Ella Westbrook sempre lutou para manter sua família unida. Com um pai gravemente doente e as contas do hospital acumulando mais rápido do que ela consegue pagar, a jovem se vê obrigada a aceitar um trabalho noturno em um bar de cidade pequena. É perigoso, especialmente para alguém como ela, uma garota simples e sem ninguém para defendê-la. Mas a necessidade é maior que o medo. Ella não espera que uma noite normal de trabalho mude sua vida para sempre. Depois de uma situação ameaçadora no bar, ela é salva por um estranho de presença marcante. Ethan Silvershadow é alto, sombrio, e tem uma intensidade que a deixa desconcertada, mas ele carrega algo além do que Ella poderia entender. Suas garras afiadas para proteger e o olhar penetrante escondem uma verdade: ele é um alfa exilado, com um passado misterioso e uma perseguição mortal em seu encalço. Ao se cruzarem novamente, Ethan faz uma oferta que parece boa demais para ser verdade — um contrato para acompanhá-lo em sua jornada de fuga, com a promessa de que ela nunca mais terá que se preocupar com as contas. Mas Ethan não é um homem comum, e o mundo dele é mais sombrio e perigoso do que Ella jamais imaginou. Agora, envolvida em uma teia de segredos e caçada por inimigos de Ethan, Ella descobre que seu salvador é um alfa predestinado... e que o preço dessa escolha pode ser mais alto do que ela poderia imaginar.
Ler maisA noite estava pesada, carregada de um silêncio incomum para a floresta. Ethan sentia o ar denso ao seu redor, o cheiro de folhas úmidas e terra misturando-se com algo que ele não identificava, mas que lhe causava um incômodo profundo. Ele avançava devagar, seus sentidos alertas, cada passo ressoando no vazio do bosque como uma ameaça latente.
Por mais que tivesse tentado se afastar dos corredores e rituais do conselho, a convocação daquela noite foi estranha e urgente. E Lucian, seu irmão, nunca se mostrou tão interessado nos costumes da alcatéia antes... Até agora. Mesmo assim, Ethan não poderia ignorar o chamado. Ele era o filho do alfa, o próximo líder, e sua ausência seria notada.
Ao atravessar a clareira, ele encontrou o círculo reunido em silêncio absoluto. Lucian estava à frente, a expressão sombria e os olhos fixos em algo que os demais tentavam evitar olhar diretamente: o corpo de um dos anciões, caído e imóvel no centro do círculo, como uma sentença pronunciada antes mesmo de ser lida.
— Ethan... — Lucian sussurrou, dando um passo à frente, a voz carregada de um veneno que apenas Ethan parecia perceber. — Você chegou atrasado.
O olhar dos outros membros se voltou para ele, cada um carregado de acusações e desconfiança. E então, como um movimento ensaiado, todos abriram espaço, deixando-o sozinho no centro da clareira. Ethan sentiu o peso da culpa que eles já haviam decidido sobre ele, um julgamento não pronunciado, mas que se espalhava pelo ar denso como um fogo lento.
Tudo aconteceu tão rápido. Declarações, evidências forjadas, palavras envenenadas de Lucian que desenhavam uma narrativa perfeita — uma narrativa onde Ethan se tornava o traidor, o assassino, aquele que havia rompido os juramentos antigos. Em poucos minutos, Ethan foi sentenciado a um exílio que significava morte, um castigo reservado para os traidores. E tudo o que ele podia ouvir, mesmo enquanto seus próprios gritos de negação eram ignorados, era o sussurro de Lucian em meio à multidão:
"Você nunca deveria ter nascido para liderar."
Ethan não conseguia acreditar que seu irmão mais novo achava que era realmente sua culpa. Ele sabia que Lucian nunca gostou de se envolver com os assuntos da alcateia. Então porque Lucian quis tomar a frente disso tudo?
O pai deles, o grande alfa, ficaria mais do que decepcionado ao ver os dois, um contra o outro. E Ethan amava demais Lucian, havia o treinado desde pequeno para ser seu braço direito, o beta da alcateia. Mesmo com sua atitude rebelde, e seu irmão nunca obedecendo e cumprindo suas ordens.
A dor latente estava em seu peito, e com desejo dele se transformar para fugir de tudo o que havia acontecido, de toda aquela cena horrenda. Mas, por conta de todas as emoções que Ethan sentia no momento. Se ele o fizesse, perderia totalmente o seu controle. Ele não queria machucar nenhum inocente.
Na sua cabeça passava muitas perguntas. E se foi ele que fez mesmo aquilo? Se por aqueles dia, ele se transformou e se deixou levar? Se matou mesmo aquele ancião? Ele sabia que seu lobo é impulsivo, sem medo e totalmente agressivo.
Mas, no fundo ele sentia que não poderia ter feito algo tão grave. Porém, ele não tinha capacidade de saber todas as respostas agora. Ele precisava fugir, o mais rápido possível, sabendo que ele feriu alguém inocente e que era uma decepção para seu irmão.
