Sofia Meu corpo sente-se confortável apoiando-se em meus pés e devo assumir que me sinto muito melhor. Apoio-me na mesa e encaro as panelas no fogão, resolvi fazer algo para comer já que ficarei trancada em casa.Ainda me lembro do Humberto falando que o meu trabalho ainda iria nos prejudicar e mesmo que seja difícil admitir, talvez ele esteja certo. Arrumo o meu rabo de cavalo e começo a fazer salada.— A sua casa é muito agradável.  – Comenta o cara misterioso que eu permiti que ficasse comigo.Vou culpar o meu marido por isso, aliás, era ele que deveria estar aqui me apoiando, porém preferiu ir para a casa dos nossos amigos, isso me deixa extremamente nervosa.— Obrigada. – Digo cortando alguns tomates.— Você não consegue ser mais simpática? – Indaga mostrando-se divertido.

Sofia Tudo esta trancado, por que algo me diz que devo agir assim, após tomar banho e colocar um pijama vou para minha cama. Penso neste dia maluco e tento entender se fiz algo errado, afinal deixei um estranho vir na minha casa e só agora percebo que não perguntei o nome dele.Deito-me e encaro o teto, reflito sobre o que sinto e para ser honesta admito que não gosto de me sentir assim. Este rapaz trouxe uma sensação que não sinto há muito tempo, porém não era com ele que eu queria sentir essas coisas e sim com o Humberto.Viro de lado e abraço o travesseiro, penso no que posso fazer para conquistar o meu marido, quero saber que sou o suficiente e que posso fazê-lo feliz, mas não me sinto assim faz muito tempo.Ignoro as lágrimas que tentam surgir e não permito que elas caem, não posso chorar por isso para sempre.

Marcos Observo-a afastar-se entretido com o seu modo de andar, se ela soubesse como é sexy já teria dominado o mundo. Não entendo como o marido dela consegue ficar longe.Acho-a incrivelmente linda desde a primeira vez que a vi e agora pude conhecer uma mulher extremamente inteligente. Sei que fui pretencioso, mas acredito que possui algum interesse em mim. A forma como fica nervosa quando estou perto ou corada por que a provoco a entrega.É estranho sentir-me assim após tanto tempo sem me interessar por ninguém, cheguei a acreditar que o Madulo estava castigando-me por eu ter sido contra o desejo do universo, mas eu não estava pronto espero que ele já tenha compreendido isso.Essa mulher misteriosa e marrenta parece estar curando o meu coração, é como se tivesse surgido para me salvar e eu quero fazer isso por ela também. Percebo em eu olhar

Sofia O dia passou como uma perfeita e requisitada bagunça. Minha mente ficou dividida entre um marido que não chegou a casa e mal respondia minhas mensagens e um homem que conseguiu despertar em mim sensações que eu acreditei estarem adormecidas.Em alguns momentos pensei que me perderia em minha mente, sei que sou capaz disso, porém fiquei extremamente feliz quando a noite chegou e eu percebi que ainda não tinha enlouquecido.Termino de organizar a casa e vou tomar banho, coloco um moletom e deito-me no sofá aguardando o Humberto, começo a mexer no meu celular e encontro algumas fotos antigas em que eu estava com a Elis, não posso e não devo negar que realmente sinto falta dela.Ás vezes é difícil acreditar que ela se foi, contudo sei disso todos os dias, pois o vazio que se formou dentro de mim quando vi o seu caixão nã

Marcos O feriado finalmente chegou, confesso que o trabalho às vezes exige muito de mim e com as mudanças que estou fazendo em casa deixou tudo mais cansativo, organizo algumas coisas minhas e de Pandora e logo estamos prontos para partir. Sinto-me aliviado com isso.Quando entro no carro fico sentado por um momento, olho em direção a casa de Sofia pensando se deveria ir lá, não nos vemos desde o dia em que a peguei espiando-me, estou extremamente ansioso para vê-la, mas não posso de maneira nenhuma atrapalhar sua vida.Aperto o cinto de Pandora e a deixo segura ao meu lado, assim que começo a dirigir o meu telefone inicia um toque insistente, para o carro e resolvo atender não quero ser negligente com algo importante.— Marcos? – Indaga uma voz parecendo cansada.— Tio? – Questiono preocupado.— Você promet

Sofia Fazia muito tempo em que não me encontrava com minha família. Desde que o meu pai foi embora da minha vida e continuou a manter contato eles, tudo mudou para mim.Agora enquanto os observo percebo que não perdi exatamente nada, ao contrário ganhei muito mais. Respiro fundo enquanto as escuto conversar, os homens foram para algum lugar e nos deixou sozinhas para colocar o assunto em dia.Não tenho nenhum assunto, minha vida diz respeito somente a mim. Lembro-me do Humberto e a sensação de vazio fica ainda mais forte, não importa com quem esteja me sinto solitária.De repente o assunto é finalizado e minha tia esta encarando-me ela parece preocupada.— Sofi, você esta abatida o que anda acontecendo que não quer nos contar? – Questiona deixando-me constrangida, não desejo falar com tantas mulheres.— N

Marcos Ouço os gritos de meus primos chamando o nome de Sofia e quando viro-me vejo Asmín correr desesperado levando-a desajeitadamente. Não penso duas vezes e monto em um cavalo preparando-me para segui-la mesmo a vendo tão longe.Mexo minhas pernas e o oriento a correr, ele parece ter compreendido e vai rapidamente deixando um rastro de poeira atrás de nós seguindo os passos desesperados do cavalo que escolhi para mim. O caminho torna-se cada vez mais difícil, eu conheço este lugar e sei onde é o final desta linha tênue que Asmín insiste em seguir. Rezo para que possa alcançá-los a tempo, não posso perdê-la, não me perdoaria.Percebo que estamos nos aproximando, a adrenalina começa a crescer dentro de mim, o vento forte faz com que a grama que se liberta do solo a cada cavalgada venha para o meu rosto,

Sofia O caminho de volta para casa foi tranquilo e agradável, pela primeira vez eu não queria voltar para aquela vida. Estava me sentindo tranquila de uma maneira que nunca pensei que seria capaz, é incrível como um encontro familiar pode resolver problemas que já duravam anos.O Marcos esta me seguindo e isso me deixa completamente confortável, ainda não sei o que pensar em relação a ele, agora que sei que somos primos e temos uma ligação nesta reponsabilidade não posso afirmar que vai mudar de uma forma para outra a atração repentina que eu sento.Dirijo tranquilamente e sempre olho pelo retrovisor para ter certeza de que ele ainda esta me seguindo, devo admitir que sinto-me mais confiante quando ele esta por perto.Assim que finalmente chegamos a Gramado permito que ele me ultrapasse e começo a segui-lo, quando para o

Marcos Eu a amei. E não por saber que ela queria ou para satisfazer o meu desejo, eu fiz isso por ter certeza de que ela merece. Sinto que de alguma forma posso mostrar a ela como é especial.Sofia precisa saber que é incrivelmente maravilhosa, que o mundo se ilumina apenas por ela viver, tudo fica melhor com ela. Sua presença torna tudo tão real e eu sei que nunca me senti desta forma.Consigo amá-la em casa olhar desconfiado que foi direcionado a mim. Amei-a quando a vi lutar comigo e por gostar de doce assim como eu. Amo-a por ser tão diferente de mim e me desafiar e ela precisar saber disso.Não sei detalhes sobre o seu casamento, mas pelo pouco que vi sei o que preciso oferecer e mesmo que não fiquemos juntos irei mostrar a ela que sua opinião é essencial, que cada parte de seu corpo é magnífico, farei questão de admirar su

Samanta Procuro por todo canto, mas não o encontro. Nego em acreditar que ele saiu de propósito, não é possível que faria isso comigo de novo. Reviro o quarto da Alice e não o vejo. Minha filha dorme como um anjo, mas o meu tesouro não se encontra ao lado dela.Vou para o meu quarto e começo a procurar, após alguns minutos sento-me na cama e começo a esbravejar, sinto raiva de tudo, recuso-me a acreditar que ele sumiu. Abro a janela e vou para a varanda surpreendendo-me com o que vejo ali.O Batata esta deitado no telhado e assim que me vê começa a miar. Seus olhos fecham delicadamente como se piscassem para mim e isso só faz com que eu me apaixone ainda mais por ele.Enquanto o olho encantada, lembro-me que o felino bicolor fugiu de casa e esta no telhado da minha lavanderia.— Batata venha para dentro de casa agora. &ndas