Lucian, o Alfa Supremo mais temido da história dos lobos, viu sua frieza nascer quando seus pais morreram misteriosamente. Além de lidar com a desinformação sobre o assassinato de seus pais, Lucian guarda um terrível segredo conhecido por poucos. Durante séculos, viveu com a ilusão de que encontrar sua companheira traria alegria à sua vida, mas a chegada de Isabel, uma loba desagradável, mudou totalmente seus planos. Contudo, ao conhecer Aurora Havelle, filha do Alfa, na Alcatéia Lua de Sangue, a vida de Lucian toma um rumo inesperado. Seus olhos se encontram com os de Aurora, desencadeando um amor avassalador e possessivo, afastando todos que tentam se aproximar dela. Aurora Havelle, uma híbrida de loba e bruxa, ainda de luto pelo assassinato de sua mãe, decide voltar para a alcatéia de seu pai para a cerimônia em que o Supremo apresentará sua suposta companheira. Ao encontrar o magnífico e intenso olhar dourado de Lucian, seus sentimentos se tornam confusos, e sua vida vira de ponta cabeça ao tentar lidar com a obsessão do Supremo. Lucian fará de tudo para ter Aurora ao seu lado, enquanto ela luta contra o desejo ardente e o amor avassalador que a consome por seu Supremo. O passado ressurge, unindo as peças do quebra-cabeça de suas vidas de maneira inesperada.
Ler mais__Tem certeza de que deseja estar presente na cerimônia do Supremo? - Perguntou Vanessa com os olhos fixos na estrada.
Me chamo Aurora Havelle, sou uma híbrida de loba e bruxa. Recentemente, perdi minha mãe, vítima do misterioso assassino que nos atormenta há séculos. Está sendo muito difícil encarar essa nova realidade. Embora nunca fôssemos muito próximas, raramente conversávamos sem discutir, e isso não me impede de sentir a dor de sua perda.
Sou recém-formada em medicina, para ser mais precisa, devo dizer que sou veterinária. Desde que minha mãe morreu, tenho tido sonhos esquisitos com uma mulher dando à luz a um bebê. Nunca consigo ver seu rosto, pois sempre aparece borrado. Ao seu lado, há sempre outras duas mulheres e um homem que suponho ser o pai da criança, mas esses também aparecem com os rostos borrados. O mais incrível é que sinto que conheço todos.
Estou a caminho da alcateia do Alfa Eric, ele é meu pai. Nos damos muito bem, apesar de nos termos distanciado quando resolvi estudar em outra cidade. Ele é casado com Lucinda, uma mulher extraordinária. Sentindo muito em dizer, sempre me dei melhor com ela do que com minha própria mãe. Não, meus pais não eram casados. Minha mãe foi apenas uma das namoradas que meu pai teve em sua adolescência antes de encontrar Lucinda, sua companheira.
Cresci ouvindo de minha mãe que fui um trágico acidente, mas meu pai afirma que eu sou seu bem mais precioso.
__Eu tenho que ir. - Respondi pela milésima vez depois de um tempo em silêncio.
Como filha de um alfa, tenho que seguir as tradições e estar em todos os eventos importantes que acontecem na alcateia, mesmo contra minha vontade.
O Supremo fará uma cerimônia para apresentar sua companheira para todo seu povo, e o lugar escolhido foi a alcateia do meu pai, que, por ser a maior, acomoda mais gente. Acredito que também seja o lugar mais próximo do seu, por isso as terras do meu pai tiveram mais um ponto atrativo para os felizardos.
__Você sabe que se não estiver bem, eu dou meia volta nesse carro e a gente volta para o nosso apartamento, e dane-se quem achar ruim, não sabe? - Vanessa insistiu.
Conheci Vanessa no primeiro ano da faculdade, e desde então nos tornamos melhores amigas. Ela é uma loba solitária, ou era, já que agora fazemos companhia uma à outra. Vanessa é aquela amiga super protetora, e desde que contei a ela sobre os meus pesadelos, ela passou a cuidar mais de mim e quase nunca me deixa sozinha. Confesso que seus cuidados é que têm me animado, quando não estou no trabalho ocupando a cabeça.