(Ethan)Em um segundo... tudo passou diante dos meus olhos. Meu mundo simplesmente... paralisou.A cena diante de mim parecia se mover em câmera lenta. O vento balançava os cabelos de Ella, que já estava parada no batente da porta, olhando na minha direção com aquele olhar que sempre me atravessava. Mas, naquele momento... parecia que tudo estava desconectado.Eu via seus lábios se moverem, mas sua voz chegava até mim como se estivesse distante... abafada... quase como um eco perdido.— Ethan... — Sua voz era baixa... distante. — Ethan... você tá me ouvindo...?Não... não estava. Meu peito estava apertado demais, sufocado. A sensação de impotência me esmagava.— Ethan! — Ela gritou, e suas mãos me sacudiram pelos ombros. Aquele toque me arrancou do transe.— Oi...? — Pisquei, tentando focar.— O que tá acontecendo? — A voz dela agora estava carregada de medo, de preocupação, de tudo aquilo que eu queria proteger, mas parecia estar falhando.— É melhor... — Dylan interrompeu, dando um
(Ethan)Estar com Ella e com nosso filhote era mais do que felicidade. Era algo que nem todas as palavras do mundo poderiam explicar. Eu me sentia completo, inteiro, como se o universo tivesse finalmente se alinhado.Estávamos os dois deitados ali na cama, com ele no meio, já adormecido, tão pequeno, tão perfeito, com aquele cheirinho doce que só os filhotes têm. Nossos dedos se entrelaçavam enquanto olhávamos aquele serzinho que agora carregava todo o nosso amor.— Precisamos escolher um nome pra ele... — Ella disse baixinho, deslizando os dedos delicadamente pela bochecha macia do nosso filhote. — Não tivemos tempo pra isso antes.Ela sorriu de canto, e seu olhar foi até a cômoda, onde Dominique tinha deixado alguns livros antigos sobre linhagens e histórias de alcateias ancestrais.— Queria algo que fosse ancestral... que significasse força, coragem... — ela sussurrou. — Algo que honre quem ele é.— E o que você sugere, meu amor? — perguntei, apertando sua mão.— Ulric é bonito...
(Ella)A dor e a emoção andavam lado a lado, se misturando dentro de mim de uma forma que eu nunca tinha sentido antes. Ter meu filho nos braços... Deus, não existia no mundo sensação mais maravilhosa do que essa. Era um amor tão forte, tão puro, tão incondicional, que chegava a doer no peito de tão grande.Ele era perfeito. Tão perfeito que parecia um sonho. A pele mais morena, como a do Ethan, aquecida contra a minha. Os cabelinhos lisos, macios... e aquele narizinho pequeno, exatamente igual ao meu. Eu sorria entre lágrimas, completamente rendida, enquanto Ethan me abraçava por trás, me envolvendo como se quisesse proteger nós dois do mundo inteiro.Ainda dentro da água morna, segurei nosso filhote contra meu peito e, pela primeira vez, o amamentei. O momento era mágico. Ver aquela boquinha se mover, se alimentando de mim, da vida... Meu coração parecia que ia explodir de tanto amor.Ethan ajudou Liora a cortar o cordão umbilical, e eu não conseguia parar de sorrir. A felicidade qu
(Ethan)Ella me chamou com a voz suave, mas firme. Quando olhei pra ela, meu coração disparou. Sua pele estava mais corada, os cabelos ainda molhados e caindo em ondas sobre os ombros. Havia um brilho novo em seus olhos — algo entre coragem e medo.— Eu quero você lá comigo — disse ela.Não hesitei nem por um segundo.— Eu vou. Vou fazer o que for preciso, meu amor.Antes que pudesse dizer mais, ela soltou um grito de dor e levou as mãos à barriga, se agachando no chão. Meu instinto foi correr até ela, mas Liora já estava em movimento, pegando mantas, toalhas, falando rápido.— Está na hora — disse ela. — O bebê está encaixado.Eu me ajoelhei ao lado de Ella, tentando pegá-la no colo, mas Liora me impediu com um olhar sério.— Não. Ela precisa andar. Ajuda no parto. Vai estimular os músculos certos.Assenti, mesmo contra meu impulso de protegê-la de tudo. Segurei Ella com firmeza, amparando seu corpo com o meu. A cada passo que ela dava, mais contrações vinham, e mais ela se dobrava d
(Ethan)Ainda me sentia desnorteado do amor que fizemos há poucas horas. Havia algo diferente em estar com Ella agora… como se cada toque tivesse sido uma promessa silenciosa de um “pra sempre”. Mas agora, com o coração disparado e a cabeça girando, eu corria pela ilha como um lobo desnorteado.Nem percebi quando comecei a bater feito louco na porta da casa de Liora.— Já vai! — ouvi uma voz masculina do outro lado.Assim que Kael abriu e viu meu estado, sua postura mudou no mesmo instante.— Alfa, o que houve?— Fale com Liora. Ella… ela vai ganhar o filhote!Kael arregalou os olhos e saiu correndo antes mesmo que eu pudesse respirar direito. Eu fiquei ali, andando de um lado pro outro, sem saber onde colocar as mãos, o corpo, a alma. O som do mar ao fundo parecia zombar da minha ansiedade.Quando me permitiram entrar, Ella já estava sendo cuidada. Dylan estava ao lado dela e sorriu ao me ver.— Sua mulher está ótima, alfa.Eu a olhei… e me senti um idiota. Como ela conseguia estar t
(Ella)Fazia três dias desde que Ethan chegou à ilha. Três dias em que meu coração estava inteiro de novo. Passamos o tempo juntos, abraçados, trocando carícias e beijos que pareciam durar uma eternidade. Não fizemos mais do que isso — e, sinceramente, eu nem precisava. Só tê-lo ali, de volta, já preenchia cada espaço do meu peito.Ethan estava diferente… mais calmo, mais carinhoso, mais protetor do que nunca. E romântico — meu Deus, como ele estava romântico. Ele parecia carregar o tempo todo o peso da distância que vivemos, como se quisesse compensar cada segundo em que esteve longe.Nesses dias, contei a ele todas as novidades. Levei-o até a ilha principal, onde conheceu Dominique. Ele foi educado, mas mantinha aquela postura sempre alerta — típico de alfa. Apresentei Kael a ele, e falei sobre Liora. Contei que ela tinha descoberto a gravidez há poucas semanas. Ethan ficou feliz, genuinamente. Ver seus olhos brilhando por causa das pequenas alegrias do nosso novo mundo era como ver
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