ALYCIA             Olho mais uma vez para o relógio, constatando que estou meia hora atrasada. E quando estamos atrasadas parece que o universo conspira para que tudo ao nosso redor siga lentamente, fazendo com que o atraso seja maior ainda.Vejo os números em vermelho no painel do elevador, indicando os andares, correr lentamente até chegar ao térreo.            Batuco o sapato nervosamente até o momento em que as portas se abrem no hall de entrada da recepção do prédio em que moro.            Saio imediatamente da caixa metálica já avistando, sentado em uma poltrona, Harry.            Sigo até ele, que ao me ver

ALYCIA             Um barulho constante de um bip me desperta, mas não consigo abrir os olhos imediatamente, pois minhas pálpebras estão pesadas e, por mais que eu tente, não consigo abri-las.            Com a consciência vem também a dor de cabeça forte e uma dor absurda no braço direito. Tudo ainda é bem confuso em minha mente, com vários flashes sobre um carro vindo para cima de mim e Josh vindo do lado oposto também em minha direção, depois a dor e logo em seguida tudo fica escuro.            -Dói. –Falo em um gemido, ainda sem conseguir abrir os olhos.            -Como se sente, senh

JOSH             -Eu vou matar aquela filha da mãe!- Soco a mesa de centro com toda a fúria que me corrói por dentro.            -De quem você está falando?- Indaga Scott.            Ambos estamos sentados na sala do apartamento de Alycia. Ela está deitada, descansando no quarto, com Amber.            Ela e eu tivemos alta hoje e, mesmo sob os protestos do médico, eu mesmo me dei alta, pois jamais deixaria a Alycia sair do hospital sem acompanhá-la, ainda mais depois do atentado que presenciei ela sofrer. Porque nada me tira da cabeça de que o atropelamento foi uma tentativa de

ALYCIA             Quando o ar falta em nossos pulmões interrompemos o beijo, mas não nos distanciamos muito, apenas o suficiente para que possamos respirar. Josh me olha com ternura, como se não acreditasse que eu estava ali, bem diante de seus olhos.            -Eu não consigo crer que tenho você, assim, em meus braços novamente.            -Eu estou aqui, Josh. –Sorrio com os olhos cheios de lágrimas, em um misto de alegria e euforia.            -Deus! Você tem noção do quanto eu sofri sem te ter comigo? Jamais imaginei que amaria tanto uma pessoa a ponto de sentir dor física, como senti quando achei que ti

MELISSA KENT             A campainha toca e meu mordomo, Jefrey, vai imediatamente atender enquanto beberico meu chá ao som da linda melodia de Chopin –Estudo em Mi Maior – Tristesse.            -Por aqui, senhorita Spancer. –Ouço Jefrey dizer enquanto passos vêm em minha direção.            Assim que entra na sala, vejo no rosto de Kelly que algo não está bem, fazendo com que um alerta soe imediatamente em meu cérebro.Ela vem até mim, ainda nervosamente, me cumprimenta com dois beijinhos de cada lado, sem tirar a atenção de meu mordomo e assim que ele nos deixa a sós com uma reverência, inquiro-a.  &n

ALYCIA             Nesse último mês estou andando em uma nuvem de felicidade e amor. Jamais imaginei que pudesse ser tão feliz, e o que é melhor, com meu amor, o Josh. Ele tem sido tão atencioso, carinhoso e tão mais cuidadoso comigo que as vezes me sufoca com tamanho exagero, mas eu não poderia estar mais feliz por tanto cuidado e zelo comigo e meu filho.            Todos os dias vamos juntos para o trabalho e quase sempre Josh dá um jeito de ir até minha sala, durante o horário de expediente, com o pretexto de que não consegue se concentrar no trabalho por minha causa e o único jeito é ir até lá para me dar um beijo ou um amasso, coisa que têm se tornado frequente entre nós, já que n&atild

JOSH             A felicidade por saber que minha mulher e filho estão bem não tem comparação, mas saber que, enfim, poderei ter minha abelhinha em meus braços, como sempre quis, não há nada no mundo que sirva para comparar.            Sei que a saudade que eu sinto dela é a mesma que ela tem de mim e Deus sabe o quanto foi extremamente difícil para mim resistir aos seus encantos e insinuações, principalmente quando estávamos sozinhos, era quase uma tortura tê-la e não poder dar vazão ao desejo que me consumia e a única coisa que conseguia me frear era o fato de que ela quase morreu e meu filho também, além dos hematomas ainda visíveis em seu corpo como prova do que ela passou.Por es

JOSH             O dia está maravilhoso para um passeio ao ar livre, por isso  Alycia e eu resolvemos ir caminhando até o orfanato para ver as crianças e dar a boa notícia para todos, inclusive para meu anjinho loiro, a Angeline.            Alycia está radiante, em seus sete meses de gestação, ela exala felicidade por todos os poros do seu corpo. Já li em algum lugar que a mulher durante a gravidez fica mais linda por causa da gestação, não sei se esse é o caso de Alycia, mas espero que eu tenha uma pequena parcela de contribuição para toda essa felicidade estampada em seu rosto, pois ela, sem dúvida, tem a maior parcela com relação ao meu estado de felicidade constante.  &

ALYCIA             A força com que sou jogada no banco de trás do carro faz com que minha coluna reclame da dor pois, ao ser lançada bruscamente para dentro do veículo, minhas costas bateram com força contra a porta do lado oposto, o que fez com que uma cólica um pouco incômoda surgisse imediatamente em meu ventre.            Tudo foi tão rápido que não tive como fugir e o que deu para fazer naquele momento foi proteger as crianças que estavam ao meu redor, e queira Deus que nenhuma delas tenham se machucado, nem Josh. Ele lutou com meus sequestradores para que eles não me levassem, mas os sequestradores estavam em maior número e armados. A angústia em saber se ele está bem me faz ficar nervosa e preocupada.Ler mais