunguei para mim mesma batendo no travesseiro, mas isso logo foi esquecido por mim quando uma notificação chegou no meu celular. Ao inves da cara feia, abri um lindo sorriso ao ver que era uma nova mensagem de Abel.Pediu desculpas pelo sumiço e afirmou estar doente, mas que logo se recuperaria. Conversamos grande parte da noite e eu descobri algumas coisas

 Antes que eu chegue na recepção para conversar com Anna, a ex de Sebastian, ela chega a minha mesa com o queixo empinado e um olhar muito altivo dirigido a mim e a Lana. Uma loira do cabelo curto, olhos muito azuis e corpo de Barbie anda até mim com a sua bolsa Gucci no braço, provavelmente o último lançamento da marca. Acho que tudo que ela está usando vale mais que o meu apartamento. – Olá. Em que posso ajudá-la? – Pergunto o mais cortes que consigo ser. A cara dela não me agrada nem um pouco.  – Claro que pode. Essa… simples recepcionista me disse que eu não posso entrar na sala do meu noivo e isso é um absurdo sem tamanho. É uma falta de respeito sem tamanho comigo. – Ela olha para Lana

 – Dylan? O que diabos está fazendo aqui? – Pergunto sem escrúpulos. Não acredito que ele me seguiu até o meu trabalho, quero voar no seu pescoço e esganá-lo até a morte. – Olhe a boca. Eu sempre disse que odiava a sua boca suja, uma dama jamais falaria o que você disse. Que pergunta é essa? Claro que estou aqui para te ver, querida.– Ele me repreende com um sorriso e se aproxima de mim num andar elegante. Ele sempre fez esse tipo de repreensão ao meu jeito de ser. “Seja mais feminina”, “seja menos bruta”, “mulheres não devem falar palavrão”. Ele dizia essas coisas com uma voz tão mansa que eu não via problema algum e achava que ele estava falando para o meu

 Pela pose do cara que se aproxima de Desirré, posso dizer que ele não é qualquer um e assim que ele chega perto de mim, constato que não é mesmo. Na frente de Desirré com um buque de flores está nada mais nada menos que Dylan Durant, dono de uma grande rede de farmácias e bem conhecido pelos escândalos. Seu rosto sai no jornal com uma certa frequência e não há quem não o conheça entre a alta sociedade.Pela cara de Desirré, ela não parece gostar nem um pouco do que vê a sua frente e eu fico curioso quanto a isso.- Dylan? O que diabos está fazendo aqui? - Desirré pergunta assim que o homem para a sua frente e eu fico surpresa. Mesmo quando não nos entendiamos, nunca a vi

 Eu chego em casa jogando os sapatos para o ar, assim como a minha bolsa e já começo a tirar a roupa a caminho do banheiro. Estou tão cansada que poderia dormir numa banheira em uma suíte master, mas não tenho banheira, então não.– Amiga, você está um caco sabe? – Kim diz enquanto me olha largar as peças de roupa pela casa.– Diga-me algo que ainda não sei. – Respondo no automático. Mal posso esperar pela água quente batendo nas minhas costas e me relaxando.– O que aconteceu? Tudo bem que você chega cansada sempre, mas como hoje… é a primeira vez. Sebastian te deu dor de cabeça? – Ela pergunta com uma ruga na testa. Ela sempre tem essa ruga qua

 Chego em casa e me sento no sofá frustrado. Já se passaram algumas horas e nenhuma resposta de Daisy, tudo bem que nós dois somos duas pessoas muito ocupadas, mas ela não poderia tirar um minutinho do seu dia ocupado e me responder?Olho para as paredes do apartamento vazio e silencioso e suspiro.– Parece que vou ter que beber vinho sozinho hoje, afinal. – Digo para mim mesmo e repito o suspiro. Eu realmente queria conhecê-la.Bom, não adianta ficar aqui chafurdando na minha autopiedade, o melhor a se fazer é me conformar e curtir a minha própria companhia por hoje. Terei outras oportunidades para conhecê-la, eu digo a mim mesmo, mas por dentro estou fazendo birra tal qual uma criança pequena que queria um doce e qu

 Estou aqui no lugar combinado a mais de meia hora e nem sinal de Abel. A toda pessoa que adentra o recinto a minha ansiedade vai lá em cima, só para cair por terra quando eu vejo que não se parece com ele. Ele viu algumas fotos misteriosas minhas e eu vi algumas fotos dele e isso é o suficiente, eu ainda facilitei o processo quando disse que viria de vermelho, assim fica mais fácil para ele saber quem sou eu. Poderíamos ter enviado uma foto melhor um ao outro? Poderíamos, mas isso estragaria o sentimento bom de antecipação que estou sentindo no momento.Acho que vai ser bem mais emocionante assim.A única coisa que está acabando com o meu clima é toda essa demora. Porque ele ainda não chegou? Ele desistiu? Será

 Aguenta mais que eu, definitivamente. Para um maior conforto nós dois decidimos ficar no mesmo lugar que estávamos e mudar do bar para uma mesa, assim ficava melhor de conversar. Confesso que comecei a me arrepender assim que me sentei.– Ele é meu chefe, que diabos vou conversar com ele? – Pensei comigo mesma alarmada, mas já era tarde demais. Ao contrário do que pensei, nós tivemos muito assunto e nada foi sobre a empresa, o que me deixou muito surpresa.Descobri que ele corre toda manhã, que já quebrou o braço andando de bicicleta e tantas outras coisas pessoas que uma secretária não saberia.No momento ele está me contando sobre a sua época da faculdade, época em que, diferente de ho

 – Porque você não me leva pra sua casa? Pra sua cama? – Ouvir essa frase é como despertar um fogo interior em mim, um fogo que até então eu desconhecia. Desirré está nos meus braços e ela é especialmente leve, algo que eu não esperava de uma mulher com tantas curvas.Deve ser o tamanho que engana.Desirré me olha com um olhar que não deveria jamais ser dirigido a um patrão, que é o nosso caso e eu preciso desviar o olhar para me concentrar. O seu olhar dirigido a mim é quente e cheio de intenções desconhecidas e eu tenho medo de até onde esse olhar pode penetrar. A mão no meu peito é quente e eu me pego querendo sentir um pouco mais desse toque que estou sen

 A maciez do meu colchão hoje está fazendo com que a tarefa de levantar se faça impossível e eu dou um pequeno gemido de prazer. Eu adoraria desfrutar um pouco mais desse clima incrível, mas a minha bexiga está pedindo que eu vá ao banheiro enquanto minha cabeça pede para que eu tome um bom analgésico, do contrário, ela está prestes a desistir de mim e explodir, sem falar no grande dia de trabalho que me espera.Procrastinando um pouco mais, eu jogo o braço para o lado da cama a fim de me espreguiçar e o meu braço, em vez de bater no lugar vazio da cama, bate em algo maciço e grande e eu abro os meus olhos. Quando constato o que é, eu pulo da cama e dou um grito acordando o homem ao meu lado.&nda