Em um mundo onde a linha entre o amor e o crime é tênue, Alan Becker, o filho mais velho da poderosa família Becker, se vê preso em um casamento arranjado com Bianca Ventura, a filha mais nova da grande família Ventura. Porém, seu coração pertence a Olívia Ventura, a irmã mais velha de Bianca, uma mulher forte e determinada que luta para manter o legado da família enquanto tenta escapar da sombra do crime. Em meio a intrigas familiares, lealdades conflitantes e um amor proibido, Alan e Olívia precisam enfrentar o mundo e descobrir se o amor pode realmente superar qualquer barreira.
Ler maisO sol se punha lentamente atrás dos arranha-céus de Nova York, banhando a cidade em tons dourados e alaranjados. No topo de um dos edifícios mais imponentes da cidade, um homem contemplava a vista do seu luxuoso apartamento, situado no andar mais alto. As luzes da cidade começavam a brilhar como estrelas na Terra, mas a beleza do momento parecia distante, como se não tivesse nada a ver com sua vida.
Ele era Alan Becker, um homem de 25 anos, que tinha tudo o que muitos considerariam o sonho americano: uma carreira promissora, um apartamento magnífico e uma família influente. No entanto, ele se sentia preso em uma armadilha feita de expectativas e obrigações familiares. Ele se lembrava da infância, das histórias de coragem e poder que seu pai contava, mas o que antes parecia emocionante agora se tornara um fardo pesado. Ele não queria ser o sucessor da família Becker, uma das famílias mais poderosas da máfia.
Na verdade, Alan sonhava em abrir sua própria galeria de arte. Ele tinha um talento nato para apreciar e colecionar obras de arte, e muitas vezes se via vagando pelas ruas de SoHo, perdido em pensamentos sobre cores e formas, em vez de estratégias de negócios. Mas esse sonho agora parecia tão distante quanto as estrelas que iluminavam o céu noturno. O que pesava mais em sua mente eram as palavras que seu pai lhe dissera naquela manhã.
— Alan, o casamento com Bianca é a chave para fortalecer nossa influência. Você deve assumir seu lugar na mesa dos grandes, — o patriarca da família, um homem de olhar severo, havia dito com um tom de voz que não admitia contestações.
Bianca Ventura, a filha mais nova da grande família Ventura, era a peça que faltava no tabuleiro de xadrez que era a vida de Alan. Ele não conhecia Bianca profundamente, mas sabia que ela era uma mulher bonita, superficial e focada em manter as aparências, um reflexo perfeito do que sua família esperava. Mas, para ele, o casamento não passava de um contrato, uma aliança que o aprisionaria em um futuro que ele não desejava.
Alan se afastou da janela, com o coração pesado. Ele caminhou até a mesa de centro, onde sua guitarra estava descansando. Sentou-se e começou a tocar acordes suaves, tentando encontrar conforto nas notas. A música era sua única fuga, um refúgio que o fazia esquecer as sombras da responsabilidade. Mas, à medida que os sons ecoavam no ambiente elegante e vazio, sua mente ainda estava presa na ideia do casamento.
A porta se abriu, e uma garota de 15 anos entrou com um sorriso radiante. Ela era o oposto de Alan, extrovertida e cheia de vida, sempre trazendo luz onde quer que fosse. — Irmão! Você precisa vir! O pessoal está falando sobre o evento de amanhã! Vai ser incrível! — Exclamou a garota, com seus olhos brilhando de empolgação.
Alan forçou um sorriso. — Sim, Aline, eu já vou. — A verdade era que ele não estava ansioso para o evento, nem para o casamento que se seguiria. Ele sabia que a atmosfera seria carregada de olhares julgadores e sussurros sobre sua decisão, ou a falta dela.
— Eu não entendo por que você está tão preocupado. É só um casamento, Irmão! Você vai se divertir! — Aline insistiu, enquanto se sentava ao seu lado. — E quem sabe você pode até gostar da Bianca. Ela é… bem, interessante.
— Interessante, huh? — Respondeu Alan, arqueando uma sobrancelha. — Não sei se é a palavra que eu escolheria. Mas sou eu que estou me casando com ela, Aline. Você não entende.