__Eu sei. - Sorrio olhando para ela. - Mas não quero decepcionar meu pai. - Voltei a olhar para o vulto que a paisagem fazia conforme o carro se movimentava.
__Tenho certeza de que ele vai entender.
__Eu sei que, se fosse o caso, ele entenderia, mas... eu preciso distrair minha cabeça. - Sussurrei.
__Tudo bem.
Senti seu toque gélido em meu ombro, mas não ousei olhá-la, pois sentia as lágrimas se formando em meus olhos ao me lembrar dos últimos acontecimentos em minha vida.
☆☆☆
Vanessa ainda dirigia em silêncio. Vez ou outra, eu a via fazendo menção de falar, mas logo ela mudava de ideia. O crepúsculo já se fazia presente com seus tons alaranjados, embelezando a pista larga coberta pela vasta floresta ao redor. Ao longe, consegui ver os muros de pedras antigas da alcateia. Em cima deles, dois grandes lobos feitos de mármore azulado seguravam uma placa que ia de uma ponta a outra com o nome "Alcatéia Lua de Sangue" gravado sobre o bronze espalhado nela.
__Chegamos. - Disse Vanessa ao parar o carro em frente aos enormes portões de ferro.
__É... - Suspirei- Chegamos.
Vi dois lobos que vigiavam a entrada da alcateia se aproximarem farejando o ar. Logo que me identificaram, abriram espaço fazendo uma reverência. Os portões se movimentaram, e segundos depois, tive visão de todo aquele lugar que eu já não via há muito tempo.
Havia crianças brincando, pessoas conversando, jovens sorridentes. Ainda assim, consegui sentir as aflições deles. O assassinato da minha mãe deixou todos em alerta. Talvez nem todos, já que nosso supremo fará uma cerimônia onde muitas alcateias se reunirão aqui, o que, para mim, é um ótimo lugar para um possível novo ataque. Como ditam as regras, não devemos ir contra nosso supremo, principalmente tratando-se de Lucian, o supremo mais temido e misterioso da história.
"Essa é boa."
Eu nunca o vi, mas segundo o que ouvi, não é uma pessoa muito agradável, e sua aparência é dominadora. Sinceramente, não me intimido com comentários; as pessoas exageram. Prefiro ver para crer, e é exatamente o que vai acontecer nessa cerimônia, extremamente mal elaborada.
__Aqui é lindo. - Vanessa olhava encantada para cada canto da alcateia.
__Cuidado para não atropelar ninguém. - Sorri.
__Não seja palhaça! - Ela sorri estacionando o carro em frente à minha casa, onde meu pai e sua companheira já nos esperavam com um sorriso estampado no rosto.
__Está pronta? - Vanessa perguntou com um semblante preocupado.
Fiquei em silêncio.
Estar aqui não é uma tarefa fácil, principalmente depois de vários conflitos que minha mãe armou com Lucinda. Confesso que me sinto envergonhada por isso. Cresci vivendo de um lado para o outro, sem uma casa fixa. Passava a maioria do tempo no apartamento de minha mãe na Itália e o restante aqui. Quando cheguei na adolescência, passei a ficar mais tempo com meu pai, mas logo segui meu próprio caminho, estudando medicina, como minha mãe. E agora cá estou eu, outra vez, depois de anos.
__Estou. - Olhei para ela e saí do carro em seguida.
__Filha! Como é bom ver você. - Meu pai me envolveu em um abraço apertado. A última vez que o vi foi no velório da minha mãe, há três meses. Desde então, nossas conversas eram apenas por telefone; ele fazia questão de me ligar todos os dias, a cada segundo.
__É bom ver você também.- Aconcheguei minha cabeça em seu peito. Meu pai era muito alto, sua aparência jovial o deixava mais atraente, como Lucinda sempre dizia. Seus olhos eram azuis bem claros como os meus, e seus cabelos eram negros, o que se diferenciava dos meus, que são brancos como os da minha mãe.
__Como está, querida? - Lucinda se aproximou.
__Estou levando como dá. - Sorri a cumprimentando com um abraço. Lucinda era uma mulher linda, seus cabelos eram longos e loiros, e seus olhos eram verdes como pedras de esmeraldas.
__Como vai Vanessa? - Meu pai apertou a mão de minha amiga, que observava tudo em silêncio.
__Muito bem, senhor Eric. - Ela fez uma reverência.
__Você é uma moça bem educada. - Disse Lucinda, e meu pai concordou.
__Bem, vamos entrar. - Disse meu pai nos guiando para dentro de sua linda casa.
Ao entrar em casa, um sentimento nostálgico invadiu meu peito. Olhei para as escadas e relembrei os vários tombos que tive ali durante a infância. Lembro de chorar com o joelho ralado e meu pai me confortando, dizendo que logo aquilo iria passar, e passava, de fato.
Ele é um ótimo pai.
__Melhor vocês duas descansarem um pouco antes do jantar. - Disse Lucinda.
__ É uma boa ideia. - Disse meu pai passando os braços em volta da cintura da companheira.
__Eu adoraria. - Vanessa se pronunciou.
__ Já mandei arrumar seu quarto, Aurora. Achei que vocês prefeririam ficar juntas, acertei? - Lucinda perguntou.
__Acertou sim, obrigada. - Sorri.
__Bem, então vamos deixar vocês irem. - Meu pai se aproximou- minha filha, tenho algumas coisas para conversar com você.
__Aconteceu alguma coisa?
__ Não, não se preocupe. - Ele beijou minha testa- no jantar conversamos.
__Tudo bem.
(...)
01 ano depois.Lídia...Um ano se passou desde a morte de Aurora e do bebê que ela esperava. Seu corpo não havia sido encontrado, o que aumentava o desespero de Lucian. Os dias no palácio transcorriam tristes; era como se uma nuvem escura tivesse se estabelecido permanentemente entre nós. Ninguém era o mesmo desde aquele dia trágico. Vez ou outra, eu me deparava com alguém chorando, e comigo não era diferente. Aurora fazia muita falta. Ao caminhar pelos corredores do palácio, era como se estivesse andando descalço sobre estilhaços de vidro. As risadas dela e de Lucian ecoavam em minha cabeça como uma lembrança saudosa e dolorida.Lucian se isolou, fazendo do álcool sua companhia. Ele não se alimenta adequadamente, não consegue dormir e raramente troca alguma palavra conosco. O Lucian que conhecíamos não existe mais; é como se tivesse morrido junto à esposa naquele dia. Agora, ele é alguém consumido pela dor e pela raiva. Suas pupilas vivem dilatadas, e ao olhar para ele, tenho a impres
Lídia...Estávamos todos reunidos, ansiosos pela chegada de Aurora, que estava emocionada tanto pelo casamento quanto pela ausência da amiga neste dia. Após ajudá-la a se preparar, vim para cá na companhia de Lucinda, Jasmine e Penélope. Os outros já estavam em suas posições; o local estava deslumbrante. Confesso que a escolha do lugar me surpreendeu, mas não poderia ter sido mais perfeito. Foi aqui que a história desses dois começou, e é aqui que oficializarão essa união.Lucian, vestido com um terno escuro, já estava no altar que eu e Jasmine criamos. Ao lado dele, Romeu e Felipe tentavam acalmá-lo. Não consigo dizer quem estava mais emocionado, se era ele, Aurora ou o pai dela.— Vamos? — Natália aparece ao meu lado, usando um longo vestido rosa, assim como eu e as demais. Os homens estavam elegantes em ternos escuros, à semelhança de Lucian.Concordo com um aceno.— Sim.Caminhamos em direção à passarela. Como madrinhas de Aurora, deveríamos estar lá quando ela chegasse....— Será
Cinco meses depois.Se passaram cinco meses desde que nossas vidas voltaram ao normal. Os seres sobrenaturais não mais se misturavam com os humanos; uma barreira mágica separava os dois mundos. Pelos noticiários, soubemos que Leonard e sua gangue foram considerados loucos. A existência de mutantes, de acordo com psicólogos humanos entrevistados pelo jornal local, era uma invenção criada pela mente de um psicopata para encobrir seus crimes.Essa notícia foi benéfica para nós, já que nossa existência permaneceria algo fantasioso para a humanidade remanescente lá fora. Eles estavam tentando se multiplicar, pois durante o governo de Leonard, ele afirmava que as crianças morriam de uma doença contagiosa ao nascer. No entanto, a verdade era diferente. Após a morte daquele criminoso, as crianças que nasciam não mais morriam, levando a polícia a concluir que Leonard era a "doença" que as matava. Entre os humanos, ele e sua equipe ficaram conhecidos como os piores e mais cruéis psicopatas da hi
Lídia...A alcatéia inteira aguardava os supremos com ansiedade; todos lançavam olhares de ódio a Isabel. Tive que criar uma barreira de magia; caso contrário, ela não estaria viva quando Lucian e Aurora chegassem. Eles ficaram para trás para dar algumas ordens no palácio, mas viriam assim que concluíssem.Sentei-me em um dos bancos da praça, exausta, assim como os outros que aguardavam ansiosos pelo desfecho da situação. Abner e Natália juntaram-se a mim; ambos pareciam esgotados.— O que vocês acham que Aurora e Lucian vão fazer com essa Isabel? — perguntou Abner, enquanto passava as mãos pelos chifres.— Torturar. — respondeu Natália, esparramada no banco onde estávamos sentados.— Torturar, desmembrar e matar. — Disse, mexendo nos meus cachos que caíam sobre os olhos.— Credo. — exclamou Abner. — Ainda bem que não sou eu no lugar dela.— Tenho o mesmo pensamento. — concordou Natália.Rimos descontraídos.— Lídiaaaaaa.Ouvi a voz de Felipe e, ao me virar, o vi correndo em minha dire
Aurora...Ao chegar no prédio do governo, os sobrenaturais já estavam reunidos do lado de fora, aguardando a ordem para atacar.- O que faremos, filha? - Indagou meu pai.Olhei para ele e os demais, declarando:- Ataquem, sem nenhuma piedade!Uma reverência precedeu minha explosão na entrada daquele lugar. Ao ingressarmos, os humanos que trabalhavam em seus computadores tentaram escapar, porém as panteras e os lobos os estraçalharam.As bruxas permaneceram do lado de fora, junto a uma parte dos sobrenaturais. Certamente, os humanos tentariam escapar, mas estávamos bem preparados para isso.Um numeroso grupo de humanos armados avançava velozmente em minha direção.Sorri com um canto da boca e, apenas fechando a mão, fiz seus crânios explodirem.- CADÊ O MEU LOBO? - Rosnei, fazendo as mesas tremerem. Os computadores e os papéis que estavam sobre elas caíram.Caminhei pelo meio do banho de sangue causado pelos lobos e panteras. Uma porta no final do corredor me chamava. Sentia o cheiro do
A noite já estava chegando, os humanos não davam trégua, mas os sobrenaturais também não recuavam. Tanto eles quanto nós estávamos interessados em um final sangrento. Cada humano que se aproximava de mim, eu matava de maneira mais dolorosa possível.— Aurora, cuidado! — Lídia gritou.Quando olhei para trás, percebi que dois humanos se aproximavam de mim.— Você é tão linda que seria desperdício matá-la. — Disse um deles.Eles apontaram armas para mim, mas não me intimidei. Caminhei lentamente até eles, fixando o olhar nos seus olhos. Os dois se entreolhavam incrédulos.— O que são capazes de fazer sem essas armas? - Inclinei a cabeça para o lado - Confesso que estou curiosa.Fiz flutuar suas armas; os dois se entreolharam e tentaram correr. Dei um giro nos ares e caí na frente deles.— Como suspeitava, sem essas armas, vocês não são nada. Nem ao menos tentaram lutar como homens, seus covardes! - Enfiei minhas garras em seus corações e comecei a arrastá-los sem pressa para o meio da gue
Último capítulo