Isso só podia ser uma piada de muito mal gosto, acho que o universo está conspirando contra mim. Além do meu pai não ter deixado nada para mim, eu tenho que trabalhar com uma pessoa, que parecia ter saído de um filme de faroeste, muito mal encenado, que passava na sessão da tarde. A criatura ainda tem o mesmo nome do meu toy. Isso é um pesadelo!Ele vestia uma camisa xadrez preta, ensacada numa calça jeans apertada que dava para ver, nitidamente, o conteúdo volumoso entre suas pernas. Segurado por um cinto com uma grande fivela que parecia ser o cinturão do Maguila, o lutador de boxe. Uma bota de bico duro e com esporas atrás e um chapéu de cowboy. Pele clara, barba volumosa e dava para perceber qu

 Fiquei parado no lado de fora da sala daquele engomadinho, como se fosse um burro empacado. As pessoas passavam e ficavam me olhando. Elas cochichavam alguma coisa, uma com as outras, olhando para mim. Parece que a minha aparência as intimida, mas eu não estou nem aí, nunca dei trela para esse tipo de gente, que se achava melhor que os outros e não vai ser agora que vou dar.Um comercial que estava passando em uma televisão, me chamou a atenção, a tela da televisão era bem fininha, como vi na sala da Alexia. É a primeira vez que vejo esse tipo de televisão, parecia um pedaço de papel bem grande. Ah, sim,

 — Quem ele pensa que é? — entrei no meu escritório, furiosa.— Deu para ver que o tour pela empresa, não deu muito certo — disse minha irmã, entrando logo em seguida.— Aquele caipira idiota me desautorizou na frente dos funcionários.— Oh, droga! Ele não deveria ter feito isso.— Exatamente, se ele pensa que aquela garota desastrada, ainda vai continuar na minha empresa, ele está muito e

 Tive que deixar minha charrete em um Aras no centro da cidade, não queria correr o risco de deixar o meu Ferrari dormir na rua e encontrar duas na manhã seguinte. Fui para casa do Robson de táxi, assim que entrei no seu apartamento, senti o cheiro gostoso de comida sendo preparada. Uma mulher, com uniforme de empregada, estava na cozinha. Ela percebeu minha presença e veio na minha direção.— O senhor deve ser Romão, o senhor Robson me falou que você viria. — Ela secou a mão no pano de prato e estendeu a mão para me cumprimentar. — Eu sou Joana.— Prazer Joana, o Robson já chegou?<

 — Você já conseguiu alguma mulher com esse tipo de cantada ridícula? — perguntei debochando da sua cara de surpresa, ao saber que sou eu.— Eu sabia que era você e só estava fazendo uma piada. Sei, acredito! Ele ficou sem graça, o que comprovava que não sabia que era eu. Tenho certeza que se ele soubesse, não teria chegado nem perto de mim. Passei a semana inteira viajando a trabalho e quando voltei, evitei ao máximo dar de cara com ele, e com certeza, ele não queria me ver. Apesar da minha r

Abri a porteira do curral e fiquei esperando os bois entrarem depois de um dia inteiro no pasto. Hoje fez dois dias que saí daquela empresa, praticamente, abri mão da minha herança. Sei que, o que fiz, foi o certo a se fazer. Sei que, com bastante dedicação e trabalho, conseguiremos pagar as dívidas da fazenda, mas por que sinto meu coração tão angustiado? Confesso que estava gostando de trabalhar no departamento financeiro da empresa, encontrei várias fraudes, e alguns rombos nas contas e não deu tempo de informar a Patrícia ou a Alexia.Alexia... se não fosse tão arrogante, poderia ter dado certo trabalhar com ela. Devo confessar, ela é muito inteligente, esperta, além

 Como aquele caipira idiota ousa vender a parte dele na empresa? Se ele fizer isso, não vou ter como cumprir minha promessa, eu não posso deixar que ele transfira a parte dele, para quem quer que seja. Segurei meu pingente, como se ele pudesse me dar coragem, para fazer o que tenho que fazer. Aquela empresa é minha e ele não pode fazer isso. Se ele acha que vai se ver livre de mim assim tão fácil, ele está totalmente enganado. Dirigi meu carro o mais rápido que eu pude. Onde sei que não tinha radar, eu meti o pé no acelerador. Sei que não deveria andar assim, pois, pode acontecer um acidente, mas estou completamente desesperada. Se ele deixar a empresa, eu não vou ter nada. Momentos de desespero, p

 — Você já sabe o que vai fazer, filho? — perguntou mamãe.— Não tenho outra escolha, preciso salvar a fazenda.— Tem certeza que vai passar a empresa para ele? Você poderia continuar trabalhando na empresa, até conseguir o dinheiro para comprar a fazenda de volta — disse papai.— Existe uma grande possibilidade daquele agiota vender a fazenda para outra pessoa, dificultando de nós adquirirmos a fazenda de volta. A empresa vai sobreviver sem mim.Ler mais