A expressão de Aline mudou, e ela olhou para o irmão com preocupação. — Eu sei que você não quer isso, mas você precisa pensar no que é melhor para a família. Eles contam com você. — A pressão em seu tom ecoava o que Alan já sabia, e isso apenas aumentava seu desespero.
Enquanto conversavam, Alan sentiu seu celular vibrar na mesa. Era uma mensagem de sua mãe, Eliza Becker: <Alan, lembre-se do que conversamos. Você deve estar pronto para o evento. É fundamental para a imagem da família.>
A mensagem o deixou ainda mais angustiado. Ele se levantou, indo em direção ao quarto. As paredes pareciam se fechar sobre ele, e a ideia de estar preso em um casamento arranjado o deixava inquieto.
Ele olhou para seu reflexo no espelho. O homem que olhava de volta parecia um estranho. Tinha o cabelo bem arrumado, um terno feito sob medida e um semblante sério. Mas por dentro, ele era um mar de inseguranças e anseios. Ele não queria ser a pessoa que todos esperavam. Ele queria liberdade, criatividade, e, principalmente, o direito de amar quem quisesse.
O som de risadas e conversas se intensificou à medida que os convidados começavam a chegar para o evento. Alan respirou fundo, tentando encontrar sua determinação. Ele precisava enfrentar isso, não apenas por sua família, mas por si mesmo. O casamento com Bianca era inevitável, mas isso não significava que ele não poderia lutar por seus próprios sonhos.
Enquanto se preparava, a imagem de Olívia Ventura, a irmã mais velha de Bianca, surgiu em sua mente. Ele havia sentido uma conexão estranha com ela durante o breve encontro no evento anterior, algo que o fez querer conhecê-la melhor. A ideia de um amor verdadeiro em meio a um mar de compromissos parecia tão distante quanto sua galeria de arte. Mas, por um breve momento, a esperança acendeu uma faísca em seu coração.
Com esses pensamentos tumultuados, Alan pegou o paletó e caminhou em direção à porta, determinado a encarar a noite que mudaria sua vida para sempre.
A névoa matinal ainda pairava sobre a mansão Becker quando as luzes se acenderam no amplo salão que agora servia de centro de comando. Pingos de chuva escorriam pelas janelas, e o leve zunido de sirenes distantes misturava-se ao som de teclas sendo pressionadas sem trégua. A guerra contra a Valhalla avançava para um novo capítulo — e cada segundo contava.Nos fundos da mansão, um porão abafado havia sido transformado num verdadeiro QG de inteligência. O cheiro de café queimado flutuava no ar, e monitores mostravam códigos que rolavam como cataratas de números.Ana franziu a testa diante da tela principal.> “450 μs de latência detectados. Entrada bloqueada.”Luís ergueu a cabeça, franzindo o cenho.— O firewall está isolando nosso túnel VPN. Se não cortarmos a fonte, vamos perder o acesso em segundos.Ana as mãos tremendo, digitou uma nova combinação de comandos:```bashsudo iptables -A INPUT -s 45.77.129.22 -j DROPopenvpn --config stealth.ovpn --cipher AES-256-CBC --remote 45.77.12
O céu ainda carregava as primeiras tonalidades de cinza quando a mansão Becker despertou para um dia decisivo. A chuva fina martelava as janelas enquanto Eloísa acendia as luzes do salão principal, transformado em centro de comando improvisado. Documentos empilhados, telas com mapas digitais e cafés ainda quentes indicavam que aquela casa não dormira.Eloísa reuniu todos ao redor da grande mesa de carvalho. Na parede, um projetor exibia manchetes internacionais:“Multimilionário desaparece após denúncias de cartel global — investigado pelo cartel Valhalla.”“Escândalo nos hospitais de Kuala Lumpur: ONG falsificada pela Valhalla desvenda rede de lavagem de dinheiro.”A voz firme de Eloísa cortou a tensão:— Essas são apenas duas facetas do que estamos enfrentando. Victor Lars é nosso inimigo local, mas a Valhalla atua em diversos países, em níveis que pensávamos serem inacessíveis. Cada passo que damos precisa considerar essa dimensão global.Enquanto ela falava, Bianca sentiu o coraçã
A mansão Becker estava mais agitada do que o habitual. A volta de Bianca, agora mais confiante e cheia de energia, parecia ter renovado o ambiente. Na sala de estar, risadas ecoavam enquanto Ana e Luís se envolviam em uma animada competição de tabuleiro com Bianca. Eloísa, no entanto, permanecia em uma cadeira próxima, com um sorriso discreto, observando a cena como uma espectadora silenciosa, mas claramente satisfeita com a rara leveza que tomava conta da casa. — Não, Luís! — Ana gritou, segurando a cabeça com as mãos. — Você não pode mover essa peça para ali! Isso vai me ferrar completamente! — Exatamente, Ana, é o meu plano! — Luís respondeu com um tom triunfante, movendo sua peça com toda a confiança do mundo. Bianca, que observava a situação, não conseguiu conter a gargalhada. — Luís, você é terrível em jogos estratégicos, mas eu preciso admitir que essa jogada foi... interessante. Luís bufou, fingindo indignação. — Interessante? Isso é uma obra-prima! Vou vencer todos
A chuva caía fina sobre a cidade, criando uma melodia suave contra as janelas da mansão Becker. Bianca estava sentada no pequeno escritório que Eloísa havia disponibilizado para ela. Rodeada por documentos e anotações, seus olhos estavam fixos em um ponto distante, enquanto revivia mentalmente os eventos das últimas semanas. A descoberta de que Finn havia usado seu nome para atividades ilícitas ainda pesava sobre ela como uma nuvem sombria.Bianca suspirou e se levantou, tentando encontrar clareza em meio ao caos. Foi nesse momento que seu telefone vibrou. A mensagem era curta e enigmática: "Srta. Ventura, creio que possamos ajudá-la a limpar seu nome. Encontre-me no café La Bohème às 15h. — V.L."Bianca franziu a testa. O nome não lhe era familiar, mas a promessa implícita era tentadora. Ela sabia que precisava compartilhar isso com El
O sol da manhã entrava suavemente pelas janelas da mansão Becker, trazendo uma sensação momentânea de calma que contrastava com a turbulência das últimas semanas. Eloísa estava no escritório, revisando os documentos dos negócios da família, quando ouviu passos rápidos no corredor. Ana entrou apressada, com uma expressão de surpresa. — Eloísa, Bianca está aqui — anunciou, hesitante. Eloísa levantou os olhos dos papéis, surpresa. Bianca havia partido semanas atrás, dizendo que precisava se afastar de tudo para se redescobrir. A última coisa que Eloísa esperava era vê-la de volta tão cedo. Bianca entrou na sala com passos firmes. Seu porte havia mudado: a fragilidade de antes havia dado lugar a uma postura confiante. Seus olhos, embora cansados, estavam determinados. — Bianca — disse Eloísa, levantando-se. — Não sabia que você voltaria. — Eu precisava voltar — respondeu Bianca, direta. — Há coisas que preciso resolver, e não posso fazer isso de longe. Mais tarde, Bianca estav
O relógio no escritório de Eloísa marcava quase meia-noite quando a realidade da nova ameaça começou a se desenrolar como um quebra-cabeça complexo. A carta anônima encontrada anteriormente não só havia confirmado a existência da Valhalla, mas também dado um nome e um rosto ao homem que liderava suas operações regionais: Victor Lars. Victor era um estrategista OTWAN, conhecido por sua habilidade em penetrar estruturas empresariais aparentemente impenetráveis. Desde sua chegada à cidade, ele havia estabelecido uma presença que passava despercebida para muitos, mas Eloísa sabia que cada movimento dele era calculado. Naquela manhã, um pequeno restaurante familiar no centro da cidade recebeu uma visita inesperada. Victor Lars entrou, acompanhado por dois homens de aparência intimidadora. O dono do restaurante, um homem de meia-idade chamado Manuel, percebeu a tensão que a presença deles trazia. — Sr. Manuel, ouvi dizer que o aluguel do seu imóvel está prestes a ser renegociado — com
